Discurso no Senado Federal

DEFENDENDO A APROVAÇÃO DAS REFORMAS ADMINISTRATIVA E PREVIDENCIARIA PROPOSTAS PELO GOVERNO FEDERAL. DANDO CONHECIMENTO A CASA DE VARIAS NOTICIAS AUSPICIOSAS PARA O PAIS, PRINCIPALMENTE DE FUTURA INSTALAÇÃO DE INDUSTRIAS NO ESTADO DE GOIAS. APELO AS AUTORIDADES NO SENTIDO DA DUPLICAÇÃO DA RODOVIA GOIANIA-SÃO PAULO.

Autor
Mauro Miranda (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/GO)
Nome completo: Mauro Miranda Soares
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
REFORMA CONSTITUCIONAL. POLITICA DE TRANSPORTES. DESENVOLVIMENTO REGIONAL.:
  • DEFENDENDO A APROVAÇÃO DAS REFORMAS ADMINISTRATIVA E PREVIDENCIARIA PROPOSTAS PELO GOVERNO FEDERAL. DANDO CONHECIMENTO A CASA DE VARIAS NOTICIAS AUSPICIOSAS PARA O PAIS, PRINCIPALMENTE DE FUTURA INSTALAÇÃO DE INDUSTRIAS NO ESTADO DE GOIAS. APELO AS AUTORIDADES NO SENTIDO DA DUPLICAÇÃO DA RODOVIA GOIANIA-SÃO PAULO.
Publicação
Publicação no DSF de 11/06/1997 - Página 11206
Assunto
Outros > REFORMA CONSTITUCIONAL. POLITICA DE TRANSPORTES. DESENVOLVIMENTO REGIONAL.
Indexação
  • DEFESA, APROVAÇÃO, PROPOSTA, GOVERNO FEDERAL, REFORMA ADMINISTRATIVA, REFORMULAÇÃO, PREVIDENCIA SOCIAL, FORMA, ATRAÇÃO, INVESTIMENTO, EXTERIOR, INTEGRAÇÃO, BRASIL, AMBITO INTERNACIONAL.
  • SOLICITAÇÃO, ELISEU PADILHA, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DOS TRANSPORTES (MTR), PRIORIDADE, AMPLIAÇÃO, RODOVIA, LIGAÇÃO, CAPITAL DE ESTADO, ESTADO DE GOIAS (GO), ESTADO DE SÃO PAULO (SP).
  • COMENTARIO, IMPORTANCIA, INSTALAÇÃO, INDUSTRIA TEXTIL, INDUSTRIA AUTOMOBILISTICA, MUNICIPIO, ANAPOLIS (GO), CATALÃO (GO), ESTADO DE GOIAS (GO), INCENTIVO, DESENVOLVIMENTO REGIONAL.
  • DEFESA, AGILIZAÇÃO, APROVAÇÃO, SENADO, REFORMULAÇÃO, PREVIDENCIA SOCIAL, ACELERAÇÃO, TRAMITAÇÃO, CAMARA DOS DEPUTADOS, REFORMA ADMINISTRATIVA.

O SR. MAURO MIRANDA (PMDB-GO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, bons ventos estão soprando a favor do Brasil. A semana passada foi rica em fatos positivos, a começar pelo sucesso do levantamento dos bônus brasileiros no mercado internacional, que não é o mercado guiado por simpatias ou generosidades. Ganhamos um diploma de credibilidade que surpreendeu a frieza profissional dos analistas mais exigentes do mercado novaiorquino. A procura foi seis vezes maior que o volume ofertado, no valor de US$3 bilhões.

Outra boa surpresa foi o anunciado choque de investimentos que vamos receber de vários países no setor automotivo. Vinte e cinco novas indústrias de tratores, caminhões, automóveis e motocicletas vão assegurar investimentos globais de US$21 bilhões, gerando 19 mil empregos diretos fora do eixo Rio-São Paulo.

É mais do que evidente que a comunidade financeira internacional está apostando no futuro das estabilidade e das reformas, e que esses capitais querem madrugar no ambiente otimista que as novas realidades brasileiras estão construindo. Estamos nos transformando em um acampamento dinâmico de novas oportunidades na agricultura, na indústria e nos serviços, e o mundo está vendo isso com grande interesse.

Entendo, Srªs e Srs. Senadores, que esse otimismo que vem de fora traz com ele uma enorme carga de responsabilidades para o Governo e o Congresso, que devem corresponder às expectativas dos investimento internacionais. Se somos vistos como potencialmente grandes, não podemos reagir como pequenos aos olhos do mundo, neste momento crucial de transição em que estamos deixando para trás os complexos de País subdesenvolvido.

