O SR. ALBINO BOAVENTURA (PMDB-GO. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, venho a esta tribuna para registrar um fato de grande importância econômica para o Estado de Goiás.

No final de setembro, começou a operar o novo sistema de transporte ferroviário entre Catalão, no Sul do Estado, e Cubatão, na baixada santista, com a recuperação e a modernização dos trechos da Fepasa. O percurso de ida e volta será reduzido de 30 para apenas 10 dias, fazendo desaparecer o principal entrave para o grande salto econômico da província mineral de Catalão. Com 51 por cento de toda a produção nacional de rochas fosfáticas, é lá que estão concentradas as principais jazidas dessa matéria prima fundamental para a fabricação de fertilizantes.

Os resultados serão altamente compensadores, de acordo com as informações transmitidas pelo Governo de São Paulo e pelas empresas que vão utilizar o novo sistema de cargas. Os mesmos comboios que levarão fosfato para as indústrias de Cubatão terão retornos garantidos com o transporte de enxofre, que é usado nas usinas misturadoras que estão localizadas no Triângulo Mineiro. Com essa utilização plena, e com o aumento do número de composições, serão eliminadas 46 mil viagens anuais por caminhão, com efeitos benéficos na redução de acidentes, na conservação das estradas e na economia de combustíveis. Até o momento, os volumes transportados por ferrovias, nos dois sentidos, eram de apenas 36% de toda a carga disponível, em função da morosidade de um sistema envelhecido e decadente. Com a modernização, os cálculos da Fepasa indicam que o País economizará R$12 milhões por ano na queima de óleo diesel.

As previsões para os próximos doze meses são de que sete trens de carga vão operar regularmente nos dois sentidos, carregando 38 vagões em cada viagem. O escoamento ágil e eficiente estará garantido, mudando o perfil econômico de um setor de grande importância na geração de empregos e no desenvolvimento da agricultura. Outro fato que considero fundamental para o conjunto da economia brasileira é que a produção nacional de fertilizantes ganhará novas escalas para competir no mercado internacional, graças à redução dos custos de transporte. Antes, as rochas fosfáticas retiradas de Catalão competiam desigualmente com os produtores de outros países, porque o transporte marítimo internacional era mais barato que os nossos transportes internos.

Ao trazer este relato, não posso deixar de fazer justiça ao Senador Mauro Miranda. No exercício de seu mandato, ele tem sido um batalhador incansável em defesa da melhoria dos transportes na Região Centro-Oeste. Em vários pronunciamentos, S. Exª pediu a atenção da Rede Ferroviária e da Fepasa para a situação de abandono em que se encontravam os acessos ferroviários para a baixada santista, prejudicando o desenvolvimento econômico da região sul de Goiás. Esse fato auspicioso é uma vitória do meu Estado, mas também é uma vitória pessoal do companheiro que tenho a honra de substituir temporariamente nesta Casa.

As preocupações do Senador Mauro Miranda refletem os sentimentos de todos os goianos. O desenvolvimento de Goiás levará ao desenvolvimento de todo o nosso universo nacional. Por isso, não podemos ficar à margem dos grandes investimentos em infra-estrutura. Felizmente, Deus abençoou o nosso Estado com todos os privilégios que a natureza pode oferecer: grandes riquezas minerais, terras férteis, água abundante, luminosidade generosa, topografia favorável e clima privilegiado. O Governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso tem ouvido com interesse as nossas reivindicações mais importantes e, certamente, caberá a ele realizar a grande obra de duplicação da rodovia Goiânia-São Paulo, que é nosso principal projeto neste final de século.

O Centro-Oeste é a grande fronteira econômica a ser incorporada pela potência que desejamos para o Brasil do próximo século. Nós somos a melhor opção para absorver as correntes migratórias em busca de novas oportunidades, descentralizar o parque industrial do País e ajudar a reduzir as tensões sociais dos grandes centros metropolitanos, que vivem às voltas com problemas de insegurança. Para ser a opção deste novo País desejado por todos, mais equilibrado em suas riquezas e mais justo no seu equilíbrio social, Goiás já tem quase tudo. O que está faltando é um sistema de transportes moderno, eficiente e perfeitamente integrado com os portos de exportação. Essa é a grande esperança que Deus haverá de tornar realidade por meio da vontade política do nosso honrado Presidente Fernando Henrique Cardoso.

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.

Muito obrigado.