O SR. CARLOS BEZERRA (PMDB-MT. Para uma breve comunicação.) - Sr. Presidente, Srªs e Sr. Senadores, na próxima segunda-feira, dia 10 de maio, será realizado em Rondonópolis, minha cidade, um grande encontro sobre a Ferronorte. Estarão presentes o Ministro dos Transportes, Eliseu Padilha; o Ministro do Desenvolvimento Regional, Ovídio de Ângelis; o Diretor-Geral do DNER, Genésio Bernardino; bem como vários Parlamentares de São Paulo, Goiás e Mato Grosso.  

Rondonópolis, em Mato Grosso, começa a se preparar para receber o benefício da ferrovia, que é a mais moderna do mundo. Em Rondonópolis será sediado o maior terminal da ferrovia, bem maior do que os de Mato Grosso do Sul e de um outro no município de Alto Taquari, em Mato Grosso. É importante dizer, Sr. Presidente, que a ferrovia vai trazer um benefício incomensurável à Região Centro-Oeste. O grande problema da nossa região é a distância. A construção da ferrovia vai diminuir enormemente o custo do frete tanto dos insumos que consumimos em Mato Grosso quanto da grande produção agropecuária que exportamos. Há uma luta já iniciada em Rondonópolis, para criar um porto seco, para facilitar a exportação dos produtos transportados pela Ferronorte. No trecho Alto Taquari- Rondonópolis, a Ferronorte deverá aplicar cerca de R$1 bilhão; e grande parte deste recurso será de incentivos fiscais via Sudam. O Presidente da República, em boa hora, modificou a legislação sobre o uso de incentivos fiscais como resultado de um trabalho árduo nosso e de alguns outros Parlamentares empreendido desde o ano passado. Essa alteração permitiu que os megaprojetos da nossa região recebessem incentivos fiscais, porque até então apenas pequenos projetos poderiam beneficiar-se deles. E essa modificação vai atender a área de transporte, de saneamento básico, energia, gás e vai permitir o desenvolvimento muito rápido de toda infra-estrutura da Região Norte, da Região Amazônica e do Centro-Oeste.  

Esta comunicação, Sr. Presidente, tem o objetivo de registrar esse evento histórico altamente importante não só para Rondonópolis mas também para Mato Grosso e todo o Brasil. Creio que, com a Ferronorte, o Brasil começa, realmente, a entrar na era do transporte intermodal, um sonho sobre o qual ouve-se aqui nos discursos, mas que na prática não se realiza. O Ministério dos Transportes cuida muito das rodovias, preocupa-se muito com as rodovias e praticamente nada com as ferrovias e hidrovias.  

A visão intermodal tem que se tornar cada dia mais clara no país. A Ferronorte é um instrumento poderoso para proporcionar a integração entre as nossas hidrovias - pois há em Mato Grosso grandes rios navegáveis - rodovias e essa grande ferrovia que vai cortar o coração do Brasil. O projeto futuro da Ferronorte chega a Cuiabá e de Cuiabá vai até Porto Velho, no Estado de Rondônia, e até Santarém, no Estado do Pará. O projeto liga o País de Norte a Sul, liga o Porto de Santos ao Porto de Santarém e ao Porto do Rio Madeira, em Porto Velho, fazendo uma grande veia de comunicação no Brasil.  

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.  

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