Pronunciamento de Romeu Tuma em 26/06/2001
Discurso durante a 79ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
HOMENAGEM DE PESAR PELO FALECIMENTO DO JORNALISTA EVANDRO CARLOS DE ANDRADE, EX-DIRETOR DA CENTRAL GLOBO DE JORNALISMO, OCORRIDO ONTEM.
- Autor
- Romeu Tuma (PFL - Partido da Frente Liberal/SP)
- Nome completo: Romeu Tuma
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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HOMENAGEM.:
- HOMENAGEM DE PESAR PELO FALECIMENTO DO JORNALISTA EVANDRO CARLOS DE ANDRADE, EX-DIRETOR DA CENTRAL GLOBO DE JORNALISMO, OCORRIDO ONTEM.
- Publicação
- Publicação no DSF de 27/06/2001 - Página 14174
- Assunto
- Outros > HOMENAGEM.
- Indexação
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- HOMENAGEM POSTUMA, EVANDRO CARLOS DE ANDRADE, JORNALISTA, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), EX-DIRETOR, JORNALISMO, IMPRENSA, TELEVISÃO.
O SR. ROMEU TUMA (PFL - TO) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores, ao registrar nos Anais desta Casa esta singela homenagem ao jornalista Evandro Carlos de Andrade, morto ontem de uma forma rara de doença hematológica, venho me juntar aos nobres pares que já reverenciaram uma das mais importantes personalidades jornalísticas contemporâneas.
Por sua impecável maneira de conduzir os destinos das redações que chefiou - 24 anos como diretor de redação do jornal O Globo e 6 anos à frente da Central Globo de Jornalismo, e exercer a chefia das sucursais dos jornais O Estado de São Paulo e Jornal do Brasil, em Brasília - Evandro amealhou respeito, amizade e admiração de toda a grande imprensa brasileira. Entretanto, o pioneirismo é a marca registrada desse profissional notável. Foi Evandro o principal artificie da reestruturação do jornal O Globo, levando-o à condição de maior jornal do Rio de Janeiro.
Um breve histórico da vida de Evandro Carlos de Andrade nos revela que este carioca, flamenguista, nascido na zona norte do Rio de Janeiro, deu seus primeiros passos no jornalismo aos 18 anos de idade no Correio Radical. Em seguida, mudou-se para o Diário Carioca, onde sob a batuta do saudoso senador e jornalista Pompeu de Souza conviveu com nomes como os de Carlos Castello Branco, Armando Nogueira, Paulo Francis, Carlos Heitor Cony, Élio Gaspari, entre outras estrelas do universo jornalístico, num período conhecido como a Escola do Jornalismo Brasileiro. Seu pioneirismo permitiu implantar uma linguagem inovadora e um perfil mais regional aos noticiários, levando-o a participar da equipe que criou e implantou o primeiro canal de noticias do brasil, o Globo News, em 1996.
Seu velório ocorrido ontem no Rio de Janeiro demonstrou que o apreço pelo jornalismo ético e isento consegue reunir adversários políticos, que esqueceram divergências para homenageá-lo. Finalizo com uma reflexão do próprio Evandro: ‘No Brasil, a lei está muito desvalorizada. Essa é a doença do nosso tempo. Sem o império da lei é impossível viver civilizada e democraticamente. Nesse sentido, o atual desempenho da imprensa brasileira é extraordinário’.