Discurso no Senado Federal

DECADENCIA URBANA DE BRASILIA. QUESTIONANDO A AUTONOMIA POLITICA DE BRASILIA.

Autor
Lúcio Alcântara (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/CE)
Nome completo: Lúcio Gonçalo de Alcântara
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA DE DESENVOLVIMENTO URBANO.:
  • DECADENCIA URBANA DE BRASILIA. QUESTIONANDO A AUTONOMIA POLITICA DE BRASILIA.
Aparteantes
José Roberto Arruda, Lauro Campos, Marina Silva, Valmir Campelo.
Publicação
Publicação no DSF de 21/03/1996 - Página 4539
Assunto
Outros > POLITICA DE DESENVOLVIMENTO URBANO.
Indexação
  • ANALISE, QUESTIONAMENTO, AUTONOMIA, POLITICA, ECONOMIA, DISTRITO FEDERAL (DF), DECADENCIA, PROJETO, ARQUITETURA E URBANISMO, CAPITAL FEDERAL.

O Sr. Lúcio Alcântara - V. Exª já foi aparteado pelos nobres Senadores Josaphat Marinho e Bernardo Cabral, que tiveram a oportunidade de se reportar não só à figura de Irineu Bornhausen, mas à ilustre estirpe de homens públicos de Santa Catarina, em que, no momento, V. Exª é um dos representantes aqui no Senado da República. Não conheci Irineu Bornhausen, mas tenho o privilégio de ser um grande amigo de dois dos seus filhos: Jorge Bornhausen - grande amigo, que foi Governador e Senador - e Roberto Bornhausen. De forma que quero me associar a essa homenagem, que não é só a Irineu Bornhausen, e sim ao próprio povo de Santa Catarina. Faço referência a alguns traços da personalidade de Irineu Bornhausen, que V. Exª poderá confirmar - no momento em que se está falando tanto em banco, CPI de banco, etc. Ele foi banqueiro. Um homem sério, austero, terminou naquele período de concentração do sistema bancário, com os grandes bancos nacionais absorvendo os pequenos, e lá o seu pequeno banco - acho que o INCO - também foi absorvido. Aliás, o INCO era uma característica do Estado de Santa Catarina. E Irineu Bornhausen, ao contrário de muitos que entram na política e na vida pública para enriquecer - e enriquecem -, empobreceu na vida pública, na política, como Governador e como Senador. Era um empresário, tinha um bom patrimônio, e esse patrimônio diminuiu, reduziu. Não digo que tenha terminado como um homem pobre, mas com a sua austeridade, com seu comportamento, com a sua maneira de ser, viu seu patrimônio ser consumido durante a sua passagem pela política e pela vida pública. Então, V. Exª faz muito bem em subir a esta tribuna para reverenciar a memória de um homem que realmente se destacou na vida pública, e que deve servir como exemplo, como paradigma, pois é um dos grandes nomes da vida pública de Santa Catarina, que, aliás, tem sido pródiga nisso. Temos, hoje, mesmo agora, nomes como o de V. Exª, o do Senador Esperidião Amin e o de Jorge Bornhausen. Houve um momento aqui em que os Presidentes de partido eram todos de Santa Catarina: Jorge Bornhausen, Esperidião Amin e o Deputado Luiz Henrique. Quer dizer, Santa Catarina é um celeiro de homens públicos. Quero me congratular com V. Exª pela oportunidade do seu pronunciamento, e espero comemorarmos juntos, aqui no Senado, o centenário do nascimento do ex-Governador, ex-Senador e grande homem público Irineu Bornhausen.

O SR. VILSON KLEINüBING - Muito obrigado, Senador Lúcio Alcântara. V. Exª me dá uma dupla alegria com o seu aparte. Primeiro, porque V. Exª acrescenta informações importantes a este pronunciamento; e, segundo, porque vejo que Santa Catarina é querida nesta Casa, porque todos os seus membros conhecem bem a nossa história e conhecem bem a história de homens públicos catarinenses.

O Sr. Casildo Maldaner - Permite-me V. Exª um aparte?

O SR. VILSON KLEINüBING - Concedo um aparte ao nobre Senador Casildo Maldaner, também nosso ex-Governador, que representa Santa Catarina nesta Casa.

O Sr. Casildo Maldaner - Senador Vilson Kleinübing, é com muita honra que venho me agregar ao pronunciamento que V. Exª faz nesta tarde, por antecipação pelas comemorações que serão realizadas no dia 25, segunda-feira próxima, pelo centenário de Irineu Bornhausen, esse grande catarinense. Nobre Senador, diria até, eu que sou oriundo da região oeste catarinense, que quando S. Exª era Governador instituiu a Secretaria da Agricultura e foi um desbravador. Assim é reconhecido no oeste catarinense, e essa foi uma das grandes marcas do seu Governo em nosso Estado. Meu velho pai tem sido um dos seus seguidores, e, na época, sempre falavam na eterna vigilância, que o preço da liberdade é a eterna vigilância - expressão de Eduardo Gomes. Essa velha frase, essa velha expressão é muito bem guardada. Dentre as características de Irineu, destaco uma a que papai sempre faz referência: a de que não mandava bilhetes, dizia as coisas com muita franqueza. Era o seu jeito de ser, até pelo estilo, pelas origens. Na verdade, a sua atitude foi muito marcante no oeste catarinense, como também na vida pública catarinense. Aliás, por idéia de V. Exª, devo fazer ainda nesta semana um registro a esse respeito. É um dever nosso, como catarinenses, lembrarmos Irineu Bornhausen, que passou por esta Casa, que foi Governador de nosso Estado. É salutar que nós, como representantes catarinenses aqui no Senado Federal, assim o façamos. Sem dúvida alguma, S. Exª deixou uma grande lição em Santa Catarina, seguida por seus filhos e netos tanto no campo consangüíneo como no político. No consangüíneo, o filho Jorge Bornhausen e o neto Paulo Bornhausen estão seguindo os seus caminhos; no político, também deixou muitos filhos, pelos exemplos, pelas lutas, espalhados pelo nosso Estado e pelo País afora. Os nossos cumprimentos, Senador Vilson Kleinübing, a V. Exª quando relembra o centenário de Irineu Bornhausen.

O SR. VILSON KLEINüBING - Muito obrigado, Senador Casildo Maldaner.

Sr. Presidente, hoje, aqui, relembramos o trabalho do Senador Irineu Bornhausen prestado ao nosso Estado. No dia 25, estaremos em Santa Catarina para levar o abraço do Senado a esse homem que foi nosso Governador, que implantou obras e serviços importantes em Santa Catarina e que representou nosso Estado no Senado Federal.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/03/1996 - Página 4539