Discurso no Senado Federal

AUMENTO DE INVESTIMENTOS NACIONAIS E ESTRANGEIROS NO ESTADO DE GOIAS.

Autor
Mauro Miranda (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/GO)
Nome completo: Mauro Miranda Soares
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
DESENVOLVIMENTO REGIONAL.:
  • AUMENTO DE INVESTIMENTOS NACIONAIS E ESTRANGEIROS NO ESTADO DE GOIAS.
Publicação
Publicação no DSF de 04/07/1996 - Página 11456
Assunto
Outros > DESENVOLVIMENTO REGIONAL.
Indexação
  • COMENTARIO, EXISTENCIA, ATUALIDADE, INFRAESTRUTURA, ESTADO DE GOIAS (GO), ATRAÇÃO, INVESTIMENTO, CAPITAL NACIONAL, CAPITAL ESTRANGEIRO, RESULTADO, ESTABELECIMENTO, EMPRESA PRIVADA, PRODUÇÃO, ALIMENTOS.
  • ELOGIO, EFICACIA, PROGRAMA, INVESTIMENTO, COORDENAÇÃO, SISTEMA, INCENTIVO, NATUREZA FISCAL, OBJETIVO, FACILITAÇÃO, ATRAÇÃO, INTERESSE, CAPITAL NACIONAL, CAPITAL ESTRANGEIRO, CONSTRUÇÃO, OBRA DE ENGENHARIA, INFRAESTRUTURA, DESTINAÇÃO, PRODUÇÃO, ENERGIA, ESTADO DE GOIAS (GO).
  • ANALISE, SITUAÇÃO, ECONOMIA, ESTADO DE GOIAS (GO), CRESCIMENTO, AGROPECUARIA, INICIO, DESENVOLVIMENTO, INDUSTRIA TEXTIL, AUMENTO, PRODUÇÃO, ALGODÃO, MATERIA-PRIMA, AMIANTO, FOSFATO, EXPLORAÇÃO, TURISMO, REGIÃO.

O SR. MAURO MIRANDA (PMDB-GO. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o espírito empreendedor do Governo e do povo goianos tem todos os motivos para sentir-se em alta e confiar no futuro. Em poucos anos, a vocação agroindustrial do Estado avançou suas conquistas para muito além do que poderíamos imaginar, num nível de crescimento que surpreende até os mais otimistas. Acho que o Governador MAGUITO VILELA não exagera quando afirma que Goiás é hoje o Estado mais competitivo do País. A consolidação da economia estadual, apoiada na força de sua agricultura e nas condições favoráveis da natureza, confirma a visão futurista do Governador e justifica a fé dos goianos na prosperidade.

Temos razões de sobra para orgulharmo-nos do resultado de nossos esforços, num quadro de confronto político desfavorável com os Estados do Centro-Sul, tradicionalmente mais protegidos pelo Poder Central e por isso mais poderosos na atração dos investimentos. Temos também deveres de gratidão com os grandes empresários nacionais, que decidiram acreditar nos nossos potenciais e para cá deslocaram seus empreendimentos no todo ou em parte. São exemplos fortes dessa migração abençoada de capitais empresas do porte da Arisco, da Parmalat, do Votorantim, da Nestlé e da Coimbra.

Agora chegou a vez da Perdigão, uma das empresas mais fortes do continente na produção de alimentos. Com investimentos previstos de R$500 milhões nos próximos anos, o Grupo vai instalar em Rio Verde, no sudoeste do Estado, um complexo agroindustrial que prevê a absorção de nove mil empregados. O porte do projeto expressa-se por metas ambiciosas de produção: as previsões diárias de abate são de 280 mil aves e 3 mil e 500 suínos. É fácil imaginar os benefícios que serão levados para uma região que já é dos pólos mais importantes de desenvolvimento do Centro-Oeste graças à qualidade de suas terras e à sua infra-estrutura de transportes.

Com a produção anual de 350 mil toneladas de milho e de 250 mil toneladas de soja, a região de Rio Verde será o celeiro natural para as demandas do grupo Perdigão, que vai consumir 600 mil toneladas de ração por ano. São precondições que vão garantir a sustentação do projeto, assegurar mercado para pequenos, médios e grandes produtores de grãos, sustentar pequenas indústrias periféricas, aumentar a renda dos municípios e garantir novos empregos. Isso sem falar nos reflexos nacionais do empreendimento com as receitas de exportação.

