Discurso durante a 47ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

HOMENAGEM DE PESAR PELO FALECIMENTO DO DR. AURELIANO CHAVES, EX-VICE-PRESIDENTE DA REPUBLICA, EX-GOVERNADOR E EX-DEPUTADO.

Autor
Arthur Virgílio (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
Nome completo: Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • HOMENAGEM DE PESAR PELO FALECIMENTO DO DR. AURELIANO CHAVES, EX-VICE-PRESIDENTE DA REPUBLICA, EX-GOVERNADOR E EX-DEPUTADO.
Publicação
Publicação no DSF de 01/05/2003 - Página 9339
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, AURELIANO CHAVES, EX VICE PRESIDENTE DA REPUBLICA, EX-DEPUTADO, EX GOVERNADOR, ESTADO DE MINAS GERAIS (MG), ELOGIO, VIDA PUBLICA, DEFESA, RETORNO, DEMOCRACIA, BRASIL.

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Para encaminhar a votação. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, retomo as palavras do Senador Marco Maciel e volto a Churchill, que dizia também que, se a qualidade ou a característica da coragem falece num homem público, não adianta a esse mesmo homem público ter todas as demais possíveis qualidades, porque ele estaria impossibilitado de praticá-las nas horas mais duras, nas horas mais exigentes, em que sua consciência estivesse à prova.

Esta ocasião é oportuna para nos lembrarmos de tempos heróicos: a formação da Frente Liberal na junção com o PMDB, que teve que vencer de maneira racional e firme sectarismos que só serviriam - se mantidos - para esticar o tempo de vida de uma ditadura que agonizava; e, ao mesmo tempo, a articulação fina, patriótica, conduzida por V. Exª, Sr. Presidente, pelo Senador Marco Maciel, pelo Senador Jorge Bornhausen, pelo Governador José Agripino Maia, que redundou na Frente Liberal e propiciou a vitória no Colégio Eleitoral - para soterrar o Colégio Eleitoral - de Tancredo Neves e José Sarney. Após o infausto acontecimento com Tancredo, a posse de Sarney serviu - e V. Exª precisa ouvir isto deste seu modesto colega - para colocar o seu nome de maneira muito clara na história deste País, como alguém que foi fundamental para que o Brasil pudesse marchar numa transição democrática, que começou pela legalização dos partidos clandestinos - que era um tabu absolutamente intransponível na aparência àquela época -, para nos levar à Constituinte, que redundou na Carta de 1988. E Aureliano Chaves foi brilhante em toda essa trajetória.

Quero aqui homenagear a sua família, meu querido colega de Câmara Deputado Antônio Aureliano, e pontuar que Aureliano tinha todas as coragens, a coragem da clarividência, a coragem da honradez, a coragem física, que não lhe faltava, a coragem política para tomar decisões. A morte de Aureliano abre, de fato -- e não se tem como fugir deste aparente lugar-comum --, uma grande lacuna neste País.

Se eu tivesse que definir Aureliano, diria que se tratava de um homem de bem, um homem bravo, um patriota. E talvez eu consiga resumir todas essas qualidades em uma só: tratava-se pura e simplesmente de um grande brasileiro. Mais enxuto ainda, o termo final: tratava-se de um brasileiro. Aureliano Chaves, um brasileiro. Aquele em quem devemos nos espelhar na hora em que estiverem postas à prova também em nós a necessidade da honradez, a necessidade da firmeza e a necessidade da coerência.

É uma grande perda para Minas, para o Brasil, para o Partido da Frente Liberal, para os democratas e para todos aqueles que cultuam, com efetivo amor pela coisa pública, a arte de se fazer política neste País chamado Brasil.

Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 01/05/2003 - Página 9339