Discurso no Senado Federal

PREMENCIA NO DEBATE ENTRE AS AUTORIDADES DE EDUCAÇÃO, PROFESSORES E SERVIDORES, NO ENCONTRO DE UMA SOLUÇÃO PARA O TERMINO DA GREVE DAS UNIVERSIDADES.

Autor
Josaphat Marinho (PFL - Partido da Frente Liberal/BA)
Nome completo: Josaphat Ramos Marinho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ENSINO SUPERIOR.:
  • PREMENCIA NO DEBATE ENTRE AS AUTORIDADES DE EDUCAÇÃO, PROFESSORES E SERVIDORES, NO ENCONTRO DE UMA SOLUÇÃO PARA O TERMINO DA GREVE DAS UNIVERSIDADES.
Publicação
Publicação no DSF de 08/05/1998 - Página 7712
Assunto
Outros > ENSINO SUPERIOR.
Indexação
  • EXPECTATIVA, NEGOCIAÇÃO, MINISTERIO DA EDUCAÇÃO (MEC), PROFESSOR, UNIVERSIDADE FEDERAL, SOLUÇÃO, GREVE, BENEFICIO, ENSINO SUPERIOR, EDUCAÇÃO, BRASIL.

O SR. JOSAPHAT MARINHO (PFL-BA. Para uma comunicação.) - Sr. Presidente, Srs. Senadores, os jornais continuam a dar informações sobre a greve dos professores universitários no País.

Ontem, o nobre Senador Esperidião Amin comunicou à Casa entendimento de Parlamentares de diferentes partidos com o nobre Ministro da Educação, em função do que estariam sendo encaminhadas propostas para um diálogo mais direto entre os professores e servidores em greve e as autoridades competentes.

Não é hora, ao que me parece, de analisar a greve, de julgá-la, no sentido de apoiá-la ou de condená-la. A gravidade da situação aconselha antes que se manifeste a expectativa de uma solução por entendimento entre o meio universitário e o Ministério da Educação. Cumpre apenas assinalar que não é comum uma greve de professores universitários e com extensão a todo o País. Se essa greve ocorre, é porque fatos relevantes, graves, se verificaram, justificando o movimento.

Ao longo do tempo, os professores universitários têm sido molas amortecedoras das divergências entre o meio universitário e as autoridades da educação. Esse pormenor precisa ser levado em consideração pelo Ministério da Educação.

Não se há de dizer - seria injusto fazê-lo - que o Ministro Paulo Renato Souza não seja um homem habilitado ao debate, ao diálogo; ao contrário, o Ministro, além de educado, é um homem apto a discutir e, sobretudo, a discutir com os seus colegas professores, já que também mestre ele é. O que se pede, portanto, neste instante, é que o ilustre Ministro abra mais o debate, detenha-se na análise dos motivos determinantes da greve e de sua extensão, pois anuncia-se que cerca de 50 universidades federais estão com suas atividades suspensas.

Não é hora, evidentemente, de atos de punição, quaisquer que sejam. Não é que os professores sejam privilegiados, mas as razões determinantes da greve e a posição sempre contida dos professores reclamam também um tratamento adequado, que não os leve a posições mais radicais.

Como se anunciou aqui que ocorrerá entendimento direto na próxima semana, quero, com essas breves palavras, manifestar a esperança de que os professores e o Ministério encontrem um campo comum para a solução razoável da greve.

Cumpre observar mesmo que, do ponto de vista geral do País, é aconselhável que assim se encontre o caminho pacífico para superar os desentendimentos existentes. No momento em que aumenta o desemprego no País, em que o Movimento Sem-Terra se agrava e em que o sofrimento cresce por efeito da seca no Nordeste, não convém que os atritos se multipliquem ou possam projetar-se em outros ângulos da sociedade brasileira.

É essa a expectativa que manifesto, que um lado e outro, professores e Ministro, com a responsabilidade comum que têm, encontrem o caminho para solucionar a greve, sem diminuição de ninguém, mas sobretudo no interesse das universidades e da educação no País.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 08/05/1998 - Página 7712