Discurso no Senado Federal

HOMENAGEM DE PESAR PELO FALECIMENTO DO DEPUTADO FEDERAL LUIS EDUARDO MAGALHÃES.

Autor
Esperidião Amin (PPB - Partido Progressista Brasileiro/SC)
Nome completo: Esperidião Amin Helou Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • HOMENAGEM DE PESAR PELO FALECIMENTO DO DEPUTADO FEDERAL LUIS EDUARDO MAGALHÃES.
Publicação
Publicação no DSF de 24/04/1998 - Página 6966
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, LUIS EDUARDO MAGALHÃES, DEPUTADO FEDERAL, ESTADO DA BAHIA (BA), EX PRESIDENTE, CAMARA DOS DEPUTADOS.

O SR. ESPERIDIÃO AMIN (PPB-SC. Para encaminhar. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, desejo, em meu nome e em nome do meu Partido, ao dizer “sim”, ao apoiar os requerimentos que se encontram sobre a mesa, fazer aqui dois tipos de consideração que confirmam aquilo que de mais emotivo e sentimental tivemos oportunidade de ver e ouvir evocado nesta sessão.

Em primeiro lugar, desejamos registrar a nossa solidariedade pela dor que extravasou o âmbito da família, dor que ultrapassou o âmbito partidário e o cenário político e se inscreve como sendo um dos momentos de maior comoção que o nosso País viveu. Quero também registrar a admiração, registrar o aplauso ao exemplo e o respeito à memória do Deputado Luís Eduardo Magalhães e reafirmar aqui, em meu nome e em nome da minha família, uma profunda e sincera solidariedade pela perda que o seu Partido, os seus familiares, seu Estado e o País sentem do dia 21 de abril para cá.

A segunda colocação que pretendo fazer é endereçar a cada um dos seus familiares uma palavra de conforto, porque sem dúvida alguma todas essas manifestações que colocam em relevo a personalidade do Deputado Luís Eduardo Magalhães constituem o maior consolo, o maior conforto que aqueles que ficam podem auferir.

Todas essas manifestações, repito, que enaltecem a personalidade de Luís Eduardo Magalhães devem-se constituir numa forma carinhosa de conforto para os seus familiares.

Concluo, destacando dentre esses familiares aquele que convive conosco: o Presidente desta Casa, Senador Antonio Carlos Magalhães. 

Já foi dito, com absoluta precisão pelos oradores que me antecederam que a dor do pai, ao ver ser enterrado o seu filho, é particularmente perversa, cruel.

Giovanni Papini, quando fez as pazes com a Igreja e com a sua consciência, escreveu a história de Cristo, sucedendo o livro O Diabo, que lhe tinha valido a excomunhão. Ele descreveu, de maneira perfeita, por que essa dor do pai ao perder o filho é particular e singularmente cruel. É porque o amor do pai para com o filho é, segundo Giovanni Papini, na escala de sentimentos que o ser humano pode nutrir pelos seus semelhantes, o único momento em que o amor consegue ser concebido e ser expressado com perfeição, sem jaça, sem mancha e sem defeito, porque, no dizer de Giovanni Papini, o pai consegue ver projetado no seu filho o conjunto das suas virtudes, dos seus sonhos e, cada vez que o filho consegue excedê-lo, ele não tem espécie alguma de pontada de ciúme, ele se realiza quando o filho o excede, quando o filho é reconhecido por virtudes às quais ele próprio, pai, não é associado.

Por esta razão, o amor do pai para com o filho é, na escala de valores dos sentimentos humanos, o sentimento mais perfeito, no dizer de Giovanni Papini. Em decorrência disso é que a dor que resulta de uma perda dessa natureza é uma dor singularmente difícil.

Ao registrar aqui a minha palavra de solidariedade ao Senador Antonio Carlos Magalhães, encerro as minhas palavras com o que leio hoje na coluna de Carlos Heitor Cony, referindo-se a Antonio Carlos Magalhães:

           “Nada devo a ele, nem ele a mim, mas encontrei nele um coração imenso, que transcende à luta política, na qual é considerado o profissional mais competente. A esse coração, agora despedaçado, gostaria de dirigir uma palavra de carinho e solidariedade, e acredito que a maioria do povo brasileiro gostaria de fazer o mesmo”.

Sou um daqueles que, aqui convivendo com Antonio Carlos Magalhães, subscrevo estas palavras que traduzem aquilo que, tenho certeza, a imensa maioria do povo brasileiro gostaria de lhe fazer chegar.

Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 24/04/1998 - Página 6966