O SR. DUCIOMAR COSTA (Bloco/PTB - PA) - Sr. Presidente, Srªs e Srs Senadores, acorro à tribuna do Senado Federal, para transmitir aos meus pares, ao povo brasileiro e aos paraenses minha satisfação pelo aniversário de 100 anos do Pará Clube, fundado em 05 de abril de 1903.

            A história dessa agremiação, com sede em Belém, confunde-se com a história da própria capital. Integra-se à cultura do Estado do Pará. É também parte presente nas dissertações, filmes e livros de cunho sociológico, que retratam a fusão contracultural entre Brasil e Inglaterra, nos idos belenenses, à época das primeiras décadas do século XX.

Fundado por ingleses que lá se instalaram comercialmente no início do século passado, à guisa de implantação de empresas, tais como Booth Line; Pará Telephone; Port of Pará; Pará Eletric e Amazon River, o Pará Clube surgiu, inicialmente, como ponto de encontro e de lazer do contingente inglês radicado em Belém.

Sua primeira diretoria foi assim composta: Benjamim Crimp - Presidente; Cecil Sloyd - Vice-Presidente; Walter da Costa - Secretário; H.P. Caloi - Tesoureiro e W.S. Robertson, J. A Amorim e W. Churchil - membros suplentes. Nesse período - está a constar na ata de fundação do clube - foram alocados 6.200 contos de réis para a aquisição do imóvel, que lhe serviria de sede.

Com a estatização dessas empresas e o conseqüente retorno dos ingleses ao seu país de origem, inicia-se nova fase do Clube Pará, já com numerosos brasileiros paraenses em seu quadro de associados. Transfere-se para a Avenida Nazaré, então alcunhada pelos paraenses de Estrada de Nazaré, caminho certo, até hoje trilhado, pela famosa procissão do Círio de Nazaré.

Na atualidade, com aproximadamente 4.800 sócios, o Pará Clube está sediado na travessa Lomas Valentinas, contando, também, com sede campestre, cuja estrutura de programas de entretenimento muito orgulha os paraenses.

Associo-me, pois, com muito prazer, à Câmara Municipal de Belém, que prestará homenagens ao Centenário do Pará Clube. Afinal, não se trata, Sr. Presidente, de mais uma associação, de mais uma agremiação, de mais um clube, entre tantos dispostos pelo Brasil de hoje. Trata-se do Pará Clube, centenária agremiação que, nascendo de um fato econômico - afluxo empresarial estrangeiro ao Pará -, tornou-se um símbolo de pertinácia e de otimização administrativa. Agigantou-se em propósitos, atravessou um século, agregando os paraenses em torno do esporte, da cultura de entretenimento e da afabilidade social.

Faço, pois, Srªs e Srs. Senadores, minhas as palavras do atual Presidente do Pará Clube, Dr. Antonio Carlos Silva Pantoja, que, com muita propriedade, diz que de clube das elites do início do século passado, ele passou a ser o clube do coração dos paraenses, e assim permanece.

Parabenizo, portanto, o seu quadro de associados, sua atual e eficiente diretoria, que conta com o privilégio de estar nessa condição, no momento em que o Pará Clube completa 100 anos de fundação.

Congratulo-me, ainda, com o povo do Pará pelo transcurso da data. Afinal esse clube, cujas etapas iniciais são decantadas em documentários sobre o Brasil, não está inserto em outra plaga, e sim naquela Unidade Federativa, no nosso Pará. Afinal, ele faz parte da história daquele Estado e, pelas suas especificidades sociológicas e culturais de criação, por que não dizer do País?

Essa era a homenagem que me cumpria prestar ao Pará Clube, para que passe esta a integrar desde já os Anais desta Casa, neles se perpetuando pela trilha de outros tantos centenários que a agremiação em causa haverá de galgar.

Muito obrigado.