Discurso no Senado Federal

HOMENAGEM PELO FALECIMENTO DO EX-MINISTRO E EX-DEPUTADO FEDERAL RENATO ARCHER.

Autor
Hugo Napoleão (PFL - Partido da Frente Liberal/PI)
Nome completo: Hugo Napoleão do Rego Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • HOMENAGEM PELO FALECIMENTO DO EX-MINISTRO E EX-DEPUTADO FEDERAL RENATO ARCHER.
Publicação
Publicação no DSF de 21/06/1996 - Página 10530
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, RENATO ARCHER, ESTADO DO MARANHÃO (MA), EX-DEPUTADO, EX MINISTRO, MINISTERIO DA PREVIDENCIA SOCIAL (MPS), MINISTERIO DA CIENCIA E TECNOLOGIA (MCT).

O SR.HUGO NAPOLEÃO (PFL-PI. Para encaminhar a votação. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, quero associar-me ao requerimento do Presidente da Casa, Senador José Sarney, subscrito pelos Senadores Edison Lobão e Bello Parga e ao do Senador Epitacio Cafeteira, todos originários do Maranhão, para prestar um depoimento acerca de Renato Archer.

Eu o conheci há muito anos, na cidade do Rio de Janeiro, onde ele atuou intensamente no Palácio Tiradentes como Deputado Federal pelo seu Estado, o Maranhão. Pertencia ele aos quadros do antigo Partido Social Democrático, o PSD.

Teve atuação destacada também na vida privada. Foi diretor da Prospec, empresa de prospecção e aerofotogrametria, sendo sócio do falecido e grande empresário brasileiro, Celso da Rocha Miranda, que era Presidente da Companhia Internacional de Seguros e da Panair do Brasil.

Teve certamente seus momentos difíceis, após 1964, e os enfrentou a todos com galhardia.

Depois foi Ministro da Ciência e Tecnologia no Governo do Presidente José Sarney e também da Previdência e Assistência Social. Em ambas as ocasiões, houve-se sempre com um comportamento democrático, uma conduta linear, serena, e nele avultavam, sobretudo, seus conhecimentos na área técnica e científica e na área humanística.

Renato Archer era, pois, um homem que conhecia o mundo e de quem se podia dizer que sabia das coisas, para usar uma expressão simples mas verdadeira.

Tive a oportunidade de privar com S. Exª, ex-Ministro do nosso País, ex-Parlamentar, quando da minha passagem, no Governo do Presidente Itamar Franco, pelo Ministério das Comunicações. Renato Archer foi, então, Presidente da Embratel, da nossa Empresa Brasileira de Telecomunicações, onde, mais uma vez, prestou os mais relevantes serviços ao Brasil. Devemos-lhe o desenvolvimento e a queima das etapas para o lançamento, que se seguiu posteriormente, dos satélites brasileiros de segunda geração, Brasilsat B1 e Brasilsat B2, tendo em vista a exaustão dos satélites de primeira geração, Brasilsat A1 e Brasilsat A2, cujos combustíveis estavam por se extinguir. Sua participação na função foi notável, chegando até a visitar a Hughes, em Los Angeles, no Estado da Califórnia, Estados Unidos da América, para encetar as negociações finais em torno desse programa. Hoje, os satélites estão funcionando, mandando imagem e transmitindo som e dados para todo o País.

Renato Archer deixou pois, uma marca indelével também no setor das telecomunicações, de onde retirou-se para sua vida particular. Tinha ele amizades em todo o cenário nacional, inclusive no Rio de Janeiro, para onde acabou transferindo o seu título do Estado do Maranhão, sendo Presidente Regional do PMDB.

Era um homem que tinha a política no sangue, nas suas veias. Sob o ponto de vista pessoal, era um cavalheiro, um gentleman, um causeur, um homem da mais alta linha, respeitador dos direitos humanos; encantava qualquer roda por onde estivesse, sabia dialogar com franqueza, com abertura, com lhaneza, com cavalheirismo.

Lamento profundamente e estendo a minha solidariedade à D. Maria da Glória, à sua família, ao seu Município de Codó, ao Estado do Maranhão e também ao Estado do Rio de Janeiro, onde viveu e onde foi presidente de agremiação partidária, dizendo que, neste momento, encontro-me tomado dos sentimentos de dor e de saudade.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/06/1996 - Página 10530