Discurso durante a 44ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

ANALISE DAS REIVINDICAÇÕES TRABALHISTAS NO ENSEJO DA COMEMORAÇÃO DO DIA DO TRABALHO, EM PRIMEIRO DE MAIO. (COMO LIDER)

Autor
Maguito Vilela (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/GO)
Nome completo: Luiz Alberto Maguito Vilela
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. LEGISLAÇÃO TRABALHISTA.:
  • ANALISE DAS REIVINDICAÇÕES TRABALHISTAS NO ENSEJO DA COMEMORAÇÃO DO DIA DO TRABALHO, EM PRIMEIRO DE MAIO. (COMO LIDER)
Publicação
Publicação no DSF de 03/05/2001 - Página 7911
Assunto
Outros > HOMENAGEM. LEGISLAÇÃO TRABALHISTA.
Indexação
  • HOMENAGEM, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB), TRABALHADOR.
  • ANALISE, MOTIVO, REIVINDICAÇÃO, TRABALHADOR, DIA NACIONAL, TRABALHO.
  • COMENTARIO, DIFICULDADE, POPULAÇÃO, ANALISE, DESRESPEITO, DIGNIDADE, TRABALHADOR.
  • COMENTARIO, PESQUISA, INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA (IBGE), AVALIAÇÃO, GRAVIDADE, DESEMPREGO, CRITICA, DISTRIBUIÇÃO DE RENDA.
  • REPUDIO, VALOR, SALARIO MINIMO, ANALISE, CRITICA, INCAPACIDADE, GOVERNO FEDERAL, COMBATE, DESIGUALDADE SOCIAL.

O SR. MAGUITO VILELA (PMDB - GO. Como Líder. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras e Srs. Senadores, em primeiro lugar, eu gostaria de agradecer ao Líder Renan Calheiros, por me ter concedido esta oportunidade de, em nome da Liderança do PMDB, prestar também as nossas homenagens, quero crer, de todo o PMDB, ao trabalhador brasileiro.

Ontem foi o dia consagrado a todos os trabalhadores. O 1º de Maio transcorreu naturalmente em meio a protestos em todo o País, e não poderia ser diferente. O Governo Federal, com uma maciça publicidade oficial, tenta vender a imagem de um País onde as taxas de desemprego estão em queda, a inflação sob controle e a economia em franca ascensão, mas essa é uma realidade virtual. Lamentavelmente, o Brasil real é outro.

O desemprego campeia país afora, os preços aumentam a cada dia, e ontem fazia exatamente um mês do novo salário mínimo, estipulado em ridículos R$180,00. Nada, portanto, a comemorar.

O IBGE divulgou há pouco uma pesquisa sobre as transformações sociais pelas quais passou o Brasil na última década, entre 1992 e 1999. Os números, para a maioria avassaladora do povo brasileiro, são a confirmação das dificuldades e do sofrimento do nosso trabalhador.

Cerca de 60% dos brasileiros, colocados entre a população mais pobre do País, vive com uma renda mensal média de R$220,00, tem no máximo o curso ginasial incompleto e de utilitários em casa possuem apenas uma TV, um rádio e uma geladeira.

O mais grave, no entanto, é a confirmação do agravamento do velho e impiedoso inimigo do País: a péssima distribuição de renda. No período analisado pelo IBGE, a distância entre ricos e pobres aumentou ainda mais, seguindo uma tendência de outras amostras anteriores.

Em 1992, os 10% mais ricos detinham 45,8% da renda nacional, número este que subiu em 1999 para 47,4%. É uma das distribuições de riquezas mais injustas do mundo.

Vejam um outro número, também alarmante para os trabalhadores, que protestavam com toda a razão no dia de ontem: os homens e mulheres trabalhadores que se situam entre os 20% mais pobres da população brasileira, precisam trabalhar três anos para ganhar o que os 20% mais ricos ganham em apenas um mês.

Uma estatística clara e triste, emblema das profundas injustiças em que o Brasil está atolado e que o Plano Real mostra-se absolutamente impotente para combater. Vamos para sete anos desde a implantação dessa política econômica e os ganhos para os mais pobres são praticamente nulos.

Uma realidade que deve fazer o brasileiro pensar, refletir e começar a trabalhar para eleger no próximo ano uma nova proposta de governo que privilegie os investimentos de caráter social, principalmente na educação. A única forma eficiente conhecida no mundo todo que possibilita a ascensão social e para a qual o atual governo tem-se mostrado incompetente.

Por isso, Sr. Presidente, Sras e Srs. Senadores, em nome da Bancada do PMDB e, quero crer, em nome de todo o nosso Partido, reverencio mais uma vez o Dia do Trabalho, o dia do trabalhador neste País, o trabalhador que não tem sido respeitado por este nosso querido Brasil.

Volto a repetir, o salário mínimo é ridículo, o desemprego continua cada vez mais alarmante e a situação cada vez mais difícil.

Ontem participei também de comemorações pelo Dia do Trabalho em companhia do Senador Mauro Miranda e de outros companheiros deputados federais e estaduais na nossa querida cidade de Colinas do Sul, uma cidade pequena no norte de Goiás, mas uma cidade que cresce, que se desenvolve, uma cidade limpa, bem administrada, mas onde os trabalhadores também demonstraram a sua insatisfação e, ao mesmo tempo, a sua vontade de crescer. De Colinas do Sul partimos para Niquelândia, onde também tivemos grande movimentação por parte dos trabalhadores. Niquelândia tem uma festa tradicional, histórica, uma festa que acontece todos os anos no dia 1º de Maio, onde os trabalhadores se confraternizam, tem campeonato de futebol; uma cidade símbolo do trabalho, Niquelândia é muito bem administrada pelo Prefeito Luiz Teixeira.

De forma que ontem foi um dia intenso para os trabalhadores em Niquelândia, e pudemos também dar a nossa palavra de consolo e estimulá-los a continuar na luta por melhores salários e por mais dignidade.

Muito obrigado Sr. Presidente, Sras e Srs. Senadores.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/05/2001 - Página 7911