O SR. CARLOS BEZERRA (PMDB - MT) - Sr. Presidente, Srs. e Srs. Senadores, em um País como o nosso, ainda tão marcado pelas desigualdades regionais, é motivo de júbilo quando áreas mais afastadas dos chamados grandes centros culturais vêem reconhecido seu valor. Eis o que acaba de acontecer com o meu Estado, que teve quatro de seus maiores expoentes literários premiados pela União Brasileira de Escritores, a UBE.

            Orgulhosamente, registro nesta Casa os nomes dos quatro autores mato-grossenses que, no último mês de outubro, receberam os prêmios que lhes foram conferidos pela UBE, em solenidade que teve lugar no espaço cultural da Academia Brasileira de Letras, no Rio de Janeiro. São eles: Tadeu Miranda Borges, Maria Manuela Renha Novis, Fernando Tadeu e Ricardo Guilherme Dicke.

            Há um expressivo significado nessa premiação. Ainda que não se faça acompanhar de qualquer valor pecuniário, prêmio conferido pela UBE é sempre muito cobiçado, algo comparável, por exemplo, ao Jabuti e ao distribuído pela Associação Paulista dos Críticos de Arte, nacionalmente conhecidos e de grande projeção. Isso ocorre porque, além da seriedade que identifica sua trajetória, desde sua fundação, em 1958, a UBE procura estar presente em todo o território nacional, mapeando a produção literária brasileira. Com isso, ela não apenas prestigia os grandes valores da literatura em nosso País, como estimula e busca descobrir os novos.

            Por tudo isso, a escolha desses quatro autores de Mato Grosso é motivo de satisfação para todos nós. Prova a maturidade da literatura produzida no Estado. Reconhece a existência, fora das áreas hegemônicas, de manifestações culturais de extremo vigor e de indiscutível qualidade. Incentiva a expansão da produção literária pelo Brasil afora.

            Entre os laureados escritores mato-grossenses, a maior homenagem foi para Ricardo Dicke, reconhecidamente o mais destacado ficcionista de meu Estado. Pela publicação de seu último livro, “O Salário dos Poetas”, foi-lhe conferido o prêmio Alto Mérito Sociocultural. Desde 1968, quando lançou seu primeiro romance, “Deus de Caim”, Dicke acumulou prêmios, muitos dos quais de âmbito nacional.

            O reconhecimento da importância da obra de Ricardo Dicke se manifesta na sucessão de prêmios que conquistou: o Walmap, por “Deus de Caim”; o Remington de Prosa, relativo a “Caieira”; o da Fundação Cultural do Distrito Federal, em função de “Madona dos Páramos”; e, em 1995, foi agraciado com o Prêmio Orígenes Lessa e com a Medalha do Mérito da União Brasileira dos Escritores.

            Colaborador da imprensa local, publicando regularmente seus contos na Folha do Estado, Ricardo Dicke bem representa a literatura mato-grossense, no que ela tem de mais criativa e envolvente. A ele, bem como a Tadeu Miranda Borges, Maria Manuela Renha Novis e Fernando Tadeu, nossas mais sinceras homenagens e os votos de que continuem a produzir obras literárias que a todos encantem. Mais do que parabéns, a eles agradecemos pelo que nos oferecem de beleza e de sensibilidade em suas obras.

            Muito obrigado.

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