Discurso durante a 160ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

SUCATEAMENTO DA POLICIA FEDERAL. DIRIGINDO-SE AO MINISTRO DA JUSTIÇA, NELSON JOBIM E AO PRESIDENTE FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, COBRANDO-LHES AÇÕES CONCRETAS EM RELAÇÃO AO REAPARELHAMENTO DA POLICIA FEDERAL.

Autor
Valmir Campelo (PTB - Partido Trabalhista Brasileiro/DF)
Nome completo: Antônio Valmir Campelo Bezerra
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SEGURANÇA PUBLICA.:
  • SUCATEAMENTO DA POLICIA FEDERAL. DIRIGINDO-SE AO MINISTRO DA JUSTIÇA, NELSON JOBIM E AO PRESIDENTE FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, COBRANDO-LHES AÇÕES CONCRETAS EM RELAÇÃO AO REAPARELHAMENTO DA POLICIA FEDERAL.
Publicação
Publicação no DSF de 02/10/1996 - Página 16486
Assunto
Outros > SEGURANÇA PUBLICA.
Indexação
  • ANALISE, CRISE, PROVIMENTO, MUNIÇÃO, ARMAMENTO, INSUFICIENCIA, CONDIÇÕES DE TRABALHO, POLICIA FEDERAL.
  • COBRANÇA, FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, NELSON JOBIM, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA JUSTIÇA (MJ), ADOÇÃO, PROVIDENCIA, REAPARELHAMENTO, POLICIA FEDERAL, PAIS.

O SR. VALMIR CAMPELO (PTB-DF) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, foi com enorme preocupação que tomei conhecimento, via diversos órgãos de imprensa, do sucateamento da Polícia Federal.

Em cores vivas, a televisão mostrou o estado de calamidade pública em que se encontra o nosso mais importante aparelho policial. As viaturas estão caindo aos pedaços; faltam equipamentos para perícias; os laboratórios fotográficos estão parados por falta de material; os armamentos são ultrapassados e funcionam mal e o mais grave de tudo: diversas delegacias e postos da Polícia Federal estão sendo desativados, em todo o País, por absoluta falta de verbas para pagar os aluguéis.

A Polícia Federal desenvolve atividades realmente indispensáveis para o bom funcionamento do País.

Acho que está fora de qualquer cogitação suspendermos o policiamento nas fronteiras e aeroportos, acabarmos com serviço de expedição de passaportes ou simplesmente pararmos as ações de combate ao tráfico de drogas, para citar apenas algumas de suas atividades.

Mas é isso que vai acontecer em breve, Srs. Senadores, se nada for feito para tirar a Polícia Federal do estado de sucateamento em que se encontra.

Com um quadro de agentes, delegados e peritos altamente especializados, cujos salários, em média, são bastante razoáveis, a Polícia Federal corre o risco de parar por falta de condições de trabalho.

Os agentes federais não podem perseguir traficantes armados com fuzis suíços, que dão 750 tiros por minuto, com obsoletos revólveres de 6 tiros, cuja munição é racionada. Isso, quando existe munição!

Não têm condições, da mesma forma, de realizar um bom policiamento nas fronteiras e aeroportos, porque faltam viaturas, microcomputadores, telefones, rádios-transmissores, mesas de escritórios e, em muitos casos, até mesmo acomodações para o pessoal trabalhar.

Como realizar uma boa investigação, se não existem laboratórios, máquinas fotográficas, binóculos, etc, etc, etc,...?

Considero o estado de sucateamento da Polícia Federal uma irresponsabilidade injustificável.

Segundo dados contidos no Sistema Integrado de Administração Financeira, o SIAFI, dos 380 milhões de reais destinados ao reaparelhamento da Polícia Federal, pouco mais de 60 milhões foram repassados neste ano.

A situação não pode e não deve continuar como está. O País corre um risco desnecessário. O estado em que se encontra a Polícia Federal, repito, representa uma extrema irresponsabilidade, que precisa ser corrigida com a devida urgência.

Dirijo-me diretamente ao Ministro da Justiça, Nelson Jobim, e ao Presidente Fernando Henrique Cardoso, cobrando-lhes ações concretas em relação ao reaparelhamento da Polícia Federal.

O País não pode passar sem os serviços indispensáveis a cargo desse importante órgão de polícia.

Vamos salvar a Polícia Federal!

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 02/10/1996 - Página 16486