O SR. BERNARDO CABRAL (PFL - AM. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, pretendia guardar silêncio, como fiz o tempo todo, esperando que algum Sr. Senador tocasse no que me parece o mais importante: a honra do Senado. Em primeiro lugar, V. Ex.ª fez bem em trazer ao conhecimento de todos os seus Colegas aquilo que não poderia ser escamoteado.

Em segundo lugar, quando fui aluno de Direito Penal, uma das coisas que nos encantavam era o nosso professor trazer o exemplo clássico da honra das pessoas. Citava o exemplo do cidadão que ia ao topo de uma igreja com um saco de penas e soltava-as ao vento, e depois dizia; recolha cada uma dessas penas. Será difícil encontrá-las todas, sempre ficará alguma pena perdida, assim como a honra de alguém que a teve atassalhada. O Senado hoje passa por essa circunstância. De degrau em degrau, ao invés de haver a ascensão, estamos na descida.

Digo-lhe, para que fique registrado nos Anais, do meu profundo desencanto de ver uma instituição de que eu tanto ansiava dela fazer parte, quando era estudante de Direito, estar hoje sendo decretada no que há de pior, que é a reprovação popular.

Espero que as Comissões Parlamentares de Inquérito possam recolher todas as penas. Se não forem recolhidas todas, a honra do Senado sai maculada, Sr. Presidente.