Discurso durante a 53ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

REFUTAÇÃO A NOTICIA PUBLICADA NO JORNAL FOLHA DE S.PAULO, EDIÇÃO DE HOJE, SUGERINDO QUE O VOTO DE S.EXA. NO CONSELHO DE ETICA E DECORO PARLAMENTAR TERIA SIDO ALICIADO PARA FAVORECER O SENADOR ANTONIO CARLOS MAGALHÃES.

Autor
Nabor Júnior (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/AC)
Nome completo: Nabor Teles da Rocha Júnior
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SENADO. :
  • REFUTAÇÃO A NOTICIA PUBLICADA NO JORNAL FOLHA DE S.PAULO, EDIÇÃO DE HOJE, SUGERINDO QUE O VOTO DE S.EXA. NO CONSELHO DE ETICA E DECORO PARLAMENTAR TERIA SIDO ALICIADO PARA FAVORECER O SENADOR ANTONIO CARLOS MAGALHÃES.
Publicação
Publicação no DSF de 17/05/2001 - Página 9481
Assunto
Outros > SENADO.
Indexação
  • COMENTARIO, NOTICIA FALSA, JORNAL, FOLHA DE S.PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), RECEBIMENTO, ORADOR, LOBBY, APOIO, ANTONIO CARLOS MAGALHÃES, SENADOR, VOTO, CONSELHO, ETICA, DECORO PARLAMENTAR.

O SR. NABOR JÚNIOR (PMDB - AC. Para uma comunicação inadiável.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o povo brasileiro tem acompanhado, com grande interesse e profunda seriedade, os trabalhos do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado Federal em torno do episódio da violação do painel eletrônico deste plenário. Isso se reflete na exaustiva cobertura das emissoras de televisão e de rádio, transmitindo, ao vivo, os depoimentos e os debates do Conselho, culminando com a leitura do relatório do Senador Roberto Saturnino.

Esta é a grande virtude da democracia: propiciar a todos um retrato, sem retoques, da realidade institucional do País, permitindo esclarecer tudo que não tenha ficado claro na conduta dos Parlamentares e nas informações divulgadas.

E é justamente em respeito à opinião pública e a seus agentes, os profissionais da imprensa, que faço questão de esclarecer informações e comentários distorcidos sobre a minha posição no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar.

Desde o início, tenho afirmado e mantido uma postura que não pretendo alterar: vou votar de acordo com a minha consciência, analisando o contexto em que os fatos ocorreram, coerente com o que vi e ouvi nos depoimentos prestados. Não aceitarei pressões e rejeito toda tentativa de induzir ou condicionar meu voto a qualquer coisa.

Permanecerei em meu posto no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar até o final do mandato, no dia 30 de junho, e estou à disposição da Liderança do PMDB e do Plenário para ser reconduzido ao Conselho, caso assim julguem importante.

Tenho atendido aos repórteres credenciados no Congresso Nacional, sempre que procurado. Não creio que exista, nos Comitês da Câmara e do Senado, um único jornalista que possa alegar ter sido por mim tratado sem respeito ou sem consideração por sua pessoa e sua tarefa - por isso, estranho algumas notas e alguns comentários em torno dos trabalhos do Conselho de Ética.

Como todos os demais Senadores, tenho recebido dezenas, talvez centenas de mensagens sobre a futura decisão do Conselho. Muitos a favor, muitos contra; uns indignados com os Parlamentares envolvidos no episódio, outros laudatórios a eles.

Não contei quantas mensagens e quantos argumentos recebi.

Quero, aliás, abordar, explicitamente, uma nota, publicada na edição de hoje da coluna “Painel”, da Folha de S. Paulo, que, entre outras considerações, afirma: “no Conselho de Ética, comenta-se que o Senador Nabor Júnior recebeu pelo menos 500 mil argumentos pró-ACM”.

Não sei que outro tipo de argumento poderia estar implicado na citada nota.

Seriam as tão faladas “pressões” políticas em favor ou desfavor dos Parlamentares em julgamento? Se for isso, meu passado fala por mim: quase quatro décadas enfrentando o arbítrio, lutando contra a ditadura, defendendo incondicionalmente as liberdades. E quanto a ser aliciado ou receber qualquer tipo de retribuição por votos ou atitudes, nunca pessoa alguma teve a ousadia de fazer-me esse tipo de proposta indecorosa.

Minha vida pessoal, minhas propostas na vida pública, minhas contas bancárias, minhas declarações de Imposto de Renda, todas são transparentes e estão à disposição de quem quer apurá-las. Não temo investigações nem discussões com quem quer que seja - ao contrário, estou permanentemente à disposição dos repórteres que desejem esclarecer qualquer aspecto de qualquer questão.

Só assim, através do contato direto e sincero, poderemos atender à necessidade de resgatar o direito maior da cidadania: a certeza de poder dirigir seus destinos e escolher seus representantes com base em informes e fatos concretos, reais e transparentes.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 17/05/2001 - Página 9481