Discurso no Senado Federal

APOIO E HOMENAGENS DO POVO GOIANO E DE S.EXA. AO SENADOR IRIS REZENDE, QUE ASSUMIU HOJE O MINISTERIO DA JUSTIÇA. ESCOLHA DO DEPUTADO ELISEU PADILHA PARA A PASTA DOS TRANSPORTES, QUE ENGRANDECE A DIMENSÃO POLITICA DO PMDB NO ESFORÇO DE COMPARTILHAR AS TAREFAS DE GOVERNO.

Autor
Mauro Miranda (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/GO)
Nome completo: Mauro Miranda Soares
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • APOIO E HOMENAGENS DO POVO GOIANO E DE S.EXA. AO SENADOR IRIS REZENDE, QUE ASSUMIU HOJE O MINISTERIO DA JUSTIÇA. ESCOLHA DO DEPUTADO ELISEU PADILHA PARA A PASTA DOS TRANSPORTES, QUE ENGRANDECE A DIMENSÃO POLITICA DO PMDB NO ESFORÇO DE COMPARTILHAR AS TAREFAS DE GOVERNO.
Publicação
Publicação no DSF de 23/05/1997 - Página 10348
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • ELOGIO, ATUAÇÃO, NATUREZA POLITICA, IRIS REZENDE, SENADOR, OPORTUNIDADE, POSSE, CARGO PUBLICO, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA JUSTIÇA (MJ).
  • SAUDAÇÃO, POSSE, ELISEU PADILHA, DEPUTADO FEDERAL, CARGO PUBLICO, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DOS TRANSPORTES (MTR).

O SR. MAURO MIRANDA (PMDB-GO. Pronuncia o seguinte discurso) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, como representante do Estado de Goiás nesta Casa, como aliado político de todas as horas, como companheiro das causas democráticas e dos ideais de desenvolvimento do Centro-Oeste, e, acima de tudo, como o amigo constante nos deveres da gratidão, quero trazer a este Plenário algumas palavras sobre o novo ministro da Justiça, o nosso estimado e ilustre senador Iris Rezende.

Ao cumprir este dever que me honra, estou certo de que não o faço apenas em nome pessoal. Falar da grandeza e das virtudes de Iris Rezende, neste momento em que ele assume novos e pesados encargos na sua trajetória política vitoriosa, é dizer aquilo que a esmagadora maioria dos goianos gostaria de proclamar, pela minha voz. Quero, portanto, exprimir os sentimentos de apoio e as homenagens do povo de meu Estado ao líder que está deixando o Senado para ajudar o Presidente a governar este país. A sabedoria, a experiência e o equilíbrio de Iris Rezende vão oferecer ao Presidente Fernando Henrique Cardoso todas as razões para confirmar a felicidade da escolha.

Estamos vivendo neste país um momento particularmente grave da vida republicana. Os escândalos sucessivos atingem segmentos importantes de nossas instituições políticas, e lançam o descrédito generalizado sobre a atividade pública. Nas suas raízes e nas suas conseqüências, esse processo hemorrágico tem que ser estancado para o bem de todos, e esse é um dever a que não devem furtar-se os homens que acreditam no país e que têm compromissos com a governabilidade. Esse é, no meu entender, o cenário de gravidade que está aberto como desafio para as ações políticas do novo ministro da Justiça.

Iris Rezende não vem para retirar espaços de quem quer que seja. Profissional do diálogo, sacerdote do compromisso, combatente das boas causas e homem de ação que não deixa para amanhã o que pode fazer hoje, ele está sendo convocado pelo Presidente para fortalecer os elos de entendimento entre o governo e o Congresso, e para ajudar a dar um novo sentido à atividade política como instrumento de organização da sociedade. Na linha de coerência e de credibilidade que tem marcado toda a sua vida pública, ele será o que sempre foi. Lutará pelas reformas que sempre defendeu, será defensor intransigente da melhoria de qualidade dos costumes políticos, manterá perseverante o seu esforço de unir e fortalecer o PMDB, e sustentará os seus princípios favoráveis à reeleição em todos os níveis.

