O SR. JOSAPHAT MARINHO (PFL-BA. Para encaminhar. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o justo elogio de Carlos de Brito Velho, o Brito Velho, como era seu apelido parlamentar, já foi feito, com muito brilho e emoção, pelo nobre Senador Pedro Simon, a que o nobre Senador Bernardo Cabral acresceu referências do seu conhecimento direto.

Também conheci de perto Brito Velho. Quando exercia eu o primeiro mandato de Senador, era ele Deputado Federal. Morávamos na Superquadra 105 e, freqüentemente, vínhamos juntos para o Congresso, em companhia do Senador Men de Sá. Era uma figura encantadora. Cordial, afetuoso, mas, ao mesmo tempo, se as circunstâncias exigissem, era homem de manifestação brusca, por sua bravura. Culto, largamente culto, ele revelava a cultura, entretanto, com a maior simplicidade; fazia-o na conversa, como quem nada demonstrava, mas aí seus conhecimentos se desdobravam com encanto para quem o ouvisse.

E o homem que, de princípio, apoiou o movimento militar de 64, mantendo, entretanto, sua postura de independência, quando considerou que o Governo estabelecido não correspondia aos seus anseios democráticos, renunciou ao mandato de Deputado e se recolheu ao Rio Grande do Sul.

Não há muito recebi dele longa carta, em que referiu nomes, fatos, circunstâncias do tempo em que convivemos. A idade e a doença não lhe faziam esquecer impressionantes pormenores que ele trazia à nossa memória. Agora o Senador Pedro Simon nos dá a triste notícia do seu falecimento.

Quero juntar o testemunho de saudade e de apreço a essa singular figura da vida brasileira ao tempo em que manifesto ao seu Estado a tristeza por sua perda.