O SR. PEDRO SIMON (PMDB-RS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, houve uma época em que nós, nas sextas-feiras, fazíamos aqui no Senado uma reunião informal. Independentemente de inscrição ou de prazo para falar, com apartes que se alongavam muito além do que permite o Regimento, e sem ninguém a complicar na Mesa, na sexta-feira analisávamos a situação do nosso País. Esses debates foram um dos melhores e mais proveitosos momentos de minha vida parlamentar.  

Não há dúvida nenhuma de que é importante ocupar a tribuna para fazer pronunciamentos – pronunciamentos que às vezes são brilhantes, outras vezes são importantes, quer sejam eles denúncias, quer sejam propostas, quer sejam uma tomada de posição de um Senador com relação a fatos sociais. Ainda mais importante, no entanto, é o debate, a discussão, o aprofundamento em torno daquilo que aqui é apresentado sobre o nosso País. Que boas eram aquelas reuniões de sexta-feira! Que pena não termos conseguido reabrir esse tipo de debate.  

Dirijo-me agora aos poucos Senadores que aqui se encontram para dizer que recebi, com grande entusiasmo, a proposta do Senador Antonio Carlos Magalhães de um fundo – sei lá qual o nome –para a erradicação da pobreza. Ele foi muito criticado, pessoas achavam que um homem com o seu passado, do PFL, liberal, etc. e tal, não tinha autoridade para falar sobre a matéria. Discordo. Quando o assunto é importante e tem significado, não importa, absolutamente não importa nem o passado, nem a profundidade das intenções de quem abre o debate. Se S. Exª abriu o debate como candidato a Presidente ou se o abriu pre û