Este Congresso é testemunha de que nada mudou nem vai mudar no Iris Rezende que está voltando à esfera mais alta do poder. Homem de partido, ele teve coragem, em janeiro, de expor sua luta pessoal contra a rigidez dos prazos impostos pelo governo para aprovar a reeleição na Câmara dos Deputados. Tratava-se de questão fechada pelo PMDB, em convenção nacional. Em seguida, perdeu a disputa pela presidência do Senado Federal, num pleito democrático vencido pelo ilustre senador Antonio Carlos Magalhães, um homem cuja dimensão política nos honra a todos como colegas. Nenhum dos dois episódios, que no seu conteúdo político são parte da rotina parlamentar, afetou o espírito de grandeza do nosso companheiro.

Os gestos menores da politicagem leviana, sem objetivos e desprovida de sentimentos com os mais altos interesses do país, não fazem parte do perfil de Iris Rezende. Para impedir que pesassem sobre o PMDB as costumeiras acusações de fisiologismo, ele acompanhou a maioria quando o partido devolveu ao Presidente da República a missão de escolher os novos representantes partidários que iriam substituir os ministros Nelson Jobim e Odacir Klein.             Ao aceitar, depois, o convite honroso do Presidente da República, ele consultou e teve o aval de toda a bancada. Nesse gesto, ele consolidou a posição partidária, fortaleceu os vínculos entre o governo e a legenda, e assegurou um espaço político solidário com seus companheiros. Não tenho nenhuma dúvida de que toda essa soma de circunstâncias políticas favorece a convicção de que Iris é o PMDB no governo, sem que isso prejudique os deveres de fidelidade à orientação do Presidente da República.

Vejo em Íris Rezende o pleno domínio do alcance de suas responsabilidades neste momento crítico da vida brasileira. Entre os homens mais experientes deste Congresso, o sentimento dominante aponta para a necessidade de bom-senso, e isso eu estou seguro de que não vai faltar ao novo Ministro. Reconheço que o ponto crítico deste instante político é o debate interno, que estamos travando no Congresso, sobre a necessidade ou não de uma CPI para apurar as denúncias sobre compras de votos, levantadas pela Folha de São Paulo.

Essa questão deve ser decidida sem as radicalizações maniqueístas. Recuso-me a aceitar que quem estiver contra, estará ao lado do mal, e vice-versa. A questão deve ser discutida com serenidade, chegando-se ao consenso sobre a melhor solução. Num primeiro momento, eu creio que o ministro Iris Rezende acompanhará a posição do presidente da Câmara, deputado Michel Temmer, que é favorável à apuração e à proposta de decisões sumárias, no âmbito da comissão de Sindicância. É uma questão de objetividade, na busca de resultados, como quer a Opinião Pública. Pelo que conheço de Íris Rezende, ele é um homem prático e realista, e deverá caminhar nesta direção.

De resto, senhoras e senhores senadores, deposito minhas esperanças de que Íris Rezende saberá honrar tanto o povo de Goiás, como este Senado, valorizando o papel do Ministério da Justiça na proteção das minorias, como os índios, os sem-terra, os cidadãos que de um modo geral precisam do manto protetor do Estado. Tenho também a mais absoluta convicção de que, da mesma forma como ele vai lutar pela paz no campo, colocará como prioridade essencial nas suas preocupações o aperfeiçoamento dos instrumentos de segurança dos cidadãos, nas cidades, que é responsabilidade objetiva do Ministério da Justiça. Como homem de diálogo, estou certo de que Iris Rezende será um grande servidor da paz na política e na sociedade.

A presença do deputado Eliseu Padilha no Ministério dos Transportes é outra escolha do Presidente da República que engrandece a dimensão política do PMDB no esforço de compartilhar as tarefas de governo. Eu, que trouxe para o meu mandato de Senador as mesmas preocupações municipalistas que marcaram minha atuação na Constituinte e na Câmara dos Deputados, estou otimista com as futuras ações desse companheiro de partido, meu parceiro de ideais pelo fortalecimento dos municípios.

Quero saudar, nesta oportunidade, a felicidade das decisões tomadas pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso, e deposito toda a minha fé na expectativa de que o Brasil vai lucrar muito com a composição de forças políticas inaugurada com o novo perfil do Ministério.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente. Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 23/05/1997 - Página 10348