O SR. LÚCIO ALCÂNTARA (PSDB-CE. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Serão mais do que suficientes, Srª Presidente, porque o fato em si já tem a sua carga de tristeza inerente.  

Refiro-me ao falecimento, provocado por um acidente de trânsito, de Dias Gomes - outra tragédia para a Bahia, infelizmente.  

Baiano, de Salvador, integrava a Academia Brasileira de Letras. Contista, romancista, diretor de teatro, autor de várias peças que notabilizaram a nossa televisão e à sua qualidade, aliás, uma de suas criações mais famosas é O Pagador de Promessas , escrita em 1959, e que estreou no Teatro Brasileiro de Comédia, em São Paulo, sob a direção de Flávio Rangel, com Leonardo Vilar no papel principal. Como filme, valeu ao Brasil a Palma de Ouro no Festival de Cannes, em 1962, dirigido por Anselmo Duarte.  

Sr. Presidente, recordo-me, neste momento, de algumas das principais telenovelas de sucessos na TV Globo: Assim na Terra como no Céu; Bandeira Dois; O Bem Amado; O Espigão; Saramandaia; Sinal de Alerta; Roque Santeiro e tantas outras criações suas que fizeram a alegria e o encantamento do nosso povo.  

Além do mais, ressalte-se a sua resistência durante o período do Governo Militar, empreendida de várias maneiras, sobretudo no campo intelectual, se insurgindo contra a censura, de que foi vítima por mais de uma vez, lutando pela restauração das liberdades no Brasil.  

Srª Presidente, Srªs e Srs. Senadores, desejo, neste momento, ao fazer este registro, destacar essa figura de grande proeminência na vida intelectual - inclusive porque era um dos raros intelectuais brasileiros que viveu do que escrevia, de suas produções, do seu trabalho intelectual, como autor, como teatrólogo, como homem de televisão.  

Era esse o registro, para que não deixássemos de prestar essa homenagem a esse grande intelectual brasileiro.  

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