Discurso durante a 17ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Comentários sobre a "Universalização do Ensino Fundamental no Brasil", de que trata mais um dos volumes que integram a série Política e Resultados, 1995-2002, editado pelo Ministério da Educação.

Autor
Romero Jucá (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/RR)
Nome completo: Romero Jucá Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
EDUCAÇÃO.:
  • Comentários sobre a "Universalização do Ensino Fundamental no Brasil", de que trata mais um dos volumes que integram a série Política e Resultados, 1995-2002, editado pelo Ministério da Educação.
Publicação
Publicação no DSF de 15/03/2003 - Página 3576
Assunto
Outros > EDUCAÇÃO.
Indexação
  • COMENTARIO, RELATORIO, ELABORAÇÃO, MINISTERIO DA EDUCAÇÃO (MEC), REFERENCIA, PROGRESSO, EDUCAÇÃO, GOVERNO, FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA, ELOGIO, CRIAÇÃO, FUNDO DE DESENVOLVIMENTO, ENSINO FUNDAMENTAL, VALORIZAÇÃO, MAGISTERIO, PROGRAMA ASSISTENCIAL, CONCESSÃO, VERBA, CRIANÇA, ADOLESCENTE, AMPLIAÇÃO, FREQUENCIA, ALUNO, ESTABELECIMENTO DE ENSINO, NUMERO, MATRICULA, ESCOLA PUBLICA, MUNICIPIOS, MELHORIA, QUALIFICAÇÃO, PROFESSOR, AUMENTO, SALARIO, REDUÇÃO, ANALFABETISMO.

O SR. ROMERO JUCÁ (PSDB - RR) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ainda a propósito do desempenho do Ministério da Educação, durante o Governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso, cumpre-nos acrescentar alguns breves comentários sobre a “Universalização do Ensino Fundamental no Brasil, de que trata mais um dos volumes que integram a série Política e Resultados, 1995-2002, editado por aquele elo Órgão.

            Mais uma vez, com a costumeira propriedade, o Ministro Paulo Renato Souza discorre sobre o processo de democratização do acesso à escola, imposto pelo fato de que, na década de 60, tão-somente pouco mais da metade das crianças brasileiras, entre 7 e 14 anos, freqüentavam a escola.

Não bastasse isso, persistiam inaceitáveis diferenças de acesso à educação, conforme ministrada no rico Centro-Sul do País, em contraste com a disponível nas áreas mais carentes do Norte e do Nordeste. Eram as persistentes desigualdades herdadas do Brasil Império, no século XIX, em que Estados e Municípios mais ricos apresentavam processo acelerado de escolarização, em contraste com o ritmo cada vez mais lento dos pobres, aumentando ano após ano as diferenças regionais.

Como se isso não bastasse, até mesmo nos Estados que ostentavam maior riqueza, identificou-se inaceitável descompasso de escolarização entre infantes brancos e negros.

Esse o quadro apresentado nos primeiros dias do Governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso, em 1995. Porém, em seus mandatos, o Ministério da Educação, sobretudo com a utilização do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef) e do Programa Bolsa-Escola, elevou o acesso ao ensino fundamental à condição de primeiro serviço público efetivamente universalizado do País.

O Fundef, é indispensável que se enfatize, promoveu singular aumento da disponibilidade do ensino fundamental. Política pública submetida ao princípio da universalidade, produziu transformações de vulto na integralidade das redes oficiais e particulares de ensino, onde de fato estão os alunos e professores, e não apenas em alguns pólos de pretendida excelência.

O Fundo estabeleceu, portanto, regras mais justas, objetivas e transparentes para a distribuição e o repasse dos recursos, de acordo com o número de crianças matriculadas, a partir de janeiro de 1998. Assim, pelo prazo de uma década, Estados e Municípios deverão aplicar o percentual mínimo de 15% das receitas na manutenção e desenvolvimento do ensino fundamental.

Dessa forma, o acréscimo do valor aluno/ano devido ao Fundo foi de 22,9%, no primeiro exercício, estimando-se que tenha chegado próximo de 60%, no ano 2002. Devem ser destacados os acréscimos previstos para a nossa região e para o Nordeste, nos quais os Municípios receberiam aumentos de 130% e 117%, respectivamente.

Em conseqüência do aumento das receitas e da municipalização das matrículas, grande parte das cidades passaram a apresentar saldos positivos, ensejando o aumento da cobertura nas matrículas do ensino fundamental e o conseqüente acesso à escola das crianças das regiões mais pobres.

Daí, concluir o operoso Ministro que o Fundef é certamente “a mais bem-sucedida política brasileira de inclusão social”. De fato, deve-se a ele que, no triênio 1998/2000, o País tenha obtido resultados que nem mesmo três décadas de acelerada massificação das matrículas conseguiram.

A par disso, o Fundef promoveu a sempre desejável valorização do corpo docente, que apresentou crescimento global de 10%, indicativo da criação de expressivo número de novos postos de trabalho. Além da melhor qualificação dos professores, a sua remuneração média cresceu 29,5%, entre dezembro de 1997 e junho de 2000. Ela passou de 578 reais para 710 reais, para uma jornada de 40 horas. Os docentes com formação superior e licenciatura plena passaram de 1.005,00 reais para 1.278,00, em igual período e idêntica jornada.

A região Norte, a segunda com maior índice de crescimento da remuneração, alcançou 35% no período, para igual jornada. Nas demais regiões, os índices de acréscimo da remuneração média oscilaram entre 22% e 27%.

Adiciona o documento, finalmente, o registro do lançamento do Programa Bolsa-Escola, com o fim de garantir a presença de crianças de famílias de baixa renda nos estabelecimentos escolares; transferir renda para famílias em situação de pobreza absoluta e auxiliar na erradicação do trabalho infantil.

O êxito de tal iniciativa pode ser constatado pela evidência de que o Bolsa-Escola transformou-se, em todo o mundo, no maior programa de renda mínima associado à educação.

Devemos registrar, por derradeiro, que, de fato, o programa de Governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso, para a área fundamental da Educação, vem, merecidamente, sendo aplaudido por haver incorporado, ao lado da exigência do devido controle social do gasto público, a estrita observância dos princípios da universalização, descentralização, municipalização, eqüidade e participação da comunidade na gestão das escolas.

Era o que tínhamos a dizer.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 15/03/2003 - Página 3576