Discurso durante a Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

SUGESTÕES PARA A RESTAURAÇÃO DA MALHA RODOVIARIA BRASILEIRA.

Autor
Alberto Silva (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
Nome completo: Alberto Tavares Silva
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA DE TRANSPORTES.:
  • SUGESTÕES PARA A RESTAURAÇÃO DA MALHA RODOVIARIA BRASILEIRA.
Publicação
Publicação no DSF de 18/12/2002 - Página 26566
Assunto
Outros > POLITICA DE TRANSPORTES.
Indexação
  • DETALHAMENTO, DOCUMENTO, ELABORAÇÃO, ORADOR, SUGESTÃO, RECUPERAÇÃO, MANUTENÇÃO, RODOVIA, BRASIL, ANUNCIO, CONVOCAÇÃO, COMISSÃO DE SERVIÇOS DE INFRAESTRUTURA, SENADO, OBJETIVO, ENCAMINHAMENTO, PROPOSTA, CANDIDATO ELEITO, PRESIDENCIA DA REPUBLICA.

O SR. ALBERTO SILVA (PMDB - PI) - Sr. Presidente, Senhoras e Senhores Senadores, o meu pronunciamento tem por objetivo oferecer uma sugestão para a restauração da malha rodoviária brasileira. Com o fato do Brasil ter optado pelo rodoviarismo para a circulação de, praticamente, toda a riqueza do país, é óbvio que para isto tivemos que construir uma extensa malha de rodovias, espalhadas pelo Brasil afora. Daquela época até hoje, o grande problema tem sido a manutenção, em condições aceitáveis, dessa imensa rede rodoviária. Há cerca de dois anos atrás fiz chegar às mãos do Sr. Presidente Fernando Henrique um documento que elaborei, recolhendo dados da Confederação Nacional de Construtores de Estradas, da Associação dos Transportadores de Carga, do DNER e outros, que me permitiram montar um projeto para recompor, em apenas um ano, os 12.359 Km de rodovias federais, totalmente destruídas. Infelizmente a nossa sugestão não foi levada adiante pelas autoridades federais.

Focalizei a necessidade de execução, em tempo hábil, dos projetos necessários a esta recuperação. Aproveitei para prestar uma informação altamente preocupante.Constatamos nessas pesquisas que, em virtude do péssimo estado das rodovias, as 1.700.000 carretas que circulam por estradas destruídas, gastaram, em pura perda, o impressionante número de quase 2 bilhões de litros por ano de óleo diesel.

Concluímos que este desperdício é originado em freadas, desacelerações e mudança de rumo destas carretas, para livrarem-se dos buracos. Avalíamos ainda, em nosso estudo, que seriam necessários R$1.850 milhões para recuperação total dos 12.350 Km de estradas federais em todo o país, no prazo sugerido, isto é, em um ano.

Meus caríssimos pares, para cobrir estes gastos e executar uma tarefa de tamanha envergadura necessitaríamos, em primeiro lugar, de indicar a fonte dos recursos. A nós, tornava-se claro que um aumento de apenas R$0,06 (seis centavos de real) em cada litro de óleo diesel consumido anualmente no Brasil, pelas carretas rodoviárias, eram suficientes para garantir os R$1.850 milhões de reais para a restauração pretendida.

Ora, o Brasil possui uma das mais importantes armas de um país que deseja progredir, que é a sua engenharia. Hoje, dezenas de grandes empresas de construção rodoviária estão paradas por falta de um programa e um projeto ambicioso e necessário como este, o de recuperar 12.359 Km de rodovias federais, em um ano.

Já pensaram, Sr. Presidente e Senhoras e Senhores Senadores, no grande número de empregos que uma obra desse porte pode gerar em todo o país? E mais: à medida que as estradas forem sendo recuperadas, o custo Brasil, hoje elevado no transporte rodoviário, cairia verticalmente, beneficiando a todos.

Finalizando este pronunciamento, sugerimos ao Presidente da República fazer com as estradas o que foi feito com a energia, quando criou-se a Câmara de Gestão. No momento oportuno, após a posse do novo Presidente, penso em convocar uma reunião da Comissão de Infra-Estrutura do Senado, da qual sou o Presidente, para dar conhecimento aos meus pares, da proposta aqui referida, com relação à situação da malha rodoviária brasileira.

Aproveito a oportunidade para sugerir aos nobres Senadores enviarmos então o documento ao novo Presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, a título de colaboração de nossa Comissão, ao programa rodoviário do futuro Governo.

Era o que eu tinha a dizer. Obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 18/12/2002 - Página 26566