O SR. NABOR JÚNIOR (PMDB - AC. Para comunicação inadiável.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, cerca de 400 caminhoneiros continuam bloqueando o tráfego na BR-364, no trecho que liga Porto Velho a Rio Branco, a 165 km da capital de Rondônia, nas proximidades de Mutum-Paraná. Isso está levando o Estado do Acre a um sério e concreto risco de colapso, no abastecimento de derivados de petróleo e de praticamente todos os produtos ali consumidos.

O movimento dos caminhoneiros tem a finalidade de exigir do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem a recuperação do leito daquela rodovia, entre a cidade de Porto Velho e a margem do rio Madeira, na confluência com o rio Abunã e, dali, até a capital do Acre, Rio Branco. O tráfego está sendo impedido há vários dias, afetando não apenas veículos de passageiros, mas principalmente os carros-tanques que levam combustível para Rio Branco e as cidades acreanas de Senador Guiomard, Plácido de Castro, Acrelândia, Capixaba, Bujari, Sena Madureira, Porto Acre, Xapuri, Brasiléia, Epitaciolândia e Assis Brasil - todas elas abastecidas a partir da base da Petrobrás em Porto Velho.

Para entender-se melhor a situação, creio ser importante explicar que gasolina, óleo diesel, gás de cozinha, e outros derivados de petróleo, são produzidos pela refinaria amazonense de Manaus e de lá transportados para o terminal da Petrobrás, em Porto Velho, através do rio Madeira, que é navegável o ano todo. De Porto Velho, esse combustível segue em caminhões-tanques para Rio Branco e as outras localidades do meu Estado a que me referi.

Aproveitando a oportunidade deste registro, apelo ao Diretor-Geral do DNER, no sentido de ser cumprido compromisso assumido com os caminhoneiros, que, há 60 dias, já haviam esboçado um movimento semelhante a esse, protestando contra as condições precárias do leito da BR-364 no Sudoeste da Amazônia. Nenhuma providência concreta foi adotada que solucionasse o problema!

A conseqüência é que, agora, eles efetivamente decidiram bloquear a estrada, fechando-a a todos os veículos que se destinem ao Estado do Acre ou dele sejam provenientes, com destino às demais Unidades da Federação.

Devido a esse bloqueio, muitos postos de gasolina, em Rio Branco, enfrentam a impossibilidade de atender à demanda dos consumidores, porque seus estoques se esgotaram.

Quero dizer, por fim, Sr. Presidente, que esse movimento dos caminhoneiros pode ter outros graves desdobramentos, inclusive atingindo o já precário fornecimento de energia para as cidades do Acre, cujas usinas termelétricas são movidas a óleo diesel ou óleo combustível.

As últimas informações dão conta de que o DNER e a Polícia Rodoviária Federal encaminharam uma delegação até Mutum-Paraná, para negociar com os líderes dos caminhoneiros. Mas até agora nenhuma solução concreta foi encontrada.

Mesmo assim, reafirmo a esperança de que o Diretor-Geral do DNER e o Ministro dos Transportes, Eliseu Padilha, ponham termo a essa situação - a curto prazo, desobstruindo os trechos bloqueados pelos manifestantes; logo a seguir, adotando as providências eficazes e definitivas, a partir da recuperação desse trecho da BR-364, cujas péssimas condições estão inviabilizando o tráfego normal dos veículos que se originam ou se destinam ao meu Estado.