Discurso durante a 17ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

CONSIDERAÇÕES SOBRE NOTA DO MINISTRO DA SAUDE, PUBLICADA PELO JORNAL CORREIO BRAZILIENSE, RESPONSABILIZANDO PREFEITOS PELAS OCORRENCIAS DE DENGUE.

Autor
Mozarildo Cavalcanti (PFL - Partido da Frente Liberal/RR)
Nome completo: Francisco Mozarildo de Melo Cavalcanti
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SAUDE.:
  • CONSIDERAÇÕES SOBRE NOTA DO MINISTRO DA SAUDE, PUBLICADA PELO JORNAL CORREIO BRAZILIENSE, RESPONSABILIZANDO PREFEITOS PELAS OCORRENCIAS DE DENGUE.
Publicação
Publicação no DSF de 21/03/2001 - Página 3581
Assunto
Outros > SAUDE.
Indexação
  • LEITURA, TRECHO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, CORREIO BRAZILIENSE, DISTRITO FEDERAL (DF), ACUSAÇÃO, AUTORIA, JOSE SERRA, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA SAUDE (MS), OMISSÃO, PREFEITO, MUNICIPIOS, REGIÃO NORTE, COMBATE, AEDES AEGYPTI, PROVOCAÇÃO, EPIDEMIA, DOENÇA TRANSMISSIVEL.
  • CRITICA, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA SAUDE (MS), AUSENCIA, CAMPANHA, COMBATE, DOENÇA TRANSMISSIVEL, INSUFICIENCIA, RECURSOS, REPASSE, PREFEITURA.

O SR. MOZARILDO CAVALCANTI (PFL - RR. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras e Srs. Senadores, o Correio Braziliense de hoje publica uma nota do seguinte teor:

            José Serra Critica Prefeitos

O Ministro da Saúde, José Serra, explicou ontem em São Paulo que o elevado número de casos de dengue registrados esse ano deve-se à “frouxidão” dos prefeitos. “O que houve (em relação à dengue) foi moleza, frouxidão de alguns prefeitos que, por causa da campanha eleitoral, largaram o trabalho preventivo”, disse Serra, ressalvando que não se referia a todos os prefeitos das cidades onde a doença foi identificada. Ele afirmou que a dengue tem de ser combatida com eficácia no inverno. “Muitas prefeituras largaram o corpo. E o preço é a dengue atrapalhando a vida e a saúde das pessoas”. Questionado se a suposta “frouxidão” seria dos prefeitos de todas as cidades onde a doença surgiu, Serra disse que “em princípio, sim”, mas apontou exceções. Segundo ele, em algumas cidades do Acre a contaminação da população ocorreu por causa de cidades infectadas na Bolívia. “Há cidades (na Bolívia) em que 80% da população tem dengue. Nessas condições, não é possível evitar a contaminação”. (Agência Folha)

Vê-se, portanto, que o único Estado mencionado como exceção pelo Ministro é o Estado do Acre, do Senador Tião Viana. Os prefeitos dos demais Estados são diretamente acusados pelo Ministro de serem responsáveis pela epidemia de dengue que se alastra pelo País afora, nos grandes centros inclusive - aliás, só por isso essa doença está sendo notada e discutida, mas na Amazônia, há muito tempo, ela vem crescendo assustadoramente. No entanto, o Ministro, campeão no uso de redes de televisão e de rádio, não tem feito uma campanha adequada para combater esse mal e muito menos tem aparelhado adequadamente as prefeituras para combatê-lo - posso falar pelas prefeituras do meu Estado, que têm recebido uma quantia irrisória para combater essa doença.

Portanto, quero, mesmo sem ter procuração dos prefeitos brasileiros, dizer ao Ministro que não é dessa forma que S. Exª pode dar uma explicação à opinião pública em face do aumento assustador da dengue em todos os Estados brasileiros. E não é só a dengue, Sr. Presidente; são dignas de menção também a malária, a tuberculose, a hanseníase e muitas outras moléstias que podem ser evitadas por meio de vacinas.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/03/2001 - Página 3581