Discurso durante a 86ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

HOMENAGEM DE PESAR PELO FALECIMENTO DO SR. PLINIO RAMOS COELHO, EX-DEPUTADO ESTADUAL, EX-DEPUTADO FEDERAL, EX-GOVERNADOR, ADVOGADO, JORNALISTA E PROFESSOR, FALECIDO NO ESTADO DO AMAZONAS.

Autor
Nabor Júnior (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/AC)
Nome completo: Nabor Teles da Rocha Júnior
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • HOMENAGEM DE PESAR PELO FALECIMENTO DO SR. PLINIO RAMOS COELHO, EX-DEPUTADO ESTADUAL, EX-DEPUTADO FEDERAL, EX-GOVERNADOR, ADVOGADO, JORNALISTA E PROFESSOR, FALECIDO NO ESTADO DO AMAZONAS.
Publicação
Publicação no DSF de 07/08/2001 - Página 15578
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, PLINIO RAMOS COELHO, POLITICO, ESTADO DO AMAZONAS (AM), ELOGIO, VIDA PUBLICA.

O SR. NABOR JÚNIOR (PMDB - AC. Para encaminhar a votação.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ao ouvir a leitura do requerimento do Senador Bernardo Cabral, estou tomando ciência do falecimento de Plínio Ramos Coelho. E não posso deixar de cumprir o dever de manifestar os mais fortes sentimentos de tristeza e de perda - não apenas em caráter pessoal, mas em nome de toda a Bancada do PMDB nesta Casa.

Plínio Ramos Coelho ocupou quase todas as funções públicas, no Estado do Amazonas. Recém-saído da Faculdade de Direito do Amazonas, elegeu-se, em 1947, Deputado Constituinte da Assembléia Legislativa do Amazonas, integrando-se a uma plêiade de grandes homens públicos, vultos da maior expressão política, como Aderson de Meneses, Arthur Virgílio Filho, Áureo Mello, Abdul Sayol de Sá Peixoto, Paulo Pinto Néri, Mendonça Júnior e outros tantos ilustres amazonenses.

            Foi essa geração luminosa que elaborou a primeira Constituição Estadual amazonense, após a queda do regime ditatorial implantado, em 10 de novembro de 1937, pelo então Presidente Getúlio Vargas.

Estudei em Manaus durante muito tempo, o que me permitiu acompanhar a trajetória desse grande amazonense, nascido no Município de Humaitá, no rio Madeira. Tive o privilégio de antever, logo em seus primeiros passos, o futuro promissor que o aguardava, não apenas no generoso âmbito de seu Amazonas, mas em toda a Região Norte e na construção da democracia no País.

Foi assim que, em 1950, logo após a conclusão do seu mandato de Deputado Estadual, Plínio Coelho foi eleito Deputado Federal, tendo, na Câmara e no Congresso Nacional, uma atuação das mais destacadas. O passo seguinte, em 1954, foi a primeira eleição para Governador do Estado do Amazonas, que lhe propiciou inovar toda a administração daquele Estado.

O Senador Bernardo Cabral, com a sensibilidade de sempre, situou no tempo institucional e no espaço político a sua figura: Plínio Coelho foi o homem que baniu os resquícios do arbítrio e das oligarquias no seu Estado, dando-lhe bases modernas para, com a implantação posterior da Zona Franca, criar bases econômicas e sociais mais justas.

Sim, porque a fase de industrialização do Amazonas começou na sua primeira administração, tão vitoriosa que conseguiu eleger seu sucessor, nosso hoje colega Gilberto Mestrinho - e, ao final da administração de Mestrinho, em 1962, foi eleito Governador uma segunda vez, já em meio aos tumultos institucionais que precederam o golpe militar.

Cassado pelo regime arbitrário, na metade daquele mandato, Plínio Coelho se viu impedido de exercer sua vocação de ativista da democracia. Viveu tempos de dificuldades financeiras, por ser um homem reconhecidamente pobre, mesmo após exercer tantas funções públicas: Deputado Estadual, Deputado Federal, Governador do Amazonas por duas vezes. E, para sobreviver com a família, exerceu as atividades de advogado, jornalista, escritor e poeta, entre outras.

O grande amazônida legou um exemplo para todos os brasileiros, particularmente os seus conterrâneos, pela probidade, pela maneira com que se conduziu no exercício das atividades públicas e também nos cargos eletivos que o povo do Amazonas lhe confiou.

Por tudo isso, Sr. Presidente, pelo conhecimento pessoal que tive com Plínio Coelho e por sua importância para a causa democrática no Brasil, quero expressar, neste momento, o mais sentido pesar e a saudade que enlutam não apenas o Amazonas e seu povo, mas todos quantos seguem a bandeira de liberdade, patriotismo e respeito aos superiores interesses nacionais que Plínio Coelho sempre desfraldou.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 07/08/2001 - Página 15578