Discurso no Senado Federal

VISITA DO MINISTRO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO, ONTEM, AO MUNICIPIO DE HUMAITA/AM, PARA ACOMPANHAR O INICIO DA SAFRA DE ARROZ E SOJA NA REGIÃO, VIABILIZADA PELA HIDROVIA MADEIRA-AMAZONAS. NECESSIDADE DE INVERSÃO DE FLUXO NA APLICAÇÃO DE RECURSOS DO BNDES, TENDO POR OBJETIVO O PEQUENO EMPRESARIO DOS SETORES PRODUTIVOS.

Autor
Ernandes Amorim (PPB - Partido Progressista Brasileiro/RO)
Nome completo: Ernandes Santos Amorim
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
DESENVOLVIMENTO REGIONAL.:
  • VISITA DO MINISTRO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO, ONTEM, AO MUNICIPIO DE HUMAITA/AM, PARA ACOMPANHAR O INICIO DA SAFRA DE ARROZ E SOJA NA REGIÃO, VIABILIZADA PELA HIDROVIA MADEIRA-AMAZONAS. NECESSIDADE DE INVERSÃO DE FLUXO NA APLICAÇÃO DE RECURSOS DO BNDES, TENDO POR OBJETIVO O PEQUENO EMPRESARIO DOS SETORES PRODUTIVOS.
Publicação
Publicação no DSF de 28/01/1998 - Página 1433
Assunto
Outros > DESENVOLVIMENTO REGIONAL.
Indexação
  • REGISTRO, VISITA, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA AGRICULTURA (MAGR), GOVERNADOR, ESTADO DO AMAZONAS (AM), INAUGURAÇÃO, TERMINAL, ARMAZENAGEM, GRÃO, ESTADO DE RONDONIA (RO), HIDROVIA, RIO MADEIRA, RIO AMAZONAS.
  • CRITICA, GOVERNADOR, ESTADO DE RONDONIA (RO), FALTA, ATUAÇÃO, DESENVOLVIMENTO REGIONAL.
  • CRITICA, ATUAÇÃO, BANCO NACIONAL DO DESENVOLVIMENTO ECONOMICO E SOCIAL (BNDES), INVESTIMENTO, INFRAESTRUTURA.

              O SR. ERNANDES AMORIM (PPB-RO. Pronuncia o seguinte discurso) - Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, nesta breve comunicação, gostaria de cumprimentar o nosso colega Senador Arlindo Porto, competente Ministro da Agricultura, que esteve ontem no Município de Humaitá, no Estado do Amazonas, acompanhando o início da safra de arroz e soja, naquela região, acompanhado pelo Governador Amazonino Mendes.

              Esta visita se reveste da mais alta importância, tendo em vista o terminal graneleiro de Porto Velho, construído pelo Grupo Hermasa - Capitaneado pelo empresário e suplente do eminente Senador Jonas Pinheiro, o Engenheiro Blairo Maggi, que, com recursos próprios e financiamentos do Governo Federal, construiu esta obra da maior envergadura para o desenvolvimento econômico do meu Estado e de toda a nossa região.

              Quero também destacar a importância da Hidrovia Madeira-Amazonas, que somente foi possível sua viabilização, pelo empenho do grande estadista da Amazônia, o Governador Amazonino Mendes, que com sua equipe dedicou todos os seus esforços na consecução da obra.

              Preocupado que é com o desenvolvimento da nossa região, Sua Excelência, o Sr. Governador do Amazonas, não tem poupado esforços para a realização dessa grande obra, sonho de todos nós, amazônidas.

              Destaco também, na oportunidade, que apesar da importância dessas obras para a economia de Rondônia, o Governo Valdir Raupp nada fez, não investiu um centavo sequer, apesar de hoje usar as fotos do terminal graneleiro para promoção pessoal, como se fora obra do seu desgoverno, tentando com isso continuar sua farsa junto ao nosso povo, que hoje não se engana mais com suas mentiras.

              Na edição de hoje do Jornal do Brasil, o diretor de infra-estrutura do BNDES, Fernando Perrone, declara que o desembolso do Banco para infra-estrutura cresceu 1.058% (hum mil e cinqüenta e oito por cento), o que nos chamou atenção nesses números é que nada mudou em nossa infra-estrutura, pois como todos sabemos esses valores na sua maioria foram aplicados em privatizações, em especial na área de energia elétrica para compra de concessionárias estaduais de energia, que em muitos estados, o serviço de fornecimento de energia piorou, como é o caso da Light, no Rio de Janeiro.

              É necessário que o BNDES invista em novos projetos e não em usinas já em funcionamento, que nada acrescenta ao mercado de demanda de energia tão necessária ao nosso desenvolvimento.

              Pois senão vejamos os números apresentados pelo Diretor do BNDES, que são os seguintes:

·      29% (vinte e nove) por cento, para o setor elétrico;

·      22% (vinte e dois por cento), petróleo e gás;

·      14% (quatorze por cento), saneamento básico;

·      12% (doze por cento), transportes urbanos;

·      8% (oito por cento), telecomunicações;

·      7% (sete por cento), marinha mercante, e

·      2% (dois por cento), portos.

              Como V. Exªs. poderão constatar, os investimentos em sua totalidade foram dirigidos aos grandes empresários, que tudo têm e tudo podem, e os pequenos e médios empresários que geram empregos e movimentam a economia local e regional, esses nada tem e com nada são beneficiados.

              Precisamos inverter o fluxo desses recursos, e para isso é necessário que o BNDES volte os seus olhos para o pequeno empresário, crie facilidades de acesso aos créditos, e que seus agentes repassadores, sejam remunerados com taxas diferenciadas, para estimularem investimentos nas pequenas empresas, que a continuar com essa política brevemente desaparecerão.

              Invista também na agricultura financiando os nossos pequenos e médios agricultores, que necessitam de tratores, arados e todos os tipos de implementos agrícolas, assim como armazéns, silos e estradas vicinais para o escoamento da produção.

              Não acredito em desenvolvimento econômico e social, se os nossos produtores agrícolas não tiverem condições mínimas de plantarem e beneficiarem os seus produtos. Urge que o BNDES volte sua atenção para a nossa região e seja realmente para nós uma agência de desenvolvimento voltada para os setores produtivos de pequena e média escala.

              Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 28/01/1998 - Página 1433