O SR. FRANCELINO PEREIRA (PFL - MG. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o grande jornalista Villas-Bôas Corrêa está sendo agraciado esta tarde, exatamente neste instante, com a Medalha Tiradentes, pelos seus 54 anos de atuação no jornalismo, um reconhecimento da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro a um dos maiores nomes da imprensa brasileira.

A imprensa brasileira é, por extensão, a grande homenageada. E o cenário em que a medalha é outorgada a Villas-Bôas não poderia ser mais adequado: o Palácio Tiradentes, local que Castelinho, seu colega, costumava chamar de escaramuça da imprensa. Ali Villas-Bôas passou uma parte da sua trajetória, como analista da vida política.

A vida política, de que ele não se afastou até hoje, não nos deixa comparecer à homenagem de hoje, no Saguão Presidente Getúlio Vargas, no Palácio Tiradentes, nome e local não só dele, mas de muitos de nós que nos encontramos neste plenário. Somos, especialmente em quartas-feiras como a de hoje, prisioneiros de Brasília, o que Villas não é e nunca quis ser nessa sua atividade de mais de 50 anos.

Cinqüenta anos é o tempo que Villas-Bôas Corrêa já ultrapassou no jornalismo político do País, desde sua estréia, nos anos 40, em A Notícia, na fase em que ainda existiam os vespertinos, quando era uma proeza, mas, como ainda hoje, sempre um ideal, integrar-se na atividade jornalística.

A atividade jornalística de Villas-Bôas, nessa longa caminhada de meio século, vem sendo feita de análises dos fatos políticos. Uma história rica de acontecimentos que mexeram muito com a própria história pátria e que ainda hoje influenciam a vida deste País.

A vida brasileira é, pois, a própria razão de ser, na trajetória da vida desse grande analista dos acontecimentos políticos, num cenário de intensa conturbação, mas, sem dúvida, também de registros positivos na vida de um povo que o jornalista acompanha passo a passo, na terra do seu encanto, o Rio de Janeiro. Noticiarista, analista e historiador, Villas é testemunha viva dos fatos de que cuida com independência, para que, ao historiador do futuro, não faltem os necessários registros.

Esses registros acabam de ser consolidados pelo próprio Villas-Bôas, numa obra de 280 páginas, que exibo aqui desta tribuna, exatamente um documento importante para a história deste País.

Os palpites a que se referem Villas dão o sereno título ao livro: Uma Conversa com a Memória, para ele, limitada à história do jornalismo político em meio século, o período em que o jornalista, ultrapassando a marca das bodas douradas, expõe e analisa os fatos, mas não apenas no estilo jornalístico. Seu texto é muito mais, é literário e, pela riqueza de pormenores, também didático. Portanto, leitura adequada para os que viveram os mesmos tempos e necessária às novas gerações, para entender melhor os últimos 50 anos, desde o sombrio período da ditadura de Getúlio Vargas até os dias de hoje, neste plenário.

Sr. Presidente, eu gostaria que V. Exª considerasse como lido todo o texto desta comunicação. E, ao mesmo tempo, transmitisse em nome desta Casa os nossos votos de congratulações, de regozijo pela Medalha Tiradentes que o jornalista Villas-Bôas está, nesse momento, recebendo no Palácio Tiradentes, no Saguão Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro.

É o nosso pedido.

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SEGUE, NA ÍNTEGRA, DISCURSO DO SR. SENADOR FRANCELINO PEREIRA. ********************************************************************************************