A Perdigão é a nova menina dos olhos do povo goiano, mas estou certo de que passaremos a viver um período rico de novidades na paisagem industrial de Goiás. Agora mesmo, a Copebrás acaba de inaugurar uma nova unidade de transformação industrial em Catalão. A empresa é um grande exemplo de pioneirismo na luta pelo desenvolvimento do Estado. Instalada há 19 anos, ela investiu inicialmente a soma apreciável de US$60 milhões. Graças ao processo de verticalização que está sendo agora implantado, um terço da rocha fosfática será industrializado em Catalão, com capacidade para a produção anual de 150 mil toneladas de superfosfato simples. O Município, que é o maior produtor nacional de fosfato, já tem a sua indústria própria de fertilizantes, com o processamento final da matéria-prima. No setor mineral, temos ainda o complexo de níquel de Niquelândia e o centro avançado de produção de amianto de Minaçu, que é também o maior produtor nacional da matéria-prima. Com a abertura da exploração do subsolo ao capital estrangeiro e com a riqueza e diversidade das jazidas goianas, é de esperar que o futuro, por mais otimista que seja, será encurtado.

O Fomentar, programa criado pelo ex-Governador Iris Rezende para estimular a atração de investimentos e coordenar o sistema de incentivos fiscais então estabelecido no Estado de Goiás, passa por um período em que o registro de consultas de capitais nacionais e estrangeiros é de ritmo crescente. Multiplica-se o movimento de missões estrangeiras, interessadas em obras de infra-estrutura, particularmente na área de energia. Graças a esse programa, 700 indústrias foram implantadas no Estado nos últimos anos. Só em 1995 foram analisadas 149 propostas, com 51 aprovadas e em fase de implantação. Com o clima, a topografia, a malha rodoviária moderna, os recursos hídricos e os incentivos, não seria exagero afirmar que Goiás é o novo paraíso brasileiro para o risco empresarial.

A agropecuária, com sua participação de 70% na formação da renda do Estado, é a base do desenvolvimento goiano. Mas temos opções para todos os gostos, da exploração mineral ao turismo. Neste último setor, temos o cartão de visitas de Caldas Novas, a estância turística que mais cresce no País, as festas tradicionais de Trindade e Pirenópolis, entre outras, as praias crescentemente procuradas do Araguaia, os imensos potenciais a explorar na província termal de São Simão, que já é um grande pólo de desenvolvimento como terminal da hidrovia Tietê-Paraná, as grutas de São Domingos e as atrações exotéricas da Alto Paraíso. Quem tem tudo isso não pode alimentar preocupações com o futuro, e não têm faltado trabalho e esforço para abreviá-lo.

No setor têxtil, a tradição goiana é recente, mas promissora. Goiânia já ostenta parque fabril diversificado de um grande número de pequenas e médias empresas. A fartura do algodão como matéria-prima essencial é uma garantia de que teremos um grande desenvolvimento nesse setor nos próximos anos. Só na região Sudoeste a produção algodoeira anual é de 11 mil toneladas. A malharia Manz, de Joinville, está preparando a montagem de unidades industriais em Morrinhos e em Trindade, para a produção de um milhão e oitocentas mil peças por mês, com investimentos de 12 milhões de reais. Ao definir a localização da indústria de malhas, um dos diretores da empresa justificou a opção estratégica com o argumento de que "num raio de 1.200 quilômetros, poderemos atingir 85 por cento do PIB brasileiro".

Todos esses fatos demostram que o Governo de Goiás, lutando para atrair novos investimentos, está no caminho certo e será recompensado com o reconhecimento da atual e das próximas gerações. O progresso está chegando com rapidez crescente, e, se isso traz otimismo, não deixa de trazer também algumas preocupações. Estamos multiplicando a nossa capacidade de produzir alimentos, matérias-primas e bens industriais, mas a infra-estrutura disponível no setor de transportes é insuficiente se olharmos para o crescimento das demandas futuras. Temos lutado e vamos manter a nossa luta para corrigir as disfunções dos corredores de transporte de longas distâncias, baseados nas ferrovias que levam os nossos produtos aos Portos de Santos e de Vitória.

A base rodoviária estadual para o acesso aos eixos federais é perfeitamente adequada para atender às nossas necessidades. Ela foi implantada durante o primeiro e o segundo Governo de Íris Rezende, quando foram construídos e pavimentados quase 8 mil quilômetros de estradas. Sobre isso, guardo comigo meu orgulho pessoal por ter sido à época Diretor do Departamento de Estradas de Rodagem. Mas a União tem que fazer a sua parte. O Governo Federal já não pode deixar de ver o desenvolvimento do Centro-Oeste como um processo irreversível. Cabe a ele apressar o suporte de infra-estrutura que vai assegurar o equilíbrio entre volumes crescentes de produção e garantias efetivas de escoamento. Essa é a grande bandeira de todos os que têm responsabilidades políticas com o povo goiano.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 04/07/1996 - Página 11456