Discurso durante a 26ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Análise de dados do setor industrial brasileiro no ano de 2000, recentemente divulgados pelo IBGE para a região Nordeste e, particularmente, para o Estado do Ceará.

Autor
Lúcio Alcântara (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/CE)
Nome completo: Lúcio Gonçalo de Alcântara
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA INDUSTRIAL.:
  • Análise de dados do setor industrial brasileiro no ano de 2000, recentemente divulgados pelo IBGE para a região Nordeste e, particularmente, para o Estado do Ceará.
Publicação
Publicação no DSF de 03/04/2001 - Página 4889
Assunto
Outros > POLITICA INDUSTRIAL.
Indexação
  • ANALISE, PESQUISA, INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA (IBGE), ATUAÇÃO, INDUSTRIA, REGIÃO NORDESTE, ESTADO DO CEARA (CE), AVALIAÇÃO, CRESCIMENTO ECONOMICO, AUMENTO, PRODUÇÃO, INDUSTRIA METALURGICA.
  • DEFESA, INCENTIVO, TURISMO, ESTADO DO CEARA (CE), ELOGIO, ATUAÇÃO, INDUSTRIA, COMPETENCIA, EFICIENCIA.

O SR. LÚCIO ALCÂNTARA (Bloco/PSDB - CE) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, as pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE - sobre o comportamento do setor industrial brasileiro no ano 2000, recentemente divulgadas, trouxeram notícias auspiciosas para o País, para a Região Nordeste e, particularmente, para o Estado do Ceará. O desempenho das indústrias cearenses no ano que passou foi 8,4% acima do ano anterior, resultado superado apenas pelo Rio Grande do Sul, cujas indústrias cresceram 8,8% no mesmo período.

De fato, Sr. Presidente, os números da pesquisa foram muito bem recebidos pelos analistas econômicos e por todos aqueles que se preocupam com o desempenho do setor industrial, especialmente porque o Brasil amargara uma queda na produção, nos dois anos anteriores, de 2%, em 1998, e de 0,7%, em 1999. Com o resultado positivo de 6,5% na média nacional, registrado no ano passado, o setor se redimiu, apresentando acréscimo de 3,6% na análise do período 1997/2000.

Além do Rio Grande do Sul e do Ceará, superaram a média de crescimento nacional, no setor industrial, os Estados de Minas Gerais (7%), Rio de Janeiro (6,7%) e Espírito Santo (6,6%), enquanto a indústria paulista mostrou desempenho equivalente à média brasileira.

Os Estados nordestinos, em conjunto, não apresentaram a mesma eficiência. Com resultado positivo de 1,4%, em 1998, e negativo de 0,3%, em 1999, registraram crescimento de 1,8% no ano passado. De qualquer forma, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, obtiveram um índice positivo de 2,9% no período 1997/2000, logrando relativo êxito, dadas as enormes dificuldades que precisaram ser superadas nesse período.

No caso do Ceará, os melhores desempenhos foram obtidos pelos setores metalúrgico (22%) e alimentício (17%). Sem dúvida, esses segmentos demonstraram enorme pujança, respondendo positivamente às políticas públicas de planejamento, de suporte e de infra-estrutura que têm balizado o crescimento econômico.

Essa integração de esforços do Poder Público e da iniciativa privada, Srªs e Srs. Senadores, responde basicamente pelo bom desempenho da economia cearense, pela geração de empregos e pelo incremento da renda. A política governamental de atração de empresas tem dado bons resultados porque o empresariado conta com uma boa infra-estrutura para a atividade produtiva. Um bom exemplo disso é o fornecimento de energia, com destaque para o chamado Linhão de Tucuruí, que põe à disposição das indústrias e dos consumidores cearenses nada menos que 2 mil 700 megavolts-ampère.

As obras de infra-estrutura também se reforçam com o Complexo Industrial Portuário de Pecém, cujo porto off-shore pode começar a operar ainda este ano. A confiança recíproca, entre empresariado e Poder Público, explica, por exemplo, a grande procura do capital produtivo pelo mercado cearense. Desde 1995, de acordo com levantamento da Gazeta Mercantil, 469 empresas já se instalaram no Estado. Dessas, 212 já estão em pleno funcionamento, empregando cerca de 100 mil profissionais em 60 Municípios. Levantamento do DataInvest, banco de dados da Gazeta Mercantil, os investimentos programados para o período 1998/2005 ultrapassam 10 bilhões de dólares.

Não só as indústrias, mas todo o empresariado cearense, tem-se mostrado ágil e competente, respondendo aos desafios de crescimento numa economia globalizada. Os segmentos industriais que mais se têm destacado, nessa conjuntura, são o calçadista, o de vestuário e o alimentício, com destaque para as exportações da fruticultura. Merecem destaque também iniciativas na área de eletro-mecânica e de turismo.

Não poderia deixar de salientar, Sr. Presidente, o imenso potencial do meu Estado para a exploração da indústria do turismo, o setor econômico que deverá apresentar os maiores índices de crescimento nas próximas décadas. Indústria tipicamente não-poluente, sendo ainda geradora de empregos em grande escala, o turismo é a grande atividade econômica que deve ser incrementada não apenas pelo Ceará, mas por todos os Estados brasileiros. Entre outros programas, o Governo do Ceará vem dando especial atenção ao Prodetur, que propiciará a construção de um novo aeroporto, obras de saneamento básico em grande escala e proteção ambiental de vastas áreas, somando mais de 2 mil e 500 hectares; e o Pólo Ceará Costa do Sol, que integrará diversos Municípios com potencial turístico, além de dar suporte aos empresários que investem no setor.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, em meio a tantas notícias alarmantes que temos tido ultimamente, freqüentemente marcando crises políticas e econômicas dentro e fora do País, é gratificante constatar que o Poder Público e a iniciativa privada, trabalhando em conjunto e com responsabilidade, são capazes de vencer as adversidades e de promover o crescimento econômico, o desenvolvimento e o bem-estar social.

Muito obrigado! 


Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/04/2001 - Página 4889