Discurso durante a 35ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

HOMENAGEM A MEMORIA DA JORNALISTA MARIANA DABUL DE FAJURI, CUJO CENTENARIO FOI COMEMORADO COM EDIÇÃO ESPECIAL DA REVISTA CHAMAS.

Autor
Romeu Tuma (PFL - Partido da Frente Liberal/SP)
Nome completo: Romeu Tuma
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • HOMENAGEM A MEMORIA DA JORNALISTA MARIANA DABUL DE FAJURI, CUJO CENTENARIO FOI COMEMORADO COM EDIÇÃO ESPECIAL DA REVISTA CHAMAS.
Publicação
Publicação no DSF de 14/04/2000 - Página 7263
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE NASCIMENTO, MARIANA (MG), DABUL DE FAJURI, JORNALISTA, PAIS ESTRANGEIRO, LIBANO, ATUAÇÃO, BRASIL, PUBLICAÇÃO, PERIODICO, CHAMAS, ESTADO DE SÃO PAULO (SP).

O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, hoje se comemora o centenário em memória da jornalista Mariana Dabul de Fajuri. Assim, quero deixar aqui uma nota para ser dada como lida em homenagem a essa mulher, que completaria 100 anos de seu nascimento e que, pela intelectualidade, deixou um rastro de trabalho importante, principalmente na colônia árabe, com sua revista Chams, que circula tranqüilamente entre a colônia em São Paulo e em outros Estados.  

Peço que dê conhecimento à ABI, como sugestão do Senador Bernardo Cabral, desse pronunciamento que dou como lido.  

 

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SEGUE DISCURSO, NA ÍNTEGRA, DO SR. SENADOR ROMEU TUMA.  

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O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP.) - Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, a sabedoria, como grau máximo do conhecimento, provém da experiência adquirida ao longo da vida, aliada a uma base intelectual que, dependendo do grau de inteligência das pessoas, pode ser mais ou menos sólida para produzir resultados semelhantes. Entendo que, nesse processo de aprimorar o conhecimento, os exemplos dados pelos que nos antecederam são fundamentais, pois aceleram a aquisição de sabedoria que, cedo ou tarde, os seres humanos acabam por adquirir. Daí, nobres pares, ter pedido a palavra para lembrar a saudosa figura de uma mulher ímpar – a ilustre jornalista Mariana Dabul de Fajuri -, cujo centenário de nascimento está sendo lembrado hoje pela comunidade de origem árabe em meu Estado, através das comemorações que cercam uma edição especial da prestigiosa revista "Chams" por ela fundada em solo paulistano. Hoje, os que a conheceram e reverenciam, participarão da homenagem programada para logo mais, à noite, no Clube Atlético Monte Líbano, na cidade de São Paulo.  

Falar sobre a Sra. Mariana Dabul de Fajuri é descrever uma vida marcada por dificuldades e adversidades, mas também por indiscutível sucesso, moldado por sua incomum capacidade intelectual e de luta. Capacidade que lhe permitiu atingir o grande objetivo, qual seja o de ter sua própria revista.  

Nascida em 14 de fevereiro de 1899, na cidade de Koba, no Líbano, ali cresceu, casou-se e teve três filhos. Ao enviuvar, em 1928, decidiu emigrar com os filhos – Noha, Wadih e Adonis - para a América, seguindo o exemplo de outros conterrâneos. Fixou residência em Cuba, ao lado da mãe e dos irmãos.  

Em 1932, levou os filhos para a Argentina e conseguiu sustentar sozinha a família, costurando e lecionando árabe em casa. Ainda no país vizinho, conheceu o Sr. Elias Mussa Fajuri. Casaram-se em 1935 e tiveram o filho Raul, dois anos depois. Em 1940, a família veio para o Brasil e radicou-se em São Paulo, onde Elias se estabeleceu no comércio, mas veio a falecer em 1946.  

Mariana não se adapta ao comércio e vende o estabelecimento em 1954. Empreende viagem a Cuba, para visitar os irmãos, e de lá segue, sozinha, para os Estados Unidos, onde demonstra sobejamente suas qualidades intelectuais. Profere inúmeras conferências sobre o Brasil, sua gente e a comunidade árabe que o escolheu como nova Pátria. Lança a subscrição de assinaturas para a revista que iria fundar, na volta ao País. E, em 1954, apresenta a prestigiosa revista "Etapas", escrita em português e árabe, cujo primeiro número circula em outubro de 1955.  

A publicação continuou a ser editada até 1983. O filho Raul, herdando os dons jornalísticos da mãe, fixa residência definitiva em São Paulo, após andanças pelo Brasil. Em 1991, retoma a edição da revista com o nome "Chams", mas prosseguindo na linha editorial anterior, que transformara a publicação em porta-voz daquela comunidade, através de artigos, notícias e reportagens dedicados à cultura e à divulgação das atividades árabe-brasileiras.  

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores, este resumo biográfico dá apenas pálida idéia de tudo o que representou a vida exemplar dessa ilustre mulher em termos de idealismo e luta. Mas, creio que será suficiente para inspirar a animar todos os que buscam concretizar os próprios sonhos.  

Muito obrigado.  

 


Este texto não substitui o publicado no DSF de 14/04/2000 - Página 7263