Discurso durante a 73ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

HOMENAGEM POSTUMA A BERNARDO SAYÃO, PELO TRANSCURSO DO CENTENARIO DE SEU NASCIMENTO.

Autor
Carlos Patrocínio (PFL - Partido da Frente Liberal/TO)
Nome completo: Carlos do Patrocinio Silveira
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • HOMENAGEM POSTUMA A BERNARDO SAYÃO, PELO TRANSCURSO DO CENTENARIO DE SEU NASCIMENTO.
Publicação
Publicação no DSF de 19/06/2001 - Página 13259
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, CENTENARIO, NASCIMENTO, BERNARDO SAYÃO (TO), EMPRESARIO, REGISTRO, IMPORTANCIA, ATUAÇÃO, DESENVOLVIMENTO, REGIÃO CENTRO OESTE, CONSTRUÇÃO, BRASILIA (DF), DISTRITO FEDERAL (DF).
  • PEDIDO, TRANSCRIÇÃO, ANAIS DO SENADO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, CORREIO BRAZILIENSE, DISTRITO FEDERAL (DF), HOMENAGEM, ATUAÇÃO, BERNARDO SAYÃO (TO), EMPRESARIO.

O SR. CARLOS PATROCÍNIO (PFL - TO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, aproveitamos esta oportunidade para nos redimir de um descuido.

Se vivo estivesse, hoje estaria completando 100 anos o grande carioca e brasileiro Bernardo Sayão, que morreu em 15 de janeiro de 1959, atingido por uma grande árvore no Município de Açailândia, no Estado do Maranhão.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, Bernardo Sayão foi um homem de quem todos temos muitas lembranças e saudades. Foi o braço direito de Juscelino Kubitschek, que ajudou a edificar a nossa querida Brasília. Formado em agronomia, ainda novo, foi para o Paraná, onde se casou e teve duas filhas. Durante sete anos, plantou café no Estado. Com o chamamento de Getúlio Vargas para a Marcha para o Oeste, ele para cá veio com a determinação de desbravar nosso Brasil, até então inóspito. Assim, assumiu a direção da Cang -- Colônia Agrícola Nacional de Goiás --, no Município de Ceres, onde fez erigir uma nova mentalidade. Pegava o dinheiro para alguma coisa e fazia outra diferente. Ele dizia: “Estou cheio de processos administrativos. Quando o Ministro manda um fiscal, vou logo dizendo: olhe, não fiz casa, não fiz estrada, não estou construindo estábulos suíços, não. Estou construindo a ponte.” Com o dinheiro que sobrou, ele construiu a rodovia que liga Ceres a Anápolis.

Posteriormente, foi para Goiânia, onde, viúvo, casou-se novamente e começou a construção da rodovia que liga Goiânia a Anápolis. Em 1955, Juscelino Kubitschek ainda não havia sido eleito quando Bernardo Sayão, em 60 dias, abriu a pista de pouso e construiu uma estação de passageiros. Era o primeiro aeroporto da Nova Capital, onde hoje está construída a rodoferroviária.

Concomitantemente com a construção de Brasília, recebeu a incumbência de Juscelino Kubitschek de construir a Belém-Brasília. E o fez em duas frentes: uma, partindo do Norte para o Sul e, outra, em sentido oposto. Quando faltavam duas semanas para o encontro dessas duas pistas, essa árvore caiu sobre o seu barraco e tirou-lhe a vida. Contam que Bernardo Sayão, com fraturas de crânio, do braço esquerdo e da perna esquerda, ainda permanecia em posição ereta. Dizem as lendas da região Norte do País que o Curupira, guardião da floresta, estava vitimando aquele que ousou invadir os seus domínios.

Sr. Presidente, eu não gostaria que o dia de hoje, em que Bernardo Sayão completaria 100 anos de idade, passasse despercebido no Senado Federal; esse homem que foi o grande braço direito de Juscelino Kubitschek, o construtor da Belém-Brasília e Vice-Governador do Estado de Goiás. Seu nome está imortalizado em todas as cidades do Estado do Tocantins. A mais importante avenida da capital do Estado chama-se Bernardo Sayão. Também temos um município com o seu nome.

Sr. Presidente, eu gostaria de pedir a transcrição nos Anais do Congresso Nacional e do Senado Federal da extraordinária reportagem de ontem do Correio Braziliense, que fala da aventura desse grande brasileiro - e que seja esse o preito de gratidão e de saudade a um dos maiores brasileiros do seu tempo, ao desbravador do Centro-Oeste e do Norte do nosso País, o grande Bernardo Sayão.

 

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            DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR. SENADOR CARLOS PATROCÍNIO EM SEU PRONUNCIAMENTO, INSERIDO NOS TERMOS DO ART. 210 DO REGIMENTO INTERNO.

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Este texto não substitui o publicado no DSF de 19/06/2001 - Página 13259