Discurso durante a 48ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

ESCLARECE A CONDUTA DO PARTIDO DOS TRABALHADORES QUANTO AS DIVERGENCIAS INTERNAS E ENFATIZA O COMPROMETIMENTO DE SEUS MEMBROS EM DEFESA DA DEMOCRACIA.

Autor
Tião Viana (PT - Partido dos Trabalhadores/AC)
Nome completo: Sebastião Afonso Viana Macedo Neves
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA PARTIDARIA.:
  • ESCLARECE A CONDUTA DO PARTIDO DOS TRABALHADORES QUANTO AS DIVERGENCIAS INTERNAS E ENFATIZA O COMPROMETIMENTO DE SEUS MEMBROS EM DEFESA DA DEMOCRACIA.
Publicação
Publicação no DSF de 06/05/2003 - Página 9460
Assunto
Outros > POLITICA PARTIDARIA.
Indexação
  • COMENTARIO, EXPECTATIVA, MELHORIA, POLITICA NACIONAL, REMESSA, PROPOSTA, GOVERNO FEDERAL, REFORMA TRIBUTARIA, REFORMULAÇÃO, PREVIDENCIA SOCIAL, RESPONSABILIDADE, CONGRESSISTA, ANALISE, MATERIA.
  • ESCLARECIMENTOS, SITUAÇÃO, POSSIBILIDADE, PUNIÇÃO, MEMBROS, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), MOTIVO, OFENSA, DIFAMAÇÃO, COMPROMISSO, SOCIEDADE, REGISTRO, AUSENCIA, AUTORITARISMO, COLIGAÇÃO PARTIDARIA, DEFESA, DEMOCRACIA.

O SR. TIÃO VIANA (Bloco/PT - AC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, apenas para, em nome do Partido dos Trabalhadores, prestar alguns esclarecimentos sobre essas matérias. Estamos em um momento muito oportuno da vida política do País, de muito entusiasmo e de profunda esperança da sociedade brasileira, quando o Presidente Lula trouxe ao Congresso Nacional, há poucos dias, a proposta de mensagem às reformas do Estado brasileiro, notadamente a previdenciária e a tributária. O Congresso começa a incorporar suas responsabilidades imediatas em relação ao tema e, seguramente, com a autonomia e autoridade que lhe são devidas, irá construir o melhor modelo de reformas para o Brasil, como o Presidente Lula, na amplitude e profundidade de seu comportamento de estadista e democrata, disse: agora é com o Congresso Nacional. Estamos muito tranqüilos na condução dessa matéria. Achamos que o grande debate ocorrerá. Todos os Partidos estão ciosos das suas responsabilidades. Encaramos, com absoluta naturalidade, as divergências internas que alguns Partidos estão vivendo.

Felizmente, nossa história democrática, como Partido dos Trabalhadores, é pautada pela democracia interna, pelo pluralismo de idéias, pelo grande debate e pelas divergências. Lamentavelmente, muitos não estavam acostumados a ver esse tipo de prática e ficam estranhando. Nós, do Partido dos Trabalhadores, trabalhamos com profunda naturalidade esse tipo de debate e divergência e tentamos apenas assegurar o cumprimento das responsabilidades do estatuto, que é um grande vetor nosso, do Partido e a unidade de ação como um pressuposto fundamental da relação política do PT com a sociedade no encaminhamento das votações. Se outros estão estranhando, nós não. Para nós é absolutamente natural o que está acontecendo. A busca da afirmação disciplinar do Partido é sempre um componente muito natural e histórico nosso. Entendo que nunca um Partido ou um Governo trouxe tantos Ministros de Estado em tão pouco tempo para o Senado Federal e para a Câmara dos Deputados para debater toda e qualquer matéria. Seguramente, a Oposição, aqui tão bem representada pelos Líderes Arthur Virgílio e José Agripino, está contribuindo com a democracia brasileira, com a atualidade do Estado brasileiro, quando propõe a vinda de mais Ministros. Entendemos que quem não está acostumado com esse comportamento histórico e democrático nosso precisa se acostumar, porque assim o será, como assim o foi nos anos de construção do PT. A única coisa que nosso Partido não abre mão é da conquista da estima da sociedade brasileira, do respeito edificado com ela e da nossa coerência como Partido em sua relação com ela. Alguém que ouse ferir nossa coerência e a estima que conquistamos com a sociedade brasileira estará tentando desmoralizar o Partido, e essa é uma prática que - essa, sim - pode aproximar-se de um comportamento autoritário, de um comportamento que foi negado na história por ser fascista e que, primeiro, tenta desmoralizar e, depois, tirar da frente das relações de poder. Mas isso não cabe na história democrática do Partido dos Trabalhadores.

 


Este texto não substitui o publicado no DSF de 06/05/2003 - Página 9460