Discurso durante a 16ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

HOMENAGEM PELO TRANSCURSO DO DIA DO BIBLIOTECARIO EM 12 DE MARÇO ULTIMO.

Autor
Lúcio Alcântara (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/CE)
Nome completo: Lúcio Gonçalo de Alcântara
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • HOMENAGEM PELO TRANSCURSO DO DIA DO BIBLIOTECARIO EM 12 DE MARÇO ULTIMO.
Publicação
Publicação no DSF de 20/03/2001 - Página 3535
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, DIA, BIBLIOTECARIO, REGISTRO, VALORIZAÇÃO, INFORMAÇÃO, ATUALIDADE, ESPECIFICAÇÃO, AMBITO, INTERNET, ELOGIO, SERVIDOR, BIBLIOTECA, SENADO.

O SR. LÚCIO ALCÂNTARA (PSDB - CE) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o calendário registra a passagem, dia 12 de março, do Dia do Bibliotecário. Como fiz em anos anteriores, venho à tribuna para, uma vez mais, prestar homenagem à categoria. E o faço, desta feita, considerando a aceleração que se verifica no quadro das constantes e intensas mudanças observadas dentro da ciência da informação, referencial maior onde se encontram os nossos homenageados de hoje. 

Data de muitos séculos a tendência de nós humanos produzirmos, estocarmos e consumirmos informação, porém nunca, em nenhuma outra etapa de nossa aventura, fomos tão pródigos na geração e dependemos tanto da informação quanto a partir do final da segunda guerra mundial.

O formidável volume de informações de que dispomos na atualidade, das descobertas arqueológicas, que permitem descobrirmos os cenários e os personagens que nos antecederam na longa trajetória do homo sapiens, à recente decifração do código da vida, enriquecem o nosso patrimônio cultural e permitem compreender melhor nossa origem, nosso papel e nossas possibilidades no planeta.

Mas também contribuem para a vertiginosa progressão da quantidade de informação produzida e disponibilizada. Como conseqüência, cresce a angústia, a ansiedade da informação, o que levou inúmeros estudiosos a pesquisar o tema em busca da compreensão do fenômeno da sobrecarga da informação, e suas implicações para o indivíduo e a sociedade.

A rede mundial de computadores, a Internet, que há dez anos contava com cerca de 50 sites, hoje reúne mais 10 milhões de sites. E a popularização da rede começou há menos de seis anos! Por trás de toda essa intrigante e sedutora escalada das tecnologias da informação e da comunicação estão os cientistas e os agentes da informação, ainda agora chamados bibliotecários, pela nobreza que a etimologia confere ao remeter-nos a um dos grandes fetiches da cultura, sobremodo a partir de Gutemberg: o livro.

Quando, com muita naturalidade, em casa ou no trabalho, precisamos efetuar uma rápida pesquisa na Internet, recorrendo a um hoje quase trivial portal de busca, como Yahoo!, Alta Vista ou Cadê?, estamos, na verdade, procurando e recebendo a ajuda de diversos bibliotecários. Eles se encontram por trás desses programas de recuperação da informação, emprestando seu talento e inteligência para que possamos proceder à procura racional e objetiva da informação requerida e, eventualmente, consegui-la.

Mas todo esse conjunto de mudanças sociais e a emergência constante e surpreendente de novas tecnologias passaram a exigir um novo perfil de profissional, de horizontes mais amplos, que experimenta crescentes graus de intelectualização. Um profissional melhor equipado em tecnicalidades e conhecimentos, apto a responder rápida e pontualmente às necessidades crescentes de uma sociedade que se tornou francamente ávida por informação, em alguns casos já tangenciando a “infodependência”.

É evidente que seria ingênuo, senão um imperdoável equívoco, imaginarmos que a maior parte da sociedade brasileira frui dos benefícios que a revolução das comunicações tem proporcionado. Dentro de um modelo profundamente desigual e injusto como o nosso, configura-se uma nova forma de apartação, que os anglo-saxões já denominaram de digital divide, a repetição, atualizada, do velho jogo de inclusão/exclusão social, agora via acesso à informação e ao conhecimento.

Exatamente por isso, independentemente dos esforços oficiais e das iniciativas particulares que buscam equipar nossas escolas, para oferecer a todos os jovens a alfabetização digital, hoje tão fundamental quanto as primeiras letras, as bibliotecas comunitárias e seus profissionais merecem a nossa atenção, incentivo e apoio efetivo.

São esses verdadeiros heróis que, nos mais longínquos rincões de nosso País, trabalham incansavelmente, superando obstáculos de toda a sorte, para colocar à disposição de milhões de jovens e adultos a matéria prima indispensável para a formação e a transformação do ser humano.

A esses profissionais, que labutam sob as mais adversas e precárias condições, a minha homenagem muito especial no dia de hoje.

            Mas, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ao concluir quero fazer referência expressa ao importante trabalho realizado pela Biblioteca do Senado Federal e seus profissionais. Devo também lembrar dos egressos de seus quadros que prestam serviços em diversos órgãos da Casa, como a Consultoria Legislativa, para citar apenas um setor que não pode prescindir dessa cooperação.

             Nos meus anos de Senado Federal, tem-me sido reservado - e acredito que de resto a todos os meus Pares - o privilégio de recolher cotidianamente a melhor impressão das bibliotecárias que colaboram conosco. Elas são verdadeiras musas, que iluminam os nossos espíritos e ampliam o nosso entendimento do mundo.

            Por intermédio das bibliotecárias da Casa, reitero as minhas homenagens a todos os profissionais de biblioteconomia, trabalhadores pioneiros do conhecimento, que, graças a sua competência e dedicação, crescem em respeitabilidade e importância para toda a sociedade.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 20/03/2001 - Página 3535