Discurso no Senado Federal

PROFICIENCIA DA EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUARIA - EMBRAPA, DESTACANDO A CAMPANHA DE INCENTIVO AOS PROCESSOS MODERNOS DE PLANTIO DO MILHO E DO FEIJÃO NOS ESTADOS DO CENTRO-OESTE, SUL, SUDESTE E NORDESTE.

Autor
Mauro Miranda (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/GO)
Nome completo: Mauro Miranda Soares
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. POLITICA AGRICOLA.:
  • PROFICIENCIA DA EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUARIA - EMBRAPA, DESTACANDO A CAMPANHA DE INCENTIVO AOS PROCESSOS MODERNOS DE PLANTIO DO MILHO E DO FEIJÃO NOS ESTADOS DO CENTRO-OESTE, SUL, SUDESTE E NORDESTE.
Publicação
Publicação no DSF de 17/09/1999 - Página 24539
Assunto
Outros > HOMENAGEM. POLITICA AGRICOLA.
Indexação
  • ELOGIO, EFICIENCIA, ATUAÇÃO, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), ESPECIFICAÇÃO, CAMPANHA, MODERNIZAÇÃO, PROCESSO, PLANTIO, MILHO, FEIJÃO, ESTADOS, REGIÃO CENTRO OESTE, REGIÃO SUL, REGIÃO SUDESTE, REGIÃO NORDESTE, TRANSFERENCIA, TECNOLOGIA, AUMENTO, PRODUÇÃO, AMPLIAÇÃO, RENDA, FAMILIA.

O SR. MAURO MIRANDA (PMDB - GO) - Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Embrapa, está marcando mais um ponto positivo na sua história de eficiência. Quando falo sobre a Embrapa, falo como alguém que está cumprindo um dever de gratidão. E gratidão é um sentimento a que nós, os goianos, não podemos nos furtar, porque a história do salto agrícola vivido pelo nosso estado, nos últimos vinte anos, é a própria história da atuação da Embrapa, como elo tecnológico que substituiu os processos antigos da lavoura por novas tecnologias definitivamente incorporadas pelos nossos produtores. Engenheiros agrônomos, técnicos de laboratório, pesquisadores de campo e funcionários da Embrapa são hoje, para nós, personagens de um processo de desenvolvimento que veio para ficar, e no qual eles são atores ativos e indispensáveis.  

Agora, senhoras e senhores senadores, a empresa está avançando e inovando mais uma vez, com uma campanha inteligente e muito bem planejada para incentivar processos modernos de plantio do milho e do feijão nos estados do Centro-Oeste, Sul, Sudeste e Nordeste. A idéia básica é distribuir seis variedades de sementes selecionadas de milho, adaptáveis às condições de solo e clima de cada região, para a formação de estoques destinados às safras seguintes. Depois, a partir de fevereiro do ano que vem, será a vez do feijão. O objetivo é cobrir, conforme informação da própria empresa, "cinco mil comunidades rurais de agricultores carentes, compostas, em média, por vinte famílias, atingindo-se um total de 100 mil agricultores". Por aí se vê a extensão do programa e o seu alcance social, transferindo tecnologia, aumentando a produção, modernizando culturas e ampliando a renda das famílias na base da pirâmide social.  

A estratégia definida pela empresa nem parece coisa de serviço público, tal o detalhamento que foi definido para impedir falhas. Eis alguns exemplos: cada comunidade receberá uma fita de vídeo sobre a tecnologia de produção e beneficiamento das sementes, além de uma cartilha de idêntico conteúdo. Uma outra publicação vai mostrar os benefícios do consumo de milho na alimentação humana e animal, além de demonstrar as propriedades positivas do grão em empreendimentos agroindustriais familiares. Acompanha esse "kit" um questionário a ser preenchido pela comunidade, contendo informações que permitam avaliar a campanha. A cota por comunidade será de dez quilos de milho e 20 de feijão, tornando possível o plantio de 500 mil hectares, uma extensão equivalente a 10 por cento da área que ainda não é coberta por sementes produzidas pelo setor privado.  

A Embrapa espera, com essa campanha, iniciar um processo de reversão de cultura das lavouras de pequenos proprietários rurais e dos ocupantes de assentamentos do Incra. As modernas tecnologias não têm chegado a esses núcleos, as sementes são as do tipo convencional, produzidas na propriedade ou compradas no comércio local, pratica-se uma agricultura de subsistência em que o milho é a base, e os resultados são frustrantes em termos de ganho de renda. Atualmente, a produção nessas áreas não passa de 1.500 quilos por hectare, enquanto a média nacional é de 2,75 mil quilos. A empresa do governo tomou o cuidado de vincular a distribuição de sementes à garantia de que haverá a presença de um técnico junto ao núcleo rural que se candidate a receber o insumo. É uma forma de assegurar resultados e garantir a continuidade do processo de melhoria de produção, agora iniciado por meio da disseminação de novas tecnologias.  

Srªs. e Srs. Senadores, poucas instituições, neste país, têm uma história de existência tão curta e um patrimônio de resultados tão importantes quanto a Embrapa. Nestes 25 anos de existência, com a herança dos antigos institutos regionais de pesquisa, o trabalho da Embrapa cumpriu papel de grande importância para a afirmação do Brasil como um dos maiores exportadores mundiais de grãos. Nesse período, a produção nacional de soja, por exemplo, alcançou novas fronteiras, deixando de ser um grão produzido exclusivamente na região sul, e avançando por todo o centro-oeste e regiões do Nordeste. Os cerrados do Centro-Oeste ganharam nova dimensão de importância econômica, e o conceito de solo agrícola mudou, com a incorporação de tecnologias que resgataram terras tidas antes como impresáveis.  

O Centro-Oeste, e sobretudo Goiás, devem muito à Embrapa. E é uma motivo de tranquilidade ter a Embrapa ao nosso lado. Com essa nova iniciativa da empresa, que seguramente terá reflexos nas comunidades mais longínquias do nosso estado, teremos ainda mais razões para ser gratos à Embrapa. Espero que o cumprimento do programa cumpra todas as metas planejadas, e que ele chegue aos nossos pequenos agricultores com a mesma garantia de qualidade que está sendo prometida pelo material de divulgação que foi distribuído.  

É a minha expectativa, Sr. Presidente.  

Muito obrigado.  

 

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Este texto não substitui o publicado no DSF de 17/09/1999 - Página 24539