Discurso no Senado Federal

RESULTADO DE PESQUISA REALIZADA PELA CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDUSTRIA, QUE MOSTRA A REDUÇÃO DA CREDIBILIDADE DA POPULAÇÃO BRASILEIRA SOBRE O PROGRAMA ECONOMICO DO GOVERNO FEDERAL. AUMENTO DO DESEMPREGO NO BRASIL. REIVINDICAÇÕES DE TRABALHADORES SEM-TETO, REUNIDOS EM BRASILIA, EM DEFESA DE UM PROGRAMA VOLTADO PARA A CONSTRUÇÃO DE MORADIA POPULAR.

Autor
Junia Marise (PDT - Partido Democrático Trabalhista/MG)
Nome completo: Júnia Marise Azeredo Coutinho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA. DESEMPREGO. MOVIMENTO TRABALHISTA. REFORMA CONSTITUCIONAL.:
  • RESULTADO DE PESQUISA REALIZADA PELA CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDUSTRIA, QUE MOSTRA A REDUÇÃO DA CREDIBILIDADE DA POPULAÇÃO BRASILEIRA SOBRE O PROGRAMA ECONOMICO DO GOVERNO FEDERAL. AUMENTO DO DESEMPREGO NO BRASIL. REIVINDICAÇÕES DE TRABALHADORES SEM-TETO, REUNIDOS EM BRASILIA, EM DEFESA DE UM PROGRAMA VOLTADO PARA A CONSTRUÇÃO DE MORADIA POPULAR.
Publicação
Publicação no DSF de 12/06/1997 - Página 11239
Assunto
Outros > POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA. DESEMPREGO. MOVIMENTO TRABALHISTA. REFORMA CONSTITUCIONAL.
Indexação
  • COMENTARIO, ANALISE, RESULTADO, PESQUISA, OPINIÃO PUBLICA, REALIZAÇÃO, CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDUSTRIA (CNI), REDUÇÃO, CONFIANÇA, POPULAÇÃO, PROGRAMA DE GOVERNO, ECONOMIA.
  • APREENSÃO, AUMENTO, INDICE, DESEMPREGO, PAIS, ESPECIFICAÇÃO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), ESTADO DE MINAS GERAIS (MG), PROVOCAÇÃO, CRESCIMENTO, FOME, MISERIA, POBREZA, BRASIL.
  • COMENTARIO, MANIFESTAÇÃO, DISTRITO FEDERAL (DF), REPRESENTANTE, MOVIMENTO TRABALHISTA, SEM-TERRA, REIVINDICAÇÃO, TRABALHO RURAL, ACELERAÇÃO, PROCESSO, IMPLANTAÇÃO, REFORMA AGRARIA, PROGRAMA, CONSTRUÇÃO, HABITAÇÃO POPULAR.
  • CRITICA, PRETENSÃO, GOVERNO, EXTINÇÃO, DIREITOS, TRABALHADOR, ESPECIFICAÇÃO, PARIDADE, APOSENTADO, SERVIDOR, INATIVIDADE, PAIS, EFEITO, REFORMULAÇÃO, PREVIDENCIA SOCIAL.

A SRª JÚNIA MARISE (Bloco/PDT-MG. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, os resultados de uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria mostra, de maneira acertada, a opinião da sociedade brasileira sobre o programa econômico do Governo, a estabilização da moeda e o Plano Real. Mostra, acima de tudo, a redução da confiança e da credibilidade que o programa econômico do Governo tem hoje junto à sociedade brasileira.

Essa queda da credibilidade na economia do nosso País diante da população mostra, sem dúvida, alguns pontos a que certamente o Governo, neste momento ou durante todos esses meses, não se ateve para a necessária correção dos rumos, a fim de possibilitar o equilíbrio das contas públicas do Estado, o equilíbrio do Plano Real e, principalmente, o resgate da dívida social brasileira.

Por várias e várias vezes, tenho ocupado esta tribuna para reiterar a nossa cobrança ao Governo e ao Presidente da República quanto aos programas e projetos que dizem respeito ao resgate dessa dívida social.

Temos, hoje, no Brasil alguns problemas que vêm crescendo de forma assustadora, dentre eles a questão do desemprego. Só em São Paulo, há mais de um milhão de trabalhadores que perderam seus empregos nos últimos meses. No meu Estado, Minas Gerais, apenas na região metropolitana, são 227 mil trabalhadores desempregados. São dados oficiais da Fundação João Pinheiro e DIEESE, que mostram ainda que esses números cresceram, a partir dos meses de março e abril, de cerca de 200 trabalhadores desempregados até alcançar os 227 mil neste mês de maio.

Esta é a verdadeira radiografia do nosso País: é o crescimento cada vez maior do desemprego, da pobreza, da miséria e da fome.

Há pouco tempo, Brasília foi palco da grande manifestação do Movimento dos Sem-Terra. Trabalhadores do campo vieram a Brasília para daqui fazer ecoar o seu grito pela terra, pela reforma agrária, como condição para que possamos implantar no País a verdadeira reforma agrária que todos desejam e, principalmente, toda a sociedade brasileira.

Nesta semana, Brasília recebe trabalhadores que trazem ao Governo as suas reivindicações, para que haja um programa voltado para a construção de moradia popular. São os sem-teto que, principalmente nas grandes cidades, vêm crescendo de forma assustadora. Basta citar um exemplo: nas grandes capitais existem, hoje, verdadeiros acampamentos formados e construídos de lona plástica para dar abrigo a essas famílias que não têm casa. Só em Belo Horizonte, são quase 12 acampamentos espalhados em toda a periferia da cidade, há dois, três, quatro anos, na expectativa de um projeto de construção de moradia popular, para que possam sair desses acampamentos e terem o seu teto.

E Brasília assiste, hoje, mais uma vez, à manifestação desse segmento que grita ao Governo pedindo a implantação de um programa de construção de moradias populares.

Enquanto isso, Sr. Presidente, estamos aqui no Congresso Nacional debatendo reformas importantes, que tratam seguramente da vida das pessoas. Discutíamos as reformas constitucionais, a quebra dos monopólios, e hoje estamos discutindo a reforma administrativa e a reforma da Previdência.

Enquanto o Governo está agora empenhado na reforma administrativa e na reforma da Previdência, é preciso ter clara a nossa responsabilidade em tratar de assuntos que dizem respeito aos servidores públicos, trabalhadores e aposentados. E, nessa reforma, os trabalhadores não podem ter os seus direitos confiscados, principalmente na questão da paridade entre aposentados e inativos.

Quero dizer que, na próxima semana, estarei aqui fazendo um pronunciamento, levantando todas essas questões, ponto por ponto, da reforma da Previdência em discussão no Senado Federal. Ressaltarei, ainda, os pontos a que nós, como Senadores, devemos estar atentos com relação à nossa responsabilidade, porque envolvem, principalmente, direitos e garantias dos servidores, trabalhadores e aposentados.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

Muito obrigada.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 12/06/1997 - Página 11239