Discurso no Senado Federal

CONTRARIO AO REAJUSTE DO TETO SALARIAL PARA O PODER PUBLICO, SEM QUE HAJA AUMENTO PARA TODOS OS TRABALHADORES.

Autor
Maguito Vilela (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/GO)
Nome completo: Luiz Alberto Maguito Vilela
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA SALARIAL. POLITICA SOCIAL.:
  • CONTRARIO AO REAJUSTE DO TETO SALARIAL PARA O PODER PUBLICO, SEM QUE HAJA AUMENTO PARA TODOS OS TRABALHADORES.
Publicação
Publicação no DSF de 30/09/1999 - Página 25727
Assunto
Outros > POLITICA SALARIAL. POLITICA SOCIAL.
Indexação
  • CRITICA, PRETENSÃO, AUMENTO, LIMITAÇÃO, SALARIO, QUADRO DE PESSOAL, PODERES CONSTITUCIONAIS, NECESSIDADE, REAJUSTE, SALARIO MINIMO, TRABALHADOR, BAIXA RENDA.
  • APOIO, ANTONIO CARLOS MAGALHÃES, PRESIDENTE, SENADO, IMPORTANCIA, INVESTIMENTO, POLITICA SOCIAL, REDUÇÃO, DESIGUALDADE SOCIAL, COMBATE, MISERIA, POBREZA.

O SR. MAGUITO VILELA (PMDB - GO. Para comunicação inadiável. Sem revisão do orador) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, desde o início da semana que os presidentes de todos os Poderes discutem um assunto de grande repercussão no país: o aumento do teto salarial dos servidores, que resultaria, em princípio, num reajuste dos vencimentos para a magistratura, ministros e parlamentares.  

A questão salarial no Brasil, de fato, é um assunto que hoje se reveste de grande importância e gravidade. O ajuste fiscal e o administrativo, em andamento nos Estados e no governo federal, provocaram um achatamento geral de salários poucas vezes visto. O salário mínimo no Brasil já é um dos menores da história - o equivalente a apenas 68 dólares.  

Este é, portanto, um problema que exige uma solução global e não arranjos isolados que geram revolta e contribuem para o aprofundamento das desigualdades no país. Quero deixar clara a minha posição sobre este assunto: se não for para acertarmos um reajuste para todas as categorias de trabalhadores brasileiros, torna-se inadmissível um ato que irá beneficiar apenas uma pequena e elitizada minoria.  

Até concordo que juízes, ministros de Estado e parlamentares estejam recebendo vencimentos abaixo do satisfatório. Mais do que nós, porém, o trabalhador comum, que ganha ainda muito menos, sofrendo com muito mais intensidade os efeitos da recessão, está a necessitar melhorias.  

Os reajustes salariais devem começar pela base, pelo mínimo, pelos que ganham menos. Registro o meu apoio à posição do Presidente do Congresso, o ilustre Senador Antonio Carlos Magalhães, e a outros parlamentares que tenham manifestado a mesma opinião. E deixo claro: a proposta de aumento do teto salarial do Legislativo, sem uma política global de melhorias em todos os níveis, não irá contar, de forma alguma, com o meu apoio e o meu voto.  

Tenho a esperança de que nos outros Poderes se tenha a mesma sensibilidade. A nossa luta deve estar centrada na redução das injustiças e das desigualdades e não se consegue isso tomando medidas que irão enlarguecer mais a distância entre os que ganham mais e os que ganham menos.  

Quero, portanto, deixar registrada essa minha posição, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores.  

 


Este texto não substitui o publicado no DSF de 30/09/1999 - Página 25727