Discurso durante a 20ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Registro da inauguração da ponte rodoferroviária sobre o Rio Tocantins, entre os Estados de Tocantins e Maranhão

Autor
Eduardo Siqueira Campos (PFL - Partido da Frente Liberal/TO)
Nome completo: José Eduardo Siqueira Campos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA DE TRANSPORTES.:
  • Registro da inauguração da ponte rodoferroviária sobre o Rio Tocantins, entre os Estados de Tocantins e Maranhão
Publicação
Publicação no DSF de 24/03/2001 - Página 3929
Assunto
Outros > POLITICA DE TRANSPORTES.
Indexação
  • IMPORTANCIA, RECONHECIMENTO, ESFORÇO, AUTORIDADE, CIDADÃO, CONSTRUÇÃO, BRASIL.
  • SAUDAÇÃO, INAUGURAÇÃO, PONTE, RIO TOCANTINS, VIABILIDADE, FERROVIA, LIGAÇÃO, ESTADO DO MARANHÃO (MA), ESTADO DO TOCANTINS (TO), INTEGRAÇÃO, TRANSPORTE INTERMODAL, ELOGIO, JOSE SARNEY, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA, INICIATIVA, PRIORIDADE, OBRA PUBLICA.
  • ANUNCIO, INDUSTRIALIZAÇÃO, MUNICIPIO, AGUIARNOPOLIS (TO), ESTADO DO TOCANTINS (TO), INCENTIVO, DESENVOLVIMENTO REGIONAL.

O SR. EDUARDO SIQUEIRA CAMPOS (PFL - TO) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, retorno a esta tribuna, Sr. Presidente e Nobres Senadores, para registrar fatos auspiciosos relacionados com meu Estado. E o faço não por ufanismo, mas para que conste dos Anais desta Casa e seja do conhecimento da Nação que, apesar das mazelas ou dos escândalos - verdadeiros ou forjados -, o Brasil não só é viável, mas cresce e se desenvolve, graças ao trabalho dos brasileiros, longe das mazelas, das acusações, ou da fúria investigatória.

Creio que já é o momento, Sr. Presidente, de iniciarmos uma cruzada positiva em favor do Brasil, mesmo porque acredito que só a esperança e a informação adequada do que se pode fazer e do que se está fazendo viabilizarão a construção do País. É preciso levar ao povo essa informação e engajá-lo nessa esperança, porque é o povo, mais do que os burocratas, que está construindo e há de construir o novo Brasil.

Faço este registro e este apelo, Sr. Presidente, não por ufanismo, como já disse, nem por desejo de desconhecer as mazelas que devem ser eliminadas de nossa vida pública, mas faço-o porque muito de bom acontece, muito se faz e muitos bons brasileiros existem, em todos os segmentos da sociedade, que dedicam a vida à própria construção pessoal, à construção de sua família, de suas comunidades, do Brasil enfim.

Alerto, porém, Sr. Presidente, que estamos criando a cultura de elogiar os mortos e reconhecer suas qualidades, seu exemplo de vida. E isso é justo, louvável e necessário. Já diziam os antigos: de mortuis nisi bene. A respeito dos mortos, nada a não ser o bem. Assim praticamos - para nos ater apenas aos últimos tempos - com Getúlio Vargas, com Juscelino Kubitscheck e, de forma mais significativa ainda, com Tancredo Neves, Ulisses Guimarães, e neste momento, com Mário Covas. Só tenho que somar elogios por esse esforço de registrar as qualidades daqueles que, tendo vivido exemplarmente, ingressando na história, possam ser apontados como exemplos de cidadania, no sentido mais abrangente do termo, para todos os seus concidadãos.

Mas quero dizer que não é suficiente cultuar os grandes homens depois de mortos. É preciso identificá-los durante a vida, para que possam ter estímulo, apoio e oportunidade de realizar seus sonhos, quer sejam esses sonhos na vida pública, quer sejam na iniciativa privada.

Não é possível, Sr. Presidente, que, paralelamente à cultura de reverenciar os que morrem, continuemos a cultivar a cultura de denegrir os que vivem, desconhecer seu esforço e sua dedicação em favor do bem comum da construção deste País.

É necessário superar essa tendência doentia ao negativismo, ao catastrofismo, à atração pelo errado, pelo fracasso, porque é do positivo, é da crença, é da esperança que se constrói o futuro, pelo que se faz hoje e a cada dia.

Mais vezes virei a esta tribuna, Sr. Presidente, para falar sobre os fatos positivos que ocorrem no meu Estado, no Brasil e no mundo, e sobre as pessoas que, vivas, participativas, atuantes, exemplares, são autores, ou atores, desse esforço comum.

Desejo me referir hoje, tão somente, à breve inauguração da ponte rodoferroviária que, ultrapassando o rio Tocantins, no Estreito, entre o meu Estado e o Maranhão, há de viabilizar a extensão de ferrovia Norte-Sul até o meu Estado, na Região de Araguaína, em sua primeira etapa. Dessa região, espero que possam brevemente se iniciar os trabalhos de sua continuidade em direção ao sul, bem como o ramal que a ligue ao Araguaia, integrando aquela via fluvial ao sistema ferroviário que demanda o Porto de Itaqui, por meio da ferrovia dos Carajás.

É o novo sistema modal rodo-fluvial-ferroviário, que dará brevemente uma nova matriz de Transportes para o Brasil, integrando-o em si mesmo e voltando-o diretamente para o Hemisfério Norte, onde se situam mais de 80% da população, dos mercados e da economia mundiais, significando um passo gigante no rumo da eliminação do chamado custo Brasil.

Segundo anunciou o Dr. Luiz Raimundo Azevedo, Diretor Presidente da VALEC, empresa responsável pela ferrovia, a conclusão da ponte permitirá, com a retomada das obras da ferrovia, agora em território tocantinense, consolidar o projeto da plataforma multimodal de Aguiarnópolis, fazendo com que caminhem paralelamente as obras físicas da ferrovia e a expansão econômica da região, dando-lhe imediata sustentabilidade econômica.

Rendo minha homenagem ao ilustre colega Senador José Sarney, que, enfrentando setores da opinião pública e da burocracia, quando Presidente da República teve a visão da importância estratégica da ferrovia Norte-Sul, definindo-lhe prioridade nacional.

Segundo noticia o Jornal do Tocantins, “o anteprojeto da Plataforma multimodal de Aguiarnópolis, apresentado ao governador Siqueira Campos em 16 de janeiro, prevê a instalação de quatro tipos de indústrias de médio e grande porte, numa área de 100 mil hectares na região de Aguiarnópolis. Deverão ser implantadas esmagadoras de soja, indústria guzeira, cimenteira, de papel e de fibra-celulose. A Plataforma servirá como entroncamento das malhas hidro-rodo-ferroviária, por intermédio da construção de uma alça de acesso à BR-153, um porto da hidrovia Araguaia-Tocantins e ponto de embarque-desembarque da ferrovia”.

O local deverá contar ainda com indústrias de processamento de frutas, matadouro avícola e uma central de distribuição de combustível. A implantação do projeto exigirá investimentos da ordem de R$ 10 milhões.

É dessa forma, Sr. Presidente, que o Brasil acontece, que o Brasil avança.

É para isso que desejo chamar a atenção desta Casa e da opinião pública nacional nesta necessária cruzada em favor da confiança deste País em si mesmo, na potencialidade de seus recursos e na competência e dignidade de seu povo, que devia ser lembrada a todo momento, mais em vida do que depois da morte, por mais justas, pertinentes e exemplares que possam ser as homenagens

aos mortos.

Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 24/03/2001 - Página 3929