O SR. RENAN CALHEIROS (PMDB - AL. Para encaminhar a votação. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, no último dia 29 de agosto, em Maceió, aos 94 anos, faleceu o ex-Senador Freitas Cavalcanti. Faço esse registro somente agora em face da natural desaceleração dos trabalhos legislativos em razão da campanha eleitoral.

Antonio de Freitas Cavalcanti foi um dos mais ilustres alagoanos de todos os tempos. Exerceu a atividade parlamentar durante 22 anos, foi Deputado Estadual por Alagoas, em 1940, e, no período de 1945 a 1954, foi duas vezes o Deputado Federal mais votado do Estado. No Senado, Sr. Presidente, Freitas Cavalcanti foi Membro da Mesa Diretora, tendo ocupado a Segunda Secretaria. Também presidiu a então Comissão de Finanças. Representou o Estado de Alagoas nesta Casa, de 1954 a 1962, destacando-se como um dos principais Líderes.

Sr. Presidente, jamais se afastou de suas origens, tendo, em boa parte por isso, sido eleito Membro da Academia Alagoana de Letras e ingressado nos quadros do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas, instituições em que se tornou um dos guardiões de memória do nosso povo.

Somente deixou a longa carreira política de êxito para assumir outro desafio: ser Ministro do Tribunal de Contas da União. De 1966 a 1967, ocupou a Presidência do TCU. Foi do Mestre Aurélio Buarque de Holanda que retirei, no prefácio do livro Profecia das Águas, um depoimento, Sr. Presidente, que resume a verdadeira paixão do ex-Senador por sua terra. “Freitas Cavalcanti é um barroco. Nascido em Penedo, o barroco de suas igrejas foi para ele uma predição. Certas páginas suas estão empapadas de barroquismo, lembram pelo caráter fragmentário de que se revestem verdadeiras rapsódias.”

Por tudo, Sr. Presidente, que representou e representa Freitas Cavalcanti para Alagoas e para o País, como Líder do PMDB e também alagoano, presto aqui minha homenagem a esse homem público, de notório saber e de vida simples e correta, encarecendo a todos a aprovação deste requerimento de voto de pesar.