Discurso durante a 66ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Posicionamento contrário à desativação da base do Tapanã, Unidade de Negócios da Petrobrás na Amazônia.

Autor
Ademir Andrade (PSB - Partido Socialista Brasileiro/PA)
Nome completo: Ademir Galvão Andrade
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA ENERGETICA.:
  • Posicionamento contrário à desativação da base do Tapanã, Unidade de Negócios da Petrobrás na Amazônia.
Publicação
Publicação no DSF de 23/05/2002 - Página 8896
Assunto
Outros > POLITICA ENERGETICA.
Indexação
  • CRITICA, DESATIVAÇÃO, UNIDADE, PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS), ESTADO DO AMAZONAS (AM), TRANSFERENCIA, ADMINISTRAÇÃO, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), RESPONSAVEL, ATIVIDADE, EXPLORAÇÃO, PETROLEO, REGIÃO NORTE, REGIÃO NORDESTE, APRESENTAÇÃO, RESULTADO, ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE (RN), PREJUIZO, PESQUISA, ESTADO DO PARA (PA), ESTADO DO AMAPA (AP), ESTADO DO MARANHÃO (MA), DESEMPREGO, FUNCIONARIOS.
  • QUESTIONAMENTO, ATUAÇÃO, ALMIR GABRIEL, GOVERNADOR, AUSENCIA, INTERVENÇÃO, MANUTENÇÃO, UNIDADE, PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS), ESTADO DO AMAZONAS (AM).
  • APROVAÇÃO, COMISSÃO, DESENVOLVIMENTO REGIONAL, REGIÃO AMAZONICA, CAMARA DOS DEPUTADOS, REQUERIMENTO, REALIZAÇÃO, AUDIENCIA PUBLICA, PARTICIPAÇÃO, PRESIDENTE, PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS), SINDICATO, TRABALHADOR, ASSEMBLEIA LEGISLATIVA, ESTADO DO PARA (PA), SOLICITAÇÃO, ESCLARECIMENTOS, DESATIVAÇÃO, UNIDADE.
  • SOLICITAÇÃO, AUDIENCIA, PRESIDENTE, PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS), MANIFESTAÇÃO, POSIÇÃO, DEFESA, MANUTENÇÃO, UNIDADE, ESTADO DO PARA (PA).

  SENADO FEDERAL SF -

SECRETARIA-GERAL DA MESA

SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. ADEMIR ANDRADE (PSB - PA) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, está em curso no Pará uma operação para desmonte de mais um órgão federal: a unidade de negócios da Petrobras na Amazônia, na base do Tapanã, responsável pela atividade de exploração petrolífera no norte e parte do nordeste. esta morte anunciada vem sendo tentada há pelo menos três anos. não se concretizou graças à interferência da bancada federal paraense, alertada pelo Sindipetro, à época.

            Desde o final do ano passado os rumores sobre a desativação da base do Tapanã voltaram com força total. Os 140 funcionários que ainda permanecem na Unidade insistem em conseguir uma audiência com o governador Almir Gabriel, mas sua excelência não demonstra o menor interesse em adotar uma posição sobre esse assunto.

            Se confirmado o fechamento da base do Tapanã, local onde é situada as instalações da Petrobrás em meu Estado, ocorrerá a estagnação das pesquisas de busca de petróleo nas bacias da costa do Amapá, do Pará e do Maranhão. Para os técnicos da empresa, a transferência da administração destas pesquisas para o Rio de Janeiro, como pretende a direção da Petrobrás, vai fazer com que fiquem em terceiro plano. Esse será o maior prejuízo para o Pará e para toda região amazônica. 

            Considerando as declarações à imprensa do Gerente Geral da Unidade de Negócios da Petrobrás na Amazônia, Sr. Paulus Van Der Ven no último dia 21 de fevereiro: a Petrobrás vai permanecer no Pará através da Petrobrás Distribuidora, da Transpetro e do setor de comunicações. E só. A base do Tapanã deixará de existir. O representante da empresa garante que a desativação da Unidade de Negócios não diminuirá a arrecadação estadual com a Petrobrás. Claro, até agora, impostos como o ICMS são pagos pela Distribuidora. Todos os projetos da Unidade de Negócios no Pará estão na fase de pesquisas e pesquisas envolvem estudos, dedicação e tempo, para que se confirmem ou não as perspectivas iniciais.

            O resultado do trabalho da Unidade de Negócios já apareceu no vizinho Estado do Amazonas em dois lugares: na província petrolífera de Urucu, nos municípios de Coari e Tefé, e na exploração de gás natural em Silves, que terá produção estimada em sete milhões de metros cúbicos de gás. Estas duas bases foram montadas a partir de 350 técnicos transferidos de Belém. Também as descobertas petrolíferas na Bacia Potiguar, em Natal, no Rio Grande do Norte, foram feitas com base nos estudos desenvolvidos pelo corpo técnico da Unidade da Amazônia.

            No Estado do Pará a Unidade está investigando as possibilidades da costa atlântica no município de Salinópolis. E no Maranhão as pesquisas se concentram em Barreirinhas, nos Lençóis Maranhenses e é considerado o filé das possibilidades de ocorrência de petróleo no Norte e Nordeste. Se a ameaça de desativação da base do Tapanã se concretizar, essa área promissora será toda gerenciada pelo Rio de Janeiro, que comandará as análises e o cobiçado setor de contratação de terceirizadas e de compras. Um poço confirmado significa empregos e aquecimento do comércio na região onde está sediada a gerência. É isto que o Pará, um Estado que tem o desemprego como problema principal, está perdendo, lamentavelmente.

            Até o início da década de 90 a Unidade de Negócios da Amazônia tinha 700 funcionários, além de 3.000 indiretos, envolvendo profissionais das mais diversas áreas. Destes, permanecem em Belém apenas 140. Os demais foram transferidos para o Amazonas e o Rio de Janeiro. Os planos da matriz, segundo os petroleiros de Belém, é conservar apenas dez funcionários, para cuidar dos aposentados e de pequenas questões burocráticas; geólogos, geofísicos e pessoal de informática serão transferidos para o Rio. Não se tem idéia do que a Petrobrás planeja para os trabalhadores de menor qualificação.

            Novamente, parte da bancada de Parlamentares do Pará a iniciativa para tentar impedir o desmonte da base da Petrobrás no Pará, já que o Governador do Estado, Almir Gabriel, tem se negado a receber os trabalhadores e a intervir junto à direção da Petrobrás. A Comissão da Amazônia e de Desenvolvimento Regional, da Câmara dos Deputados, aprovou um requerimento para realização de uma audiência pública com a presença do Presidente da Petrobrás, Sr. Francisco Gros, do Gerente Geral da Unidade da Amazônia, Sr. Paulus Van Der Vem e do Sindicato dos Trabalhadores da Petrobrás no Pará. Também a Assembléia Legislativa do Pará tem se movimentado no sentido de exigir explicações da direção da Petrobrás sobre as notícias do possível fechamento da Base do Tapanã. 

            Da minha parte, participei de uma audiência com o Presidente da Petrobrás, que contou com a presença do presidente da Assembléia Legislativa do Pará, deputado Martinho Carmona, e representantes dos vários seguimentos políticos do meu Estado, além de representação dos trabalhadores. Por um lado, para ouvir as explicações sobre a pretensa extinção da base da Petrobrás no Pará e também para manifestar o meu posicionamento, que desde já é pela manutenção da Unidade do órgão no Estado.

            Era o que tinha a dizer.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 23/05/2002 - Página 8896