Discurso no Senado Federal

REGISTRO DA CANONIZAÇÃO DO PADRE MARCELINO CHAMPAGNAT, CRIADOR DA ORDEM DO INSTITUTO DOS PEQUENOS IRMÃOS DE MARIA - IRMÃOS MARISTAS, NO DIA 18 DE ABRIL DO CORRENTE ANO.

Autor
Pedro Simon (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RS)
Nome completo: Pedro Jorge Simon
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
IGREJA CATOLICA.:
  • REGISTRO DA CANONIZAÇÃO DO PADRE MARCELINO CHAMPAGNAT, CRIADOR DA ORDEM DO INSTITUTO DOS PEQUENOS IRMÃOS DE MARIA - IRMÃOS MARISTAS, NO DIA 18 DE ABRIL DO CORRENTE ANO.
Publicação
Publicação no DSF de 17/06/1999 - Página 15511
Assunto
Outros > IGREJA CATOLICA.
Indexação
  • REGISTRO, HOMENAGEM, MARCELINO CHAMPAGNAT, SACERDOTE, IGREJA CATOLICA, COMENTARIO, BIOGRAFIA.

O SR. PEDRO SIMON (PMDB-RS) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, Eu gostaria de registrar hoje, desta tribuna, a canonização, no dia 18 de abril do corrente, do padre Marcelino Champagnat, criador da ordem do Instituto dos Pequenos Irmãos de Maria, mais conhecidos como irmãos Maristas.  

Por decisão de Sua Santidade, o papa João Paulo II, Marcelino Champagnat passou a ser considerado santo da Igreja Católica Apostólica Romana na conclusão de um processo iniciado em 1888, portanto, há 111 anos. A beatificação ocorreu em 1955, com a comprovação dos dois primeiros milagres. Em 1997 foi aceito o terceiro milagre, o que tornou possível a canonização, agora concretizada.  

Filho de camponeses, Marcelino Champagnat nasceu em maio de 1789, em Rosey, na França. De sua mãe e de uma tia, ex-enclausurada, recebeu a formação religiosa que o levaria ao Seminário Menor de Verrières. Teve muitas dificuldades e chegou a pensar em abandonar os estudos, mas seguiu em frente e cursou o Seminário Maior de Lyon. Ordenou-se em 1816 e foi para Lavalle, no interior da França.  

Naquela cidade teve sua atenção despertada para o problema da educação, ao ver a dificuldade que filhos dos camponeses de sua paróquia que não recebiam nenhum tipo de orientação para a vida. Foi então que decidiu dedicar-se à missão de ensinar e de catequizar. Aos poucos foi agregando jovens educadores ao redor de si. Mas, ao longo de toda sua vida, não teve o apoio dos poderes públicos. Entre os próprios sacerdotes tinha pouco apoio.  

Mesmo assim, quando faleceu, em 1840, aos 51 anos, a congregação por ele criada tinha 280 irmãos espalhados por 48 comunidades da França e por quatro em outros países. Hoje, passados quase 160 anos, são 5 mil os irmãos Maristas, espalhados por 75 países, entre eles o Brasil. Em nosso país, existem hoje 65 colégios, 35 obras sociais, duas universidades (uma em Porto Alegre e uma em Curitiba) e uma editora comandada pela ordem. O trabalho educacional que vem sendo desenvolvido pelos irmãos Maristas em nosso País é da maior importância e tem o reconhecimento de toda a sociedade.  

Sr. Presidente, para concluir, eu gostaria de transcrever aqui o trecho de um documento publicado na revista Echo, do Instituto dos Irmãos Maristas de Roma. Diz o documento:  

"Marcelino Champagnat, um coração sem fronteiras, aponta para o retorno do projeto criador de Deus. Quando uma pessoa vive sua existência, partindo dessa perspectiva, adquire uma dimensão profética, porque o amor que une é a chave de sua atuação. Marcelino afirmou: Todas as dioceses do mundo entram em nossos planos. Não há fronteiras geográficas que resistam ao impulso do carisma. Enviou irmãos à Oceania, viagem imprudente e aventureira naquela época. Não há fronteiras sociais porque os que estão à margem são os privilegiados. Por isso, combateu a ignorância religiosa e a pobreza mediante a educação integral da pessoa. Consciente do prejuízo que as fronteiras produzem, da dor e do sofrimento que geram... arriscou enfrentá-las para dedicar-se aos mais necessitados".  

Era o que eu tinha a dizer.  

Muito obrigado.  

 


Este texto não substitui o publicado no DSF de 17/06/1999 - Página 15511