Discurso no Senado Federal

TRANSCURSO DOS 64 ANOS DA REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA DE 9 DE JULHO DE 1932.

Autor
Romeu Tuma (PSL - Partido Social Liberal/SP)
Nome completo: Romeu Tuma
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • TRANSCURSO DOS 64 ANOS DA REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA DE 9 DE JULHO DE 1932.
Publicação
Publicação no DSF de 10/07/1996 - Página 11648
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • COMEMORAÇÃO, ANIVERSARIO, REVOLUÇÃO, OCORRENCIA, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), EPOCA, GESTÃO, GETULIO VARGAS, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA.

O SR. ROMEU TUMA (PSL-SP. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, dizem que a memória popular é muito curta, com o que não concordo. Pode ser, isto sim, que seja falha a memória de quem tem a obrigação de lembrar ao povo, nos momentos certos, os exemplares episódios do passado. E entre esses, sobre os quais recai a obrigação da permanente lembrança, estamos nós, meus nobres pares, os seus mandatários.

Vivemos hoje a emoção de quem ouviu o brado do povo num daqueles momentos históricos, dando um basta, escrito com o próprio sangue, à negação do estado de direito. Um povo que se rebelou e exigiu nada além do que não se pode negar a uma pátria digna desse nome, ou seja, a Constituição. Uma Constituição pela qual a Nação diga quais são os direitos e os deveres dos seus filhos, assim como a forma de ação dos poderes do Estado para concretizar e manter as garantias constitucionais numa pátria livre e una.

Transcorre hoje mais um 9 de Julho, umas das datas marcantes de nossa História. E, ao comemorá-la, quero lembrar que foi graças à Revolução Constitucionalista de 1932, graças ao heroísmo e ao sangue dos que a fizeram - a começar pelos estudantes Euclides Bueno Miragaia, Mário Martins de Almeida, Dráusio Marcondes de Souza e Antônio Américo Camargo de Andrade, o legendário MMDC -, que o Brasil reconquistou o direito de voto no semestre seguinte à rendição de São Paulo e retomou a ordem constitucional um ano depois, não sem antes presenciar a deportação de ilustres filhos, como o professor Waldemar Ferreira, Pedro de Toledo, Alfredo Ellis Júnior, Euclydes de Figueiredo e tantos outros mais, entre jornalistas, médicos, estudantes, advogados e outros profissionais.

Um dos maiores representantes da sabedoria mineira, o Presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira, definiu aquele movimento da seguinte forma: "A Revolução Constitucionalista aberta em São Paulo a 9 de julho de 1932 foi um acontecimento que já atravessou as portas do tempo comum para penetrar na perenidade da História. Foi uma daquelas causas pelas quais os homens podem viver com dignidade e morrer com grandeza".

Ao assinalar a passagem desta data histórica, quero render homenagem àqueles heróis, muitos deles anônimos, e augurar que jamais o solo pátrio volte a ser regado com sangue para defesa ou recuperação constitucional da liberdade e do estado democrático de direito.

Tenho aqui a poesia épica de Guilherme de Almeida e a de Paulo Bonfim, que peço sejam anexadas ao meu pronunciamento. Muito obrigado.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 10/07/1996 - Página 11648