Se o Executivo e o Legislativo têm como objetivo convergente a construção de uma sociedade mais próspera e mais confiante no futuro, com a supressão gradual das manchas da explosão social, cabe aos políticos, particularmente, a responsabilidade de viabilizar as reformas administrativa e da Previdência, que continuam rateando sob o império de polêmicas nem sempre explicáveis para o opinião pública. E cabe ao Governo retomar, daqui por diante, o espírito dos grandes empreendimentos de infra-estrutura econômica e social.

A confiança internacional no nosso futuro tem dois lados, no meu entender. O lado explícito que o que está claro na atual onda de investimentos, no sucesso de lançamento dos bônus, nas expectativas amplamente favoráveis da privatização da Banda B da telefonia. O outro lado disso tudo é a dívida da contrapartida dos investimentos locais e das leis que vão desemperrar as estruturas do Estado.

É neste contexto que vejo a importância das reformas do Estado e da Previdência. O desafio que deve falar mais de perto aos brios e aos ideais dos políticos é o desafio de vencer interesses pessoais ou de grupos e dar um basta a essa via crucis da Reforma Administrativa. É um jogo político inexplicável e cansativo em que a defesa de privilégios - o caso dos supersalários - vem sendo colocada acima dos interesses nacionais. Os mais de 5 mil de municípios brasileiros estão no desespero porque não podem investir em saúde, educação e emprego, reféns que são de folhas salariais que em muitos casos consomem toda a renda gerada pela arrecadação local.

Da parte do Governo, cumpre reconhecer que ele começa a romper a sua timidez. Nesse sentido, uma boa notícia é a decisão do Ministro Eliseu Padilha de retomar a iniciativa no setor de transportes. Apesar dos poucos dias no exercício do cargo, o Ministro já revela um estilo próprio de trabalho que é digno das melhores esperanças. Afirmou que não será um burocrata de gabinete, e que vai percorrer o País para verificar as obras que estão paradas e saber por que estão paradas.

Nessa quinta-feira, S. Exª estará em Santa Catarina para assinar contratos de obras prioritárias na BR-101, e a partir daí vai cumprir um intenso programa de 120 dias, por todo o País. Seguindo orientação pessoal do presidente Fernando Henrique Cardoso, o Ministro vai cumprir um intenso programa de estímulo a novas concessões, privatização e descentralização. O apelo que faço desta tribuna é que S. Exª inclua entre suas preocupações a duplicação da rodovia Goiânia-São Paulo, cujo projeto de engenharia, ainda para este ano, é compromisso transmitido a mim pelo Presidente da República.

Nos últimos dias, há outros fatos que justificam a atmosfera de otimismo que vem sendo criada em relação ao nosso futuro. Mal começaram a ser vistos os sinais da privatização na área da telefonia, e a imprensa já registra quedas expressivas nas especulações do mercado paralelo de linhas telefônicas. Definida a privatização da Banda B no Centro-Oeste, anuncia-se a criação de 50 mil linhas celulares na região do Distrito Federal e a redução das tarifas, o que vai democratizar o acesso às populações de renda mais baixa. Outro fato importante foi a decisão já formalizada pelo Presidente da República de extinguir a Ceme, o INAN e a Sunab, com efeitos positivos para o enxugamento do Estado e o fortalecimento dos municípios.

Como representante de Goiás nesta Casa, estou de ânimo renovado. Não é um sonho, mas uma expectativa baseada na realidade, a esperança de que seremos em breve o mais importante pólo têxtil do país, graças à nossa tradição algodoeira e à instalação da Vicunha em Anápolis, para onde será transferido o escritório nacional do grupo. Outro fato auspicioso é a presença da Mitsubishi em Catalão, ao lado de outras seis montadoras que vão instalar-se em outras áreas do Estado, para produzir tratores, motos, empilhadeiras e caminhonetes.

O Governador Maguito Vilela está com a verdade quando afirma que Goiás é o novo eixo industrial que está sendo descoberto pelos capitais internacionais. Apesar da concentração histórica dos grandes investimentos no Centro-Sul, temos tido talento e disposição para efetivar grandes mudanças de escala na agricultura e na indústria, e o resultado é que alcançamos a posição privilegiada de nona economia regional, enquanto trabalhamos para atingir o quinto lugar, nos próximos cinco anos.

Encerro minhas palavras munido da esperança de que o Senado consiga agilizar a aprovação da reforma da Previdência, e que a Câmara dos Deputados responda rapidamente aos anseios da Nação, que está cansada de acompanhar a tramitação sinuosa da Reforma Administrativa. Para alcançar os níveis de desenvolvimento tão sonhados, e que os fatos mostram que já não estão distantes, não podemos fugir dos deveres de colocar a casa em ordem.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/06/1997 - Página 11206