Discurso no Senado Federal

REPUDIO AS SOLICITAÇÕES DO COMANDANTE DO SEGUNDO BATALHÃO DE POLICIA MILITAR DE CAMBARA-PR, SR. MAURICIO DECHANDT REZENDE, DIRIGIDA AO PRESIDENTE DO DIRETORIO MUNICIPAL DO PMDB LOCAL, SOLICITANDO DADOS SOBRE OS MILITANTES DAQUELE PARTIDO, TENDO EM VISTA A PROXIMIDADE DO PLEITO ELEITORAL.

Autor
Roberto Requião (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PR)
Nome completo: Roberto Requião de Mello e Silva
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ELEIÇÕES.:
  • REPUDIO AS SOLICITAÇÕES DO COMANDANTE DO SEGUNDO BATALHÃO DE POLICIA MILITAR DE CAMBARA-PR, SR. MAURICIO DECHANDT REZENDE, DIRIGIDA AO PRESIDENTE DO DIRETORIO MUNICIPAL DO PMDB LOCAL, SOLICITANDO DADOS SOBRE OS MILITANTES DAQUELE PARTIDO, TENDO EM VISTA A PROXIMIDADE DO PLEITO ELEITORAL.
Publicação
Publicação no DSF de 10/07/1996 - Página 11633
Assunto
Outros > ELEIÇÕES.
Indexação
  • PROTESTO, OFICIO, AUTORIA, MAURICIO DECHANDT REZENDE, COMANDANTE, BATALHÃO DE POLICIA MILITAR (BPM), ENCAMINHAMENTO, PRESIDENTE, DIRETORIO MUNICIPAL, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB), MUNICIPIO, CAMBARA (PR), ESTADO DO PARANA (PR), CONTEUDO, SOLICITAÇÃO, DADOS, INFORMAÇÕES, REFERENCIA, ATUAÇÃO, POLITICO, MOTIVO, PROXIMIDADE, REALIZAÇÃO, ELEIÇÃO MUNICIPAL.

O Sr. Roberto Requião - Foi mais uma "tretazinha" montada a dois, uma tapeação para iludir a população. Não deu certo. Houve a denúncia e, num acerto a dois, o Governo condena a empresa, a empresa pede desculpas. Mas, sem sombra de dúvida, a responsabilidade pela veiculação é do Governo Federal, e a empresa jamais teria posto o comercial no ar sem que o Governo tivesse revisto e autorizado. A minha preocupação vai mais longe, pois estou preocupado com os nossos "peessedebistas" no Congresso Nacional, porque se o Governo está errando tanto nesses dados, imagino o que pode ter acontecido com aquela tal lista de aliados infiéis. Se a lista contiver a mesma proporção de erros que os dados estatísticos do Plano Real ofereceram à população, injustiças incríveis podem estar sendo cometidas, aliados sendo evitados naquela distribuição de verbas do Fundo de Educação e das verbas do Programa Comunidade Solidária. Senador, o que estou tentando dizer é que isso tudo não passa de uma grande brincadeira. Ao invés da informação correta e do convencimento das bases políticas do Governo, temos esse divertimento - repito eu - do italiano divertire - desviar do que importa. O Plano Real está numa entaladela: ou o Governo mexe no câmbio e nos juros, ou nós vamos ter a estrutura industrial e agrícola do País completamente sucateada. E se mexer nos juros teremos, sem sombra de dúvida, um retorno progressivo do processo inflacionário.

O SR. ANTONIO CARLOS VALADARES - Eu pediria ao Presidente autorização para conceder um aparte rápido aos dois Senadores que me solicitaram.

Concedo o aparte ao nobre Senador Esperidião Amin.

O Sr. Esperidião Amin - Senador Antonio Carlos Valadares, a respeito do assunto, eu tenho a convicção de que V. Exª já o esgotou, e o jornal do Senado já dá conta de colocação pelo menos coincidente, semelhante, que o Senador Lauro Campos fizera na sessão de ontem. Acho que o episódio está suficientemente conhecido. Pelo que a imprensa divulgou, a empresa Denison Rio se propõe a repor no ar as cifras verdadeiras. Tenho a convicção, porém, de que educaria muito os profissionais da publicidade, principalmente os mais talentosos, como é o caso daqueles que servem à agência Denison, educaria bem a imposição de alguma pena acessória assemelhada ao serviço civil obrigatório - que é objeto de emenda, projeto do nosso eminente Senador Antonio Carlos Magalhães, subscrita com o apoiamento, ainda que desnecessário porque fui o 29º a assinar. Penso que a Denison deveria ser condenada a reduzir um pouco a defasagem entre os números que propagou e os que, lamentavelmente, são verdadeiros; entre os percentuais de consumo, entre os volumes de consumo que V. Exª supõe terem sido inspirados no consumo da Alemanha, da Inglaterra ou da França e aqueles que, infelizmente, ainda são realidade brasileira, contribuindo com determinada quantidade de frango, ovos, feijão, massas. Ou seja, uma pena em espécie para o Programa Comunidade Solidária. Acho que educaria muito a publicidade e ao consumidor brasileiro se a Denison se auto-impusesse - já que a lei não o faz - uma penalidade em espécie, repito, aumentando o volume das cestas básicas que o Comunidade Solidária está distribuindo pelo Brasil afora.

O SR. ANTONIO CARLOS VALADARES - Garanto que se a idéia de V. Exª fosse atendida, milhares e milhares de pobres que estão passando fome, em decorrência dessa política que promove o desemprego, passariam a comer melhor.

Como se referiu o Senador Pedro Simon, seria uma forma de indenizar os prejuízos causados ao Governo pela propaganda enganosa, ineficiente e incompetente da empresa contratada pela soma fabulosa de US$10 milhões para fazer 2 filmes de 30 segundos e 4 spots ou gravações com mesma duração para as emissoras de rádio em todo o Brasil. Mas, nobre Senador, acho que a penalidade ainda seria pouca. A meu ver, deveria haver rescisão de contrato e, em seguida, ação por perdas e danos porque a imagem do Governo foi arranhada nesse episódio.

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 10/07/1996 - Página 11633