O SR. GUILHERME PALMEIRA (PFL-AL) - Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, ausente do País, fui surpreendido em meu regresso com a notícia do falecimento do ex-governador Tarcísio Maia, cuja memória quero reverenciar, como um dos homens públicos por quem sempre nutri profundo respeito e enorme admiração, herdados da circunstância de ter sido esse eminente homem público, amigo e correligionário de meu pai, no tempo em que ambos militaram na política. Não foram, porém, as qualidades de homem público, sua filiação à antiga UDN, nem o desempenho sempre correto e elogiado nos cargos que ocupou que fizeram aumentar minha admiração pelo Dr. Tarcísio Maia. Foram, mais que isso, seus atributos pessoais, a retidão de seu caráter, sua probidade, sua conduta impecável e, sobretudo, sua refinada educação, que o transformaram num homem extremamente cordial, mas firme em suas decisões, que despertaram em mim a consciência de que se tratava de uma reserva moral do País.

           Deputado em duas legislaturas, Governador de seu Estado, Presidente do IPASE e da Companhia Nacional de Álcalis e um político de excepcional envergadura cívica, manteve-se em atividade durante mais de vinte anos de mandatos e encargos que honrou com a mesma devoção com que se dedicou durante outros vinte ao exercício de sua profissão de médico, na qual granjeou fama, prestígio e respeito. Falecido aos 81 anos de idade, deixa para seus filhos, nosso colega Agripino Maia, o Embaixador Oton Maia, e a filha Teresa, um patrimônio de conduta que é um orgulho para os seus amigos, os seus familiares e quantos tiveram a oportunidade de privar de sua sempre generosa e enriquecedora convivência.

           Considero um infortúnio, Sr. Presidente, não ter estado presente às últimas homenagens que lhe foram prestadas durante suas exéquias, no Rio de Janeiro, onde faleceu. Por isso, cumpro, agora, este dever de reverenciar sua memória e prestar à sua vida exemplar o tributo de minha mais profunda admiração. Quero registrar em nossos Anais a perda que representa para o Estado do Rio Grande do Norte, para vida pública brasileira e, sobretudo, para sua família, mas, acima de tudo, para o País, o seu desaparecimento.

           Formulo daqui os meus votos de que os seus descendentes, que não podem se recompensar dessa perda, possam, ao menos, ter o conforto de tantos testemunhos que lhe foram tributados, pelos inúmeros amigos anônimos que dele receberam atenções, gentilezas, inúmeras vezes auxílio e assistência, pois o exercício de seu magistério na Medicina, profissão que escolheu, exerceu e honrou, não foi menos digno nem menos edificante do que o seu magistério como homem público, como cidadão, como político e chefe de família.

           À memória de Tarcísio Maia, que fique aqui, para sempre, o registro de minha mais profunda admiração e do mais sincero respeito.

           Era o que eu tinha a dizer.

           Muito obrigado.