Fala da Presidência durante a 84ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

HOMENAGEM AO CENTENARIO DE NASCIMENTO DO PROFESSOR ANISIO TEIXEIRA.

Autor
Antonio Carlos Magalhães (PFL - Partido da Frente Liberal/BA)
Nome completo: Antonio Carlos Peixoto de Magalhães
Casa
Senado Federal
Tipo
Fala da Presidência
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • HOMENAGEM AO CENTENARIO DE NASCIMENTO DO PROFESSOR ANISIO TEIXEIRA.
Publicação
Publicação no DSF de 28/06/2000 - Página 13844
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, CENTENARIO, NASCIMENTO, ANISIO TEIXEIRA, PROFESSOR, ELOGIO, CONTRIBUIÇÃO, RENOVAÇÃO, EDUCAÇÃO, BRASIL.

O SR. PRESIDENTE (Antonio Carlos Magalhães) – Ao encerrar o tempo destinado à Hora do Expediente, dedicado a homenagear o grande educador Anísio Teixeira, cabe-me traduzir o pensamento da Mesa do Senado no sentido de glorificar este grande nome nascido na Bahia e que viveu a serviço do Brasil.  

Não é mera coincidência, é o destino que fez com que aparecessem crianças nas galerias neste instante – e ainda estão aparecendo – para agradecer a Deus nos ter dado um Anísio Teixeira para que elas pudessem receber uma educação adequada, como Anísio desejava para todos os brasileiros.  

Anísio era o gênio que, se vivo fosse, completaria em 12 de julho o seu centenário. Esse gênio, em todos os cargos por que passou – e foram muitos e poderiam ter sido até maiores, porque não se compreende como um país que teve Anísio não tê-lo tido pelo menos como Ministro da Educação -, demonstrava sempre sua competência, tendo sido, sem dúvida, o maior educador brasileiro contemporâneo.  

Hoje, ele recebeu o elogio de vários Senadores, a começar pelo que melhor o conhecia, o Senador Artur da Távola, que se julga apenas um Senador do Rio de Janeiro, mas é muito mais baiano por causa de Anísio, que aprendeu a baianizá-lo – daí por que o seu êxito intelectual –, que traduziu para todos nós, com sua maneira fluente e competente, o que foi a vida de Anísio. Por mais que ele dissesse, não disse tudo e sabe que não disse, porque ninguém dirá tudo de Anísio Teixeira, até porque ele tinha alguma coisa que ninguém penetrava e que só ele sabia traduzir para o seu povo.  

Depois, a palavra do nosso Senador pela Bahia, Paulo Souto, nascido na mesma terra de Anísio, e que, por isso, pôde nos brindar com um excelente discurso. A seguir, a palavra sempre presente do Senador Eduardo Suplicy; o elogio do trabalho de Anísio em Brasília pelo Senador José Roberto Arruda e, ao final, o Senador Lúcio Alcântara, um dos melhores vultos desta Casa, fez uma síntese do que foi a vida de Anísio Teixeira, uma vida vitoriosa.  

O ensino moderno que temos hoje já era idealizado por Anísio há cinqüenta ou sessenta anos passados. Ele foi realmente o homem que pensou grande na educação do Brasil e que serviu muito à Bahia.  

Vi como foi feita a Escola Parque, um modelo do Brasil naquela época. Depois, outras surgiram, mas foi na Bahia que ela nasceu, e por iniciativa de Anísio, quando Secretário do Dr. Octávio Mangabeira. E naquele afã de fazer as coisas, quando ele encontrava resistências na área da Secretaria da Fazenda, procurava o Governador, que, com o seu jeito muito especial, sempre dizia: "Faça. O dinheiro aparece". E, assim, Anísio Teixeira pôde construir uma grande obra de educação na Bahia e uma grande obra de educação no Brasil.  

Anísio foi muito injustiçado. A injustiça, nesses grandes homens, é título, porque é sempre fruto da inveja dos incapazes e sobretudo daqueles que nunca puderam realizar o que Anísio Teixeira realizou.  

De modo que, quando vejo aqui a sua família, vejo também a Bahia presente. Quero relembrar com saudade o homem mais inteligente da sua época, que foi Anísio. Darcy Ribeiro dizia isso com uma convivência bem maior do que a minha. Mas, o pouco que convivi, posso também dizer que Anísio foi o melhor coseur que encontramos contemporaneamente na Bahia.  

Fazia gosto ouvir Jayme Ayres, Anísio, Nestor e, às vezes, Luiz Viana. Era um deleite para todos, sempre preponderando a figura de Anísio sobre a de todos.  

Daí por que quando o Senado homenageia a inteligência brasileira, a genialidade brasileira na figura de Anísio Teixeira, eu, como baiano, tenho orgulho e, como brasileiro, ainda acho que esse homem, morto há quase trinta anos, ainda está prestando os melhores serviços à educação no Brasil.  

(Palmas) 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Este texto não substitui o publicado no DSF de 28/06/2000 - Página 13844