Discurso durante a 32ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Estranheza com a votação e aprovação de matérias constantes da Ordem do Dia, sem ter havido acordo das lideranças partidárias. (Como Líder)

Autor
Arthur Virgílio (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
Nome completo: Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SENADO.:
  • Estranheza com a votação e aprovação de matérias constantes da Ordem do Dia, sem ter havido acordo das lideranças partidárias. (Como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 04/04/2003 - Página 6014
Assunto
Outros > SENADO.
Indexação
  • RECLAMAÇÃO, OCORRENCIA, VOTAÇÃO, MATERIA, ORDEM DO DIA, ESCLARECIMENTOS, ANTERIORIDADE, ACORDO, BANCADA, PARTIDO POLITICO, SENADO, REALIZAÇÃO, OBSTRUÇÃO PARLAMENTAR.
  • QUESTIONAMENTO, CONDUTA, JOSE SARNEY, PRESIDENTE, SENADO, REGISTRO, AUSENCIA, ACORDO, LIDERANÇA, PARTIDO POLITICO, DESOBSTRUÇÃO, VOTAÇÃO, PAUTA, SOLICITAÇÃO, ATENÇÃO, MATERIA, MESA DIRETORA.

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a pauta estava trancada e, tecnicamente, continua, por falta de acordo de liderança.

Consultei o Líder Renan Calheiros, que me disse que não participou de nenhum acordo que levasse à desobstrução da pauta. Consultei o Líder José Agripino Maia, e ele me disse que tampouco tal procedimento ocorreu. Como Líder do PSDB, não participei, nem qualquer Vice-Líder da minha Bancada, de nenhum acordo para desobstruir a pauta.

Apesar da falta de entendimento e, com toda certeza, da falta de atenção - no sentido de prestar atenção, não de falta de cordialidade ou de respeito, por parte do Presidente José Sarney -, aqui se votaram duas matérias.

Quero ser justo, Sr. Presidente, e isento o Líder Aloizio Mercadante, porque S. Exª esteve esse tempo todo na Comissão de Ética conosco. Imagino que também S. Exª se sentiu surpreendido com essa obstrução, até porque me dera a informação de que a pauta estava trancada e de que tínhamos todo o tempo para discutir a questão em voga no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Casa.

Reafirmo minha confiança no discernimento, na seriedade e, sobretudo, no respeito do Presidente da Casa, Senador José Sarney, para com seus colegas. Tive a honra de servi-lo como Vice-Líder do seu Governo, quando, Presidente da República, fazia aquele belo trabalho de reconstitucionalização do País.

O fato - e esta é a reclamação que faço - é que o PSDB e, pelo que soube, os demais Partidos não participaram de nenhum acordo para desobstruir a pauta. Considero isso um desrespeito que, com toda certeza, não haverá de se repetir.

O PSDB nada tem contra facilitar as votações nesta Casa. O Partido quer votar, porém não admite que alguém o desrespeite. O PSDB exige respeito.

Não houve acordo. A Bancada do PSDB não foi consultada e seu Líder não foi ouvido. Quero creditar isso à conta de um brutal mal-entendido, em que, com boa-fé de todos os lados, aconteceu algo que não poderá se repetir, Sr. Presidente, sob pena de as relações nesta Casa se atritarem, sob pena de descaminhos tomarem lugar de caminhos e sob pena de imaginarmos que seria preciso usar de mais energia para se fazer valer um ponto de vista, que deve ser, sobretudo, respeitado pelo consenso democrático.

Essa é a reclamação que faço à Mesa.

Sr. Presidente, agradeço a deferência que teve para com este Senador.

Finalizando, volto a dizer que, com certeza, foi um brutal mal-entendido: o Senador José Sarney não pode ter feito isso, a não ser por um brutal mal-entendido. Isento o Líder do Governo, Senado Aloizio Mercadante, que esteve comigo esse tempo todo. Ainda assim, aconteceu o fato com a inocência de um e a boa-fé de outro.

Sr. Presidente, volto a repetir: espero que esse incidente não se repita, tenho certeza absoluta de que ele não se repetirá.

Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 04/04/2003 - Página 6014