O SR. MAURO MIRANDA (PMDB - GO. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, venho, hoje, a esta tribuna para falar sobre um assunto que não é daqueles temas clássicos da rotina parlamentar. Faço uso do meu espaço privilegiado de Senador, para trazer um depoimento pessoal, como cidadão, a respeito da mais importante instituição jornalística do meu Estado de Goiás e de toda a Região Centro-Oeste.  

Srªs e Srs. Senadores, para acompanhar a vida do meu Estado, sentir a direção dos fatos políticos, econômicos e sociais e analisar o meu papel de representante popular diante de nossas peculiaridades conjunturais, cumpro uma rotina que me acompanha desde aquele primeiro momento em que entrei para a vida pública. Essa rotina é a leitura atenta e obrigatória do jornal O Popular , o matutino que circula por todo o Estado de Goiás e que chega às bancas de Brasília e de vários Estados com reconhecida pontualidade. Onde houver um goiano nesse imenso território brasileiro, haverá um leitor fiel e assíduo do nosso principal matutino.  

Mas este não seria assunto a ser trazido ao conhecimento desta Casa, senão por um fato que não pode escapar às vistas dos eleitores de O Popular . Sem alarde, sem o ufanismo do oba-oba, sem que haja qualquer apelo especial para a atenção do leitor, venho notando que este jornal está passando por uma revolução de conteúdo editorial em todos os seus espaços informativos. Desconheço se esse avanço de qualidade tem origem em mudanças previamente planejadas, ou se ele é produzido pela dinâmica criativa das pautas, pela competência dos editores, ou pela capacidade investigativa dos repórteres. A verdade é que o jornal melhorou muito, e está melhorando a cada dia, trazendo matérias novas, abrindo novos espaços de cobertura, enriquecendo a interpretação dos fatos. Tudo isso dentro de um padrão gráfico que é, sem dúvida, um dos melhores do País.  

Tenho, contudo, uma observação especial a fazer como leitor que se sente um pouco no dever da gratidão. O jornal O Popular está ressuscitando a reportagem, um gênero de jornalismo que já foi o carro-chefe das grandes revistas e dos grandes matutinos deste País e que foi aos poucos sendo abandonado desde que apareceu a televisão. Temas palpitantes e de elevado interesse para a sociedade goiana têm ocupado fartos espaços, principalmente nas edições de domingo. Vale destacar, entre esses temas relevantes, a degradação do rio Araguaia, a destruição gradativa de áreas de preservação do cerrado, como o Parque das Emas, e a perigosa redução dos mananciais que fornecem água potável a grandes cidades como Goiânia.  

Esse é um grande serviço de alerta e de interesse público que vem sendo prestado por esse jornal do Grupo Jaime Câmara. Sem risco de exagero, creio que O Popular é hoje uma das instituições jornalísticas mais preocupadas com o meio ambiente em nosso País.  

Outra área em que O Popular tem realizado grandes investimentos em espaço, qualidade informativa e talento profissional é a das entrevistas políticas, que estão no mesmo patamar de atualidade e conteúdo dos jornais mais tradicionais do País. São exemplos as entrevistas mais recentes com o Presidente Fernando Henrique Cardoso, com o Ministro Aloysio Nunes Ferreira Filho e o Vice-Presidente Marco Maciel. Não estou falando de um jornal de primeira página apenas ou de um jornal domingueiro. A cobertura política é da melhor qualidade nas edições diárias: é completa, é isenta, não tem os ranços provincianos do passado e não discrimina partidos por motivações comerciais. Faço este depoimento com absoluta tranqüilidade porque presido o PMDB, que é o Partido de Oposição ao atual Governo de Goiás. E temos ainda o brilho, a graça e o humor da coluna Giro, que não perde em nada para as colunas consagradas da chamada grande imprensa do País, graças ao feeling e ao talento do jornalista Ivan Mendonça.  

Refiro-me à política porque é a editoria de meu interesse imediato, mas seria injusto falar em gradação de qualidade em um jornal em que todos os assuntos são tratados com a mesma competência profissional, desde a política até a cobertura local, passando pela economia, pelos esportes, pelo noticiário policial e pela cultura. Aliás, devo reconhecer, como deve fazê-lo todo o povo goiano, que os atuais estágios de evolução e de conhecimento dos nossos movimentos culturais, tanto no Brasil como no exterior, devem muito ou quase tudo aos espaços crescentes que O Popular tem concedido às artes e aos artistas de nosso Estado.  

Srªs e Srs. Senadores, creiam que esta é a manifestação espontânea, desinteressada, mas necessária por tratar-se de uma instituição jornalística que tem tido importância decisiva na orientação da opinião pública do Estado que represento nesta Casa.  

Não sou homem de freqüentar redações e sou até criticado pela carência desse hábito. Não tenho compromissos de ordem pessoal com este ou aquele órgão de imprensa e também não sou aquele tipo de figura notória que costuma atrair a direção dos holofotes. Por isso, estou rigorosamente à vontade para trazer a esta Casa o registro do meu reconhecimento pelos excelentes ganhos de qualidade que vêm sendo conquistados pelo jornal O Popular . 

Ao proferir essas palavras, quero homenagear a memória do grande pioneiro que foi Jaime Câmara, um homem especial que veio do Nordeste para enriquecer o espírito de goianidade, que deve muito a esse lutador.  

Quero parabenizar meus bons amigos Jaime Câmara Júnior e Domiciliano de Faria, além de diretores, editores e repórteres desse modelo de jornal que orgulha a todos que têm amor pela terra goiana.  

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.  

Muito obrigado.