O SR. JEFFERSON PÉRES (PSDB-AM. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, pedi a palavra, apesar da minha quase afonia, porque desejo fazer um registro.

O Congresso Nacional inicia hoje, de fato, o período de convocação extraordinária. Foi estabelecida uma pauta muito extensa, em que há algumas matérias de grande relevância, outras nem tanto.

A imprensa, sempre muito crítica em relação a este Poder, muito mais do que em relação aos outros, começa a chamar a atenção para o custo dessa convocação - cerca de R$9 a 10 milhões - e para o quanto cada Parlamentar receberá.

Sr. Presidente, realmente é uma quantia significativa em termos de Brasil. Queiramos ou não, o que cada Deputado ou Senador perceberá este mês será o equivalente a 12 anos de trabalho de um operário de salário mínimo.

Pois bem, Sr. Presidente, esse pagamento será plenamente justificado se os Congressistas fizerem por merecê-lo. Creio que se nós, ao final desta sessão extraordinária, tivermos aprovado os projetos mais importantes, do ponto de vista do interesse nacional, inclusive o projeto altamente moralizador referente ao famigerado IPC, acho que teremos merecido o que vamos ganhar.

As matérias a serem apreciadas são tão importantes que não tem preço esse trabalho, mas o meu receio é que, ao final de um mês, ou quatro semanas de reunião, pouca coisa tenha sido votada.

Já vejo que na pauta das próximas sessões não há qualquer matéria realmente importante agendada. Faço votos para que os Srs. Senadores e Deputados se compenetrem da sua responsabilidade e se empenhem em justificar esta convocação extraordinária, este ônus à Nação.

Se isso não acontecer - e peço a Deus que aconteça -, não poderemos nos queixar se, ao final de julho, começo de agosto, a imprensa, mais uma vez, nos crucificar e esta Instituição cair ainda mais na estima da sociedade brasileira.

Era o registro e a formulação de votos que julguei necessário deixar na sessão de hoje.