Discurso durante a 29ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

DEFESA DA IMPLANTAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS.

Autor
Carlos Patrocínio (PFL - Partido da Frente Liberal/TO)
Nome completo: Carlos do Patrocinio Silveira
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ENSINO SUPERIOR.:
  • DEFESA DA IMPLANTAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS.
Aparteantes
Ramez Tebet.
Publicação
Publicação no DSF de 06/04/2001 - Página 5468
Assunto
Outros > ENSINO SUPERIOR.
Indexação
  • ELOGIO, ESFORÇO, CRIAÇÃO, UNIVERSIDADE FEDERAL, ESTADO DO TOCANTINS (TO).
  • NECESSIDADE, IMPLEMENTAÇÃO, UNIVERSIDADE FEDERAL, ESTADO DO TOCANTINS (TO), DESENVOLVIMENTO CULTURAL, DESENVOLVIMENTO REGIONAL.

O Sr. Carlos Patrocínio (PFL - TO) - Nobre Senador Ricardo Santos, cumprimento V. Exª pela análise perfeita da performance da economia no ano passado e das perspectivas da economia para este novo século que se inicia neste ano. Ontem vimos que paira, com a presença do Exmº Sr. Presidente do Banco Central no Congresso Nacional, em depoimento na Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização, uma certa tranqüilidade nas perspectivas da economia do nosso País. Em que pesem os fatos já relacionados por V. Exª no que concerne à desaceleração da economia norte-americana, aos problemas por que passa a Argentina e às dificuldades que o Japão - esse gigante da economia - está enfrentando para recuperar a sua estabilidade econômica, são alvissareiras as perspectivas. Todavia, eminente Senador Ricardo Santos, o IBGE publica dados referentes à distribuição de renda em nosso País. Nós, Congressistas, e o Governo Federal temos de atentar para a distribuição de renda. É evidente que poderemos crescer o equivalente a 4,5% do PIB no decorrer deste ano e, talvez, até mais que isso. Mas temos, cada vez mais, de procurar distribuir, de maneira mais eqüitativa e equânime, a renda em nosso País. O Brasil evoluiu em muitos setores, tem perspectivas de evolução em sua economia, mas está desprezando o povo pobre da nossa Nação. Participo do discurso de V. Exª, propondo que nos debrucemos sobre essa questão, que reflitamos sobre a distribuição de renda em nosso País, que não evoluiu de maneira satisfatória como se esperava. Debate nesse sentido certamente haverá de acontecer nesta Casa. Cumprimento V. Exª pelo pronunciamento magnífico sobre a análise da economia em nosso País.

           O SR. RICARDO SANTOS (Bloco/PSDB - ES) - Agradeço o aparte do Senador Carlos Patrocínio, que aborda um aspecto de extrema relevância para a realidade do nosso País - motivo de um pronunciamento meu nesta tribuna há aproximadamente 15 dias: a concentração de renda no Brasil. S. Exª salienta um ponto essencial: mesmo que o País passe a apresentar uma performance mais favorável de crescimento de 4%, de 4,5% ou de 5% ao ano nos próximos três ou quatro anos, apenas isso não assegura a distribuição de renda. Inclusive, os dados do ano 2000 reforçam essa tese à medida que a performance da economia brasileira em 2000 se deveu em grande parte ao desempenho das exportações e dos bens de consumo duráveis do mercado interno - basicamente indústria automobilística e eletroeletrônicos.

           É interessante observar que os bens de consumo não-duráveis, principalmente os de consumo popular, estiveram estagnados. A taxa de crescimento desses bens esteve abaixo da média, porque a massa salarial no Brasil no ano passado, a despeito do crescimento de 4,5%, esteve estagnada.

           Esse é o grande desafio para o Brasil de hoje. Não poderemos mais continuar ostentando esta pecha que nos macula nos foros internacionais: de nos igualarmos a países, como o Panamá, Lesoto, Bangladesh, onde há uma altíssima concentração de renda. O Brasil está par a par com esses países quando cotejamos os nossos níveis de concentração de renda com o dos países restantes.

Senador Carlos Patrocínio, muito obrigado pelo seu aparte, que enriquece meu pronunciamento.

Teremos, portanto, Srªs e Srs. Senadores, uma agenda de fôlego cuja importância tem sido reconhecida pelo Governo em diversos momentos, a qual, estamos certos, merecerá o apoio desta Casa assim que e quando o Governo dela precisar.

Este é o momento crucial para aprofundarmos ações governamentais de natureza institucional em favor do desenvolvimento econômico brasileiro. Os momentos econômico e político reclamam nossa atenção redobrada. Mesmo considerando as vicissitudes externas e internas, estamos esperançosos no aguardo da colheita de bons resultados no campo econômico e social, após anos de plantio.

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 06/04/2001 - Página 5468