Discurso no Senado Federal

ESCLARECIMENTOS SOBRE O EPISODIO DOS 'GRAMPOS' NO BNDES. (COMO LIDER)

Autor
Luiz Otavio (PPB - Partido Progressista Brasileiro/PA)
Nome completo: Luiz Otavio Oliveira Campos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
  • ESCLARECIMENTOS SOBRE O EPISODIO DOS 'GRAMPOS' NO BNDES. (COMO LIDER)
Publicação
Publicação no DSF de 01/06/1999 - Página 13517
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
Indexação
  • DEFESA, GOVERNO, FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, DENUNCIA, JORNAL, FOLHA DE S.PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), IRREGULARIDADE, PROCESSO, PRIVATIZAÇÃO, SISTEMA, TELECOMUNICAÇÕES BRASILEIRAS S/A (TELEBRAS).
  • COMENTARIO, ARTIGO DE IMPRENSA, PERIODICO, VEJA, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), COMPROVAÇÃO, IDONEIDADE, CONDUTA, PRESIDENTE DA REPUBLICA, PROCESSO, PRIVATIZAÇÃO, SISTEMA, TELECOMUNICAÇÕES BRASILEIRAS S/A (TELEBRAS), ILEGALIDADE, ESCUTA TELEFONICA.

O SR. LUIZ OTÁVIO (PPB-PA. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, primeiro, venho aqui, em nome da Liderança do Governo, para dizer que, sereno e tranqüilo, posso mostrar a verdadeira versão do episódio dos grampos.  

Primeiro, gostaria de lembrar que a reportagem foi muito longa e criou, nesta Casa principalmente, um clima bastante concorrido. Não tivemos a oportunidade de estar aqui naquela tarde em que foi apresentada a reportagem do jornal que mostrava mais de quatro horas de gravação. Hoje todos sabemos que há mais de 46 horas gravadas, pelo menos é o que diz a Imprensa. Fica aqui uma interrogação. Disse, naquele dia - e repito agora - que não vi ainda ninguém, ninguém mesmo, ser mais investigado do que o Presidente Fernando Henrique Cardoso. Agora diria mais: nos Estados Unidos, no affair Richard Nixon/ Watergate ficou bem claro que o Presidente grampeava os telefones e ouvia as conversas da Oposição e também as da Situação. Aqui, ao contrário, ouviram horas e horas de conversas do Presidente da República. Reviraram de cabeça para baixo a sua vida. Durante mais de quatro anos de Governo, inclusive durante a campanha eleitoral, quando sempre aparecem todos os tipos de denúncia, em nenhum momento, nada, nada – vou reafirmar – surgiu com relação à pessoa, à figura, à honradez, à seriedade do Presidente Fernando Henrique.  

Hoje, lendo a Revista Veja, fico mais uma vez gratificado de estar aqui defendendo o Governo, em nome do Líder do Governo, Senador Fernando Bezerra, e em nome do Presidente Fernando Henrique.  

A revista diz com bastante objetividade:  

"Grampeado, Fernando Henrique Cardoso saiu-se muito bem. Presidente, José Sarney citava a "liturgia do cargo" como uma característica que os governantes deveriam manter em público como um tributo à realeza das funções presidenciais. Traduzindo: um presidente deve, em suas aparições públicas, parecer solene e digno. Fernando Henrique Cardoso, grampeado, apanhado em momentos de intimidade ao telefone, falando com auxiliares com quem mantinha convivência informal, nem assim, ao natural, sem supor que estava sendo vítima de observação, nem assim Fernando Henrique derrapou. Não é para qualquer um. Nas sessenta horas de telefonemas grampeados por criminosos, antes, durante e depois dos leilões das empresas do sistema Telebrás, o presidente sobreviveu a qualquer dúvida..."  

A Veja ouviu a opinião de vários juristas, que passo a ler:  

"Manoel Alceu Affonso Ferreira - Não houve crime porque o presidente não interveio no leilão..."  

"Saulo Ramos - Pelo pouco que foi divulgado, vê-se que o presidente não incorreu em crime de favorecimento nem em nenhum outro".  

"Ives Gandra Martins - Não houve prevaricação do governo. A intervenção do presidente trouxe benefícios para o Estado."  

"Celso Bastos - Não houve crime. As únicas provas não podem ser usadas, porque são gravações ilícitas. Isso já derruba qualquer argumento. Outro fato é que o comportamento do presidente não prejudicou o Erário."  

"Sérgio Bermudes - O presidente pode ter razões para desejar a vitória de alguém que participe de uma licitação. Isso não tem problema algum. Seria errado se ele tivesse praticado algo que contrariasse as normas da licitação, o que não foi o caso".  

A Revista Veja também publica uma entrevista com o Presidente Fernando Henrique.  

O SR. PRESIDENTE (Ademir Andrade) - Senador Luiz Otávio, sendo a sessão de hoje não deliberativa, o tempo destinado a V. Exª é de apenas 5 minutos e já se esgotou. Além disso, não é permitido aparte.  

O SR. LUIZ OTÁVIO (PPB-PA) - Sr. Presidente, infelizmente, terei de retornar à tribuna, valendo-me da inscrição que fiz nominalmente, para poder usar do maior tempo possível, tendo em vista que a Oposição, com razão até, tem-se mantido presente na tribuna e tem tido muito mais tempo para apenas questionar e trazer as notícias ruins sobre o Governo. Quero ter a oportunidade de mostrar a verdade e as notícias boas que o Governo tem.  

Já vou encerrar, Sr. Presidente.  

Quando entrevistado pela Veja, o Presidente foi bem claro e mostrou-se irritado com as denúncias, logicamente. Disse: "Todos sabem que meu Governo não é corrupto".  

O Governo Fernando Henrique tem moral.  

"Só se faz grampo porque surte efeito e a sociedade não reage contra isso. Vivemos um Watergate ao contrário."  

Muito obrigado, Sr. Presidente.  

 

N


Este texto não substitui o publicado no DSF de 01/06/1999 - Página 13517