Discurso no Senado Federal

IMPLANTAÇÃO DO PROJETO DE IRRIGAÇÃO FLORES DE GOIAS.

Autor
Mauro Miranda (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/GO)
Nome completo: Mauro Miranda Soares
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA AGRICOLA.:
  • IMPLANTAÇÃO DO PROJETO DE IRRIGAÇÃO FLORES DE GOIAS.
Publicação
Publicação no DSF de 19/06/1999 - Página 15766
Assunto
Outros > POLITICA AGRICOLA.
Indexação
  • IMPORTANCIA, PROJETO, IRRIGAÇÃO, ESTADO DE GOIAS (GO), ESPECIFICAÇÃO, VALE DO PARANÃ, INFERIORIDADE, CUSTO, INVESTIMENTO, PROXIMIDADE, CONSUMIDOR, DISTRITO FEDERAL (DF), PARCERIA, PROPRIETARIO, PROPRIEDADE RURAL, PODER PUBLICO, OBJETIVO, REFORMA AGRARIA.
  • REGISTRO, GESTÃO, ORADOR, LIBERAÇÃO, RECURSOS EXTRA ORÇAMENTARIOS, COMPLEMENTAÇÃO, RECURSOS, FUNDO CONSTITUCIONAL DE FINANCIAMENTO DO CENTRO-OESTE (FCO), OBJETIVO, CONCLUSÃO, PROJETO, IRRIGAÇÃO, MUNICIPIO, FLORES DE GOIAS (GO), ESTADO DE GOIAS (GO).

O SR. MAURO MIRANDA (PMDB-GO) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, é sempre bom lembrar que, em meio às crises e não obstante as muitas dificuldades, existe um Brasil que cria, que ousa, que avança, que progride. Quero trazer aqui um bom exemplo desse Brasil esperançoso: o Projeto de Irrigação Flores de Goiás. Flores de Goiás fica na região mais pobre do Estado de Goiás, sua região nordeste, no Vale do Paranã.  

O Vale do Paranã tem grande potencial para agricultura irrigada e tem sido objeto, ao longo dos anos, de vários estudos e propostas de ambiciosos projetos de irrigação. Ambiciosos, porém perfeitamente viáveis, acenando com excelentes perspectivas para uma região que, hoje, significa pobreza, mas que, amanhã, poderá ser, para o País, um exemplo primoroso de desenvolvimento e de redenção social.  

O Projeto de Irrigação Flores de Goiás, muito atraente em termos de viabilidade econômica, vai sendo implantado por meio de uma feliz associação entre a ação do Poder Público e da iniciativa privada, esta representada pela COOPERFLORES, a cooperativa dos produtores locais. A COOPERFLORES foi fundada em 1993, especificamente para coordenar a implantação do projeto e operar a distribuição de água e a manutenção das estruturas de irrigação, uma vez implantadas. São produtores já estabelecidos, experientes em diversos ramos da agricultura, entre eles o da rizicultura irrigada. A produção de arroz irrigado deverá ser um dos principais sucessos econômicos a serem promovidos pelo Projeto de Irrigação Flores de Goiás.  

O Projeto, nas suas duas etapas, estrutura-se em torno de um canal principal de irrigação, o Canal Paranã, de 106 quilômetros de extensão. A captação e distribuição de água se faz por gravidade, sem dispêndio de energia, o que explica o baixo investimento, se levado em conta o valor da produção que ele ensejará. Alimentam o Canal Paranã os reservatórios de duas barragens principais, as dos rios Paranã e Macacão, além de numerosas pequenas captações que aproveitam a vazão de diversos ribeirões e arroios ao longo do canal. Os canais secundários, que levam a água aos campos de produção, totalizam 250 quilômetros de extensão.  

O Projeto aproveita muito bem as condições locais, excepcionalmente favoráveis do ponto de vista da topografia, dos recursos hídricos e da qualidade dos solos. Próximo ao Distrito Federal, o Projeto é apoiado por boa infra-estrutura e garante acesso, ao mercado comprador, da produção que irá gerar: arroz, feijão, tomate industrial, frutas. A área total irrigada será de 26.500 hectares, para um investimento de 45 milhões de reais. O investimento por hectare irrigado é apenas cerca de 40% do custo típico do hectare irrigado em projetos similares.  

Uma característica marcante do Projeto, de impacto social altamente positivo, é que, em troca do investimento do Poder Público, os proprietários beneficiados doarão 12% da área irrigada de cada propriedade para o assentamento de pequenos produtores, numa estimativa de 15 hectares irrigados por família assentada.  

Um dos efeitos favoráveis do Projeto de Irrigação Flores de Goiás será o surgimento, na região, de agroindústrias para beneficiamento da produção agrícola: beneficiamento de grãos e processamento industrial de frutas.  

No entanto, não há dúvida de que, não obstante toda a riqueza e prosperidade derivadas do Projeto em si, seu maior impacto na região nordeste de Goiás será o efeito-demonstração, a geração de uma mentalidade de irrigação, a prova de que o imenso potencial do Vale do Paranã pode ser transformado em realidade. Ora, Sr. Presidente, os projetos de irrigação no Vale do Paranã totalizam o fabuloso potencial de 250.000 hectares irrigados, sempre por gravidade, a um custo muito baixo!  

Sr. Presidente, no último dia 30 de abril foi liberada a última parcela do orçamento de 98 previsto para o Projeto, parcela no valor de 1 milhão e 800 mil reais. Trata-se do orçamento do Fundo Constitucional do Centro-Oeste, onde projetos de irrigação em Goiás foram contemplados com 15 milhões de reais, sendo a metade para Flores de Goiás e metade para o Projeto de Irrigação Luís Alves, na região norte do Estado.  

No entanto, Sr. Presidente, para completar a 1ª etapa de Flores de Goiás, são necessários agora recursos extraorçamentários da ordem de 4 milhões e 700 mil reais, destinados à construção da barragem prevista no rio Paranã. Isso, para que o Projeto não se interrompa, para que não se frustrem as esperanças daquela região, para que comece a se concretizar a geração dos 4.900 empregos que se prevê que o Projeto irá criar.  

Já estamos fazendo gestões junto ao Governo Federal para que esses recursos sejam liberados, para que esse importante projeto não sofra solução de continuidade, para que ele possa cumprir o seu destino de marco desenvolvimentista de Goiás e da Região Centro-Oeste.  

Muito obrigado.  

 


Este texto não substitui o publicado no DSF de 19/06/1999 - Página 15766