Discurso no Senado Federal

ANALISE DAS PESQUISAS DE OPINIÃO REPROVANDO O GOVERNO FERNANDO HENRIQUE CARDOSO.

Autor
Junia Marise (PDT - Partido Democrático Trabalhista/MG)
Nome completo: Júnia Marise Azeredo Coutinho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
  • ANALISE DAS PESQUISAS DE OPINIÃO REPROVANDO O GOVERNO FERNANDO HENRIQUE CARDOSO.
Publicação
Publicação no DSF de 23/05/1996 - Página 8586
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
Indexação
  • ANALISE, CRITICA, RESULTADO, PESQUISA, OPINIÃO PUBLICA, DESAPROVAÇÃO, GOVERNO, FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, MOTIVO, FALTA, VONTADE, NATUREZA POLITICA, BUSCA, SOLUÇÃO, PROBLEMAS BRASILEIROS, NATUREZA SOCIAL, REALIZAÇÃO, REFORMA AGRARIA, MELHORIA, INDICE, OFERTA, EMPREGO, OBJETIVO, REDUÇÃO, DESEMPREGO, PAIS.

A SRª JÚNIA MARISE (PDT-MG. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, nesta breve comunicação quero fazer uma análise sobre as pesquisas de opinião que demonstram que a população brasileira está reprovando o Governo de Fernando Henrique Cardoso.

A sua eleição para Presidente do Brasil fez com que o eleitorado brasileiro vivesse uma grande expectativa diante das suas promessas de campanha, quais sejam, manter a estabilidade econômica, propiciar o nosso desenvolvimento econômicos, bem como atender à sua demanda social.

Enfim, Fernando Henrique Cardoso prometeu muito. Permanentemente, Sr. Presidente, tenho feito, neste Plenário, questionamentos em relação ao cumprimento das suas promessas. Até o presente momento não há nenhuma ação de governo para solucionar os grandes problemas sociais do nosso País: o desemprego, a falta de moradia, a fome e a miséria.

No ano passado, foram encaminhadas pelo Governo propostas de mudança ao Congresso Nacional. Diante do rolo compressor, que foi também uma das molas propulsoras da aprovação das reformas constitucionais pelo Congresso Nacional, não pudemos constatar nenhum resultado. O Governo determinou que houvesse urgência na votação dessas matérias e que a Câmara dos Deputados e o Senado Federal as aprovassem sem nenhuma modificação. O Governo impediu até mesmo que o Senado da República fizesse algumas correções necessárias nas propostas de reforma constitucional.

Sr. Presidente, não estamos vendo nenhuma ação de governo. Não foi construída nenhuma casa popular neste País. A saúde pública está se transformando num verdadeiro caos. Não há nenhuma medida, necessária e urgente, para conter a miséria, a fome e o desemprego no nosso País.

Portanto, Sr. Presidente, essas pesquisas retratam a realidade de um País que teve uma expectativa, que elegeu um Presidente da República no primeiro turno das eleições, acreditou nele, mas que hoje está perplexo, descontente e frustrado.

É preciso que se medite sobre esses fatos e que se reflita sobre esses números, porque eles são a prova da realidade social do País. Quem anda pelas ruas e conversa com o povo nas esquinas, em qualquer lugar, constata exatamente isso.

O Brasil tem hoje um exército de um milhão de desempregados, e só no meu estado são quinhentos mil. O nosso País encontra-se em condições praticamente falimentares com relação à educação, à saúde, à segurança e ao transporte coletivo. Em relação a moradias, o nosso déficit é de três milhões de unidades habitacionais.

Portanto, Sr. Presidente, nesta breve comunicação, eu quero manifestar aqui a nossa apreensão diante das dificuldades nacionais. Apesar de Líder da Oposição, eu não gostaria de ver refletir, em pesquisas como essa, o desencanto e a frustração da Nação. Gostaria que o Presidente estivesse priorizando o social e o desenvolvimento econômico e que não houvesse as manifestações que estão ocorrendo em todo o País. Por exemplo, a questão da reforma agrária, seguramente, não tem merecido a vontade política deste Governo.

Quanto ao desenvolvimento econômico, conversamos hoje com empresários brasileiros que vieram ao Congresso Nacional fazer suas reivindicações, suas manifestações. E todos eles, Sr. Presidente, demonstram frustração e perplexidade. Por quê? Porque o setor produtivo nacional está realmente numa situação de grandes dificuldades.

É por isso que fazemos aqui, nesta breve comunicação, uma reflexão sobre a realidade política e social do País.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 23/05/1996 - Página